ELIANE CALMON DEFENDE DIVULGAÇÃO DE SALÁRIOS DO JUDICIÁRIO
Corregedora disse que divulgação deve
alcançar não apenas o salário principal dos magistrados, mas também 'os
muitos penduricalhos'
VANNILDO MENDES - Agência Estado 28 de junho de 2012 | 17h 27
BRASÍLIA - A corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra
Eliana Calmon, defendeu nesta quinta-feira, 28, que o Poder Judiciário
siga o exemplo do Executivo e publique imediatamente os salários dos
seus servidores, inclusive dos altos dirigentes, magistrados e
ministros. Líder de uma campanha nacional pela transparência e
moralização da Justiça, ela disse que a divulgação deverá ocorrer em
todas as instâncias e alcançando não apenas o salário principal dos
magistrados, mas também "os muitos penduricalhos".
"A Justiça deve fazer o mesmo (que o Executivo) de forma imediata",
afirmou a ministra. Ela disse que recebeu ordem expressa do presidente
do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), Ayres Brito, para
operacionalizar o quanto antes a medida. "Ele está absolutamente seguro e
não abre exceção". Ela explicou que não vale disponibilizar apenas a
remuneração básica. "Nós temos muitas gratificações, adicionais e outros
(acréscimos) que eu chamo penduricalhos. Nós pretendemos colocar para
divulgação todos os itens de remuneração dos magistrados", enfatizou.
Eliana disse ter recebido apelos de diversos magistrados e servidores
contrários à divulgação e que, por isso, "quase como advogada do diabo",
levou as ponderações a Ayres Britto, que foi muito claro. "O ministro
está absolutamente convicto de que tem de ser assim", garantiu. Alguns
magistrados, segundo ela, alegaram razão de segurança, mas ela disse que
a resposta do presidente foi taxativa: "Essa não é uma questão de
segurança, a divulgação é um dever e uma prioridade do Judiciário".
Ela lembrou que a ministra Carmen Lúcia, do STF, antecipou-se e já
divulgou seu contracheque. "E nós (os demais magistrados) estamos
fazendo exatamente a mesma coisa. Cabe à corregedoria então cumprir as
ordens da presidência". Ela deu a declaração em entrevista na qual fez
um balanço de suas principais realizações à frente da Corregedoria, cujo
mandato termina em setembro. Ela será substituída pelo ministro
Francisco Falcão, do STJ.
Segundo Eliana, foram dois os maiores projetos de sua gestão - "minhas
meninas dos olhos". O primeiro foi o programa "Justiça Plena", que
destravou processos de grande repercussão social que tramitam há anos
nos tribunais, como o assassinato da deputada alagoana Cecy Cunha
(PSDB), com grave dano à imagem do Judiciário. Outro é o projeto que pôr
ordem na gigantesca bagunça dos precatórios nos tribunais brasileiros.
Autora da declaração polêmica de que "a Justiça tem bandidos escondidos
atrás da toga", que produziu forte reação corporativa, ela admitiu que
sua bandeira pela moralização do Judiciário "foi também importante" e
não se arrepende de ter comprado a briga. "Isso (a causa) é pela
preservação do Poder Judiciário como um todo. Se nós não tomarmos
posições firmes agora, nós teremos gravíssimos problemas. Daqui a no
mínimo dois anos, as coisas estarão piores", previu.
O dia em que a Justiça Brasileira se tornar sistêmica, independente, ágil e coativa, e com Tribunais fortes e juízes próximos do cidadão e dos delitos, o Brasil terá justiça, segurança e paz social.
"A Função Precípua da Justiça é a aplicação coativa da Lei aos litigantes" (Hely Lopes Meirelles)- "A Autoridade da Justiça é moral e sustenta-se pela moralidade de suas decisões" (Rui Barbosa)
MAZELAS DA JUSTIÇA
Neste blog você vai conhecer as mazelas que impedem a JUSTIÇA BRASILEIRA de desembainhar a espada da severidade da justiça para cumprir sua função precípua da aplicação coativa das leis para que as leis, o direito, a justiça, as instituições e a autoridade sejam respeitadas. Sem justiça, as leis não são aplicadas e deixam de existir na prática. Sem justiça, qualquer nação democrática capitula diante de ditadores, corruptos, traficantes, mafiosos, rebeldes, justiceiros, imorais e oportunistas. Está na hora da Justiça exercer seus deveres para com o povo, praticar suas virtudes e fazer respeitar as leis e o direito neste país. Só uma justiça forte, coativa, proba, célere, séria, confiável, envolvida como Poder de Estado constituído, integrada ao Sistema de Justiça Criminal e comprometida com o Estado Democrático de Direito, será capaz de defender e garantir a vida humana, os direitos, os bens públicos, a moralidade, a igualdade, os princípios, os valores, a ordem pública e o direito de todos à segurança pública.
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