MAZELAS DA JUSTIÇA

Neste blog você vai conhecer as mazelas que impedem a JUSTIÇA BRASILEIRA de desembainhar a espada da severidade da justiça para cumprir sua função precípua da aplicação coativa das leis para que as leis, o direito, a justiça, as instituições e a autoridade sejam respeitadas. Sem justiça, as leis não são aplicadas e deixam de existir na prática. Sem justiça, qualquer nação democrática capitula diante de ditadores, corruptos, traficantes, mafiosos, rebeldes, justiceiros, imorais e oportunistas. Está na hora da Justiça exercer seus deveres para com o povo, praticar suas virtudes e fazer respeitar as leis e o direito neste país. Só uma justiça forte, coativa, proba, célere, séria, confiável, envolvida como Poder de Estado constituído, integrada ao Sistema de Justiça Criminal e comprometida com o Estado Democrático de Direito, será capaz de defender e garantir a vida humana, os direitos, os bens públicos, a moralidade, a igualdade, os princípios, os valores, a ordem pública e o direito de todos à segurança pública.

terça-feira, 19 de junho de 2012

CORAGEM PARA ATIRAR

ZERO HORA - 19 de junho de 2012 | N° 17105 - ARTIGOS


JOSELMA NOAL, ESCRITORA, PROFESSORA DE LÍNGUA ESPANHOLA DA FURG 

A aposentada de 87 anos que atirou no ladrão, em Caxias do Sul, agiu em legítima defesa e deve servir de modelo à sociedade e não pode, de modo algum, ser julgada por sua atitude!

O caso suscitou polêmica e me fez recordar de outra história:

O dono de um armazém, localizado em um bairro residencial de Porto Alegre, após três assaltos ao seu modesto estabelecimento comercial, resolveu comprar uma arma e agiu em legítima defesa atirando em um ladrão. Após alguns dias do ocorrido, a polícia algemou o homem, na frente do seu pequeno mercado e diante dos vizinhos furiosos, clientes e amigos do comerciante, que gritavam por sua libertação e clamavam por justiça em um país onde homens de bem são condenados por agir em sua própria defesa, já que o Estado não cumpre sua obrigação de garantir segurança à sociedade. Lembro bem da indignação da minha tia, relatando a história vivida por um homem bom e decente como o Seu Fulano, dono do armazém.

Já devem ter se passado uns 10 anos da prisão do dono do armazém e, no entanto, lamentavelmente, nada mudou, e, sem querer ser pessimista, inclusive piorou! A Justiça, em nosso país, continua a cometer injustiça, o Estado permanece sem defender a população e a violência tem aumentado gradativamente e de modo assustador.

De quem é a culpa? Do Estado, pois não prioriza a segurança pública, não consegue combater a criminalidade, não apresenta programas eficientes de reabilitação a drogados e a presidiários.

Para onde caminha o Brasil? Para a Copa do Mundo, eu sei. Boas-vindas aos turistas! E a população permanecerá esquecida, desprotegida e trancafiada em suas casas, vivendo feito prisioneira, em residências com cercas elétricas, alarmes e pagando vigilância privada e muitos impostos a pagar para um Estado ineficiente.

Lamentável a realidade de nosso país e louvável que uma senhora idosa seja dona de tanta coragem para atirar em quem merece!

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Há um ditado taoista: "Onde não há justiça aparecem os bandidos, os rebeldes e os justiceiros". Este ditado expressa muito bem o sentimento nas pessoas de bem que, cansadas e submetidas ao medo constante, já não mais suportam o descaso dos legisladores, a tolerância da justiça e a inércia dos governantes no trato da preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio no Brasil. Assim, passam a defender a pena de morte, a tortura e o  justiçamento dos bandidos. O pior ainda é que estas mesmas "pessoas de bem" continuam apoiando o jeitinho e votando para administrar o Estado e legislar suas vidas, a justiça e a ordem pública com descaso, omissões, ausência, desleixo e benevolências, em promessas vãs e nos políticos suspeitos de improbidades e integrantes da partidos que apoiam fichas-sujas que se preocupam mais com cargos, poder e privilégios que o poder concede. A anomia e a insegurança tem origem nesta postura. 

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