RENATA LO PRETE, com LETÍCIA SANDER e FÁBIO ZAMBELI - FOLHA DE SP - 24/12/11
Enquadrada por duas liminares do Supremo e ameaçada por representação de entidades da magistratura, Eliana Calmon poderá receber socorro do Congresso, onde prospera a ideia de uma emenda constitucional que estabeleça de uma vez por todas a "competência concorrente" -ou seja, não "subsidiária" à das corregedorias locais - do CNJ para conduzir investigações.
Por trás do apoio à corregedora está o fato de que os parlamentares jamais engoliram a atuação de associações como Ajufe e AMB no caso da Ficha Limpa. Em 2008, elas tentaram, sem sucesso, emplacar o projeto sem passar pelo Congresso, via resolução do TSE.
Vaticínio - Quem testemunhou o estado de espírito de deputados e senadores à época da tentativa de "bypass" das associações de magistrados na tramitação da Ficha Limpa se recorda de um cardeal governista prometendo que, dali por diante, elas passariam "a pão e água" no que dependesse do Congresso.
Fissuras 1 - Embora Ajufe, AMB e Anamatra tenham representado juntas contra Eliana Calmon, cresce na terceira entidade, de juízes do trabalho, a oposição ao modo como tem sido conduzido o ataque à corregedora.
Fissuras 2 - Segundo dissidentes, aderir à agenda dos tribunais de Justiça, representados pela AMB, é "acender vela para péssimo santo".
Controlar... - Em 2010, no final da gestão de Gilmar Mendes no CNJ, houve tentativa de regulamentar o "pagamento de diferenças", agora no centro do debate sobre a abortada inspeção no TJ-SP.
...para quê? - Na época, analisava-se um caso do tribunal de Mato Grosso. Mas a iniciativa não prosperou, e a resistência à regulamentação só fez aumentar desde então.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Infelizmente, os Poderes no Brasil, ao invés de cumprir os princípios constitucionais, entre eles a harmonia entre os poderes, preferem brigar e retaliar usando de recursos escusos para fazer prevalecer seus próprios interesses corporativos. Sobra para o povo um país sem governo, sem parlamento, sem leis, sem justiça e sem ordem pública.
O dia em que a Justiça Brasileira se tornar sistêmica, independente, ágil e coativa, e com Tribunais fortes e juízes próximos do cidadão e dos delitos, o Brasil terá justiça, segurança e paz social.
"A Função Precípua da Justiça é a aplicação coativa da Lei aos litigantes" (Hely Lopes Meirelles)- "A Autoridade da Justiça é moral e sustenta-se pela moralidade de suas decisões" (Rui Barbosa)
MAZELAS DA JUSTIÇA
Neste blog você vai conhecer as mazelas que impedem a JUSTIÇA BRASILEIRA de desembainhar a espada da severidade da justiça para cumprir sua função precípua da aplicação coativa das leis para que as leis, o direito, a justiça, as instituições e a autoridade sejam respeitadas. Sem justiça, as leis não são aplicadas e deixam de existir na prática. Sem justiça, qualquer nação democrática capitula diante de ditadores, corruptos, traficantes, mafiosos, rebeldes, justiceiros, imorais e oportunistas. Está na hora da Justiça exercer seus deveres para com o povo, praticar suas virtudes e fazer respeitar as leis e o direito neste país. Só uma justiça forte, coativa, proba, célere, séria, confiável, envolvida como Poder de Estado constituído, integrada ao Sistema de Justiça Criminal e comprometida com o Estado Democrático de Direito, será capaz de defender e garantir a vida humana, os direitos, os bens públicos, a moralidade, a igualdade, os princípios, os valores, a ordem pública e o direito de todos à segurança pública.
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