Juízes usam site de tribunal para divulgar CDs e livros próprios
DANIEL CARVALHO
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
O corregedor-geral do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), Atapoã da Costa Feliz, 67, usa desde 2008 o site do tribunal para divulgar seu trabalho como músico clássico. A Folha encontrou quatro publicações.
Em dezembro de 2011 e nesta segunda-feira (11), notícias produzidas pela assessoria de imprensa do TJ-MS promoviam o trabalho artístico do magistrado.
Em fevereiro de 2008, o site divulgou concerto em que faixas de dois dos sete CDs de Costa Feliz seriam apresentadas.
O texto mais recente, de autoria atribuída à Secretaria de Comunicação Social do tribunal, havia sido acessado 1.513 vezes até o início da noite de ontem.
A reportagem repleta de elogios é sobre o recém-lançado disco de boleros "Fascínio de Mulher".
O texto leva ao site particular do magistrado pelo qual é possível ouvir faixas e encomendar os discos. O valor dos CDs não foi divulgado.
O uso de páginas públicas para divulgar trabalhos alheios ao exercício da magistratura não é exclusividade do TJ-MS.
O tribunal informou que acatará eventual regulamentação de uso do site, mas que segue "padrão" adotado por tribunais superiores.
Em janeiro, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) publicou nota assinada pela Coordenadoria de Editoria e Imprensa divulgando a 9ª edição do livro "Receitas Especiais", da ministra Eliana Calmon, corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
O texto diz que a publicação poderia ser comprada no gabinete da ministra por R$ 30, e que o valor arrecadado seria destinado a uma creche.
Procurado, o CNJ não se pronunciou até a publicação da notícia.
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