MAZELAS DA JUSTIÇA

Neste blog você vai conhecer as mazelas que impedem a JUSTIÇA BRASILEIRA de desembainhar a espada da severidade da justiça para cumprir sua função precípua da aplicação coativa das leis para que as leis, o direito, a justiça, as instituições e a autoridade sejam respeitadas. Sem justiça, as leis não são aplicadas e deixam de existir na prática. Sem justiça, qualquer nação democrática capitula diante de ditadores, corruptos, traficantes, mafiosos, rebeldes, justiceiros, imorais e oportunistas. Está na hora da Justiça exercer seus deveres para com o povo, praticar suas virtudes e fazer respeitar as leis e o direito neste país. Só uma justiça forte, coativa, proba, célere, séria, confiável, envolvida como Poder de Estado constituído, integrada ao Sistema de Justiça Criminal e comprometida com o Estado Democrático de Direito, será capaz de defender e garantir a vida humana, os direitos, os bens públicos, a moralidade, a igualdade, os princípios, os valores, a ordem pública e o direito de todos à segurança pública.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

A FALÊNCIA DO SISTEMA



ZERO HORA 09 de fevereiro de 2017 | N° 18764

ARTIGO

POR JAYME EDUARDO MACHADO*



De afronta em afronta, estão minando de descrédito e suspeição a cúpula de nosso Poder Judiciário. E, quando se cogita dos destinos do país, a realidade proporciona ao cidadão dois caminhos: ou se posiciona como mero observador, porque não se sente responsável, ou nele decide interferir. Logo, é a hora e a vez de ampliar a voz indignada das associações de juízes, advogados, juristas e operadores do Direito decentes, que bradam pela democracia, pela insuspeição, pela impessoalidade e pela dignidade. Contra todos os vícios do centralismo autofágico de chefes do Executivo que – não é de hoje – preenchem vagas em nossa Suprema Corte segundo os critérios da oportunidade e da conveniência próprias.

Nunca é demais repetir o magnífico analista da democracia americana Alexis de Tocqueville, que há mais de dois séculos advertiu que até as instituições públicas mais sólidas não resistem quando levadas às últimas consequências. Essa mesma doutrina americana entende que a um ministro da Suprema Corte não basta ser imparcial, mas também parecer imparcial. Pois em meio a tantas dúvidas que nos assaltam cada vez que um jurista adventício é visto atravessando a Praça dos Três Poderes rumo ao “depósito de conveniências” jurídico-políticas em que se transformou a casa do outro lado, só há uma certeza: a mídia, a sociedade, a opinião pública, enfim, o povo e sua voz, de quem deveriam emanar todos os poderes, estão não apenas ausentes, como muito distantes dessa travessia. Aqui, exatamente, podemos identificar o maior defeito desse sistema de nomeações: a inércia conivente do poder fiscalizador, que é o Congresso Nacional.

Pois quem ele representa, o eleitor brasileiro, se tornou órfão de representatividade pela absoluta falência de nossa democracia representativa.

Não se sabe, mas se imagina, como se sentem os ministros que lá chegaram desafetados de desconfianças, ao admitir a passividade a que se obrigam na aceitação de incômodas companhias. E a praxe laudatória necessária a dignificá-las com o indispensável cinismo no ritual de recepção.

Mas nós sabemos todos como nos sentimos em quaisquer dos poderes que de nós emanam: órfãos de representatividade e vítimas de todos os vícios cultivados pela representação que passo a passo nos é usurpada.

*Jornalista, ex-procurador- geral da República


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - A "Falência do Sistema" começa por NÃO existir "Sistema" na República e os freios e contrapesos da república foram corroídos pela oligarquia que vem governando o Brasil. Os Poderes de Estado esqueceram de seus deveres e se transformaram em poderes gananciosos, isolados, corporativos, desarmônicos e separados de um Estado que deveria ser uno, indivisível e governando do povo, para o povo e pelo povo.  Assim temos um Congresso Nacional que representa os interesses dos partidos e de seus caciques (não o povo e nem as unidades federativas); uma Justiça leniente, lerda, dos juízes, que lava as mãos para as questões políticas, de ordem e de segurança pública, e que centraliza todas as decisões num “depósito de conveniências jurídico-políticas"; e governantes que agem com descaso, negligência e irresponsabilidade na gestão administrativa da República e das unidades federativas, que sacrificam os servidores que atendem direitos básicos do povo, que sucateiam os serviços públicos, que cobram impostos exorbitantes, que fomentam a extorsão dos juros e taxas públicas, que alimentam o crime e que ficam impunes e livres do alcance da lei, da justiça, da opinião pública e do voto honesto, e que são beneficiados pelas formas corruptas de ocupar cargos públicos, pela corrupção, pela permissividade das lei e pela inoperância da justiça, dos controles e dos fiscais.


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