MAZELAS DA JUSTIÇA

Neste blog você vai conhecer as mazelas que impedem a JUSTIÇA BRASILEIRA de desembainhar a espada da severidade da justiça para cumprir sua função precípua da aplicação coativa das leis para que as leis, o direito, a justiça, as instituições e a autoridade sejam respeitadas. Sem justiça, as leis não são aplicadas e deixam de existir na prática. Sem justiça, qualquer nação democrática capitula diante de ditadores, corruptos, traficantes, mafiosos, rebeldes, justiceiros, imorais e oportunistas. Está na hora da Justiça exercer seus deveres para com o povo, praticar suas virtudes e fazer respeitar as leis e o direito neste país. Só uma justiça forte, coativa, proba, célere, séria, confiável, envolvida como Poder de Estado constituído, integrada ao Sistema de Justiça Criminal e comprometida com o Estado Democrático de Direito, será capaz de defender e garantir a vida humana, os direitos, os bens públicos, a moralidade, a igualdade, os princípios, os valores, a ordem pública e o direito de todos à segurança pública.

sábado, 14 de setembro de 2013

O JUIZ E A OPINIÃO PÚBLICA


ZERO HORA 14 de setembro de 2013 | N° 17553

EDITORIAIS


Há quem se lixe para a opinião pública. Mas homens públicos responsáveis, conscientes de que exercem seus mandatos e suas funções em nome dos cidadãos, como recomendam os preceitos da democracia, esses consideram o que pensa a população que paga impostos para sustentar uma administração pública que efetivamente a represente. Pois é para esta opinião pública, que majoritariamente exige justiça no episódio tristemente conhecido como mensalão, que o Supremo Tribunal Federal terá que prestar contas ao final do julgamento.

Tudo o que se disser ou escrever sobre o processo nestes dias que antecedem o voto-desempate sobre a aceitação dos embargos infringentes será interpretado como pressão contrária ou favorável à decisão do ministro Celso de Mello, a quem caberá elucidar a dúvida colegiada do STF. Mas a democracia, felizmente, permite que todos nós tenhamos posições e opiniões, sejamos simples cidadãos, autoridades ou representantes da mídia. E esse jornal tem a sua posição bem clara: a aceitação do questionável recurso, sobre o qual até a mais alta corte do país está dividida, significará transigência com a impunidade de pessoas que delinquiram e gerará uma grande decepção popular. E, ao contrário do que dizem alguns pretensos paladinos da moralidade, a opinião pública importa, sim, pois representa o pensamento da maioria da população, a mesma que democraticamente elege seus dirigentes e representantes políticos.

Reconhecido pelo conteúdo didático de suas intervenções e pela coerência de suas decisões, o magistrado sentenciado ao voto de Minerva tem tempo para uma reflexão profunda sobre as consequências do que dirá à nação na próxima quarta-feira. No mínimo, terá que considerar se é mais apropriado ser coerente com sua visão anterior a respeito do cabimento do recurso ora solicitado pelos réus ou em relação ao seu voto de condenação aos mesmos, que classificou de “marginais do poder”. Se aceitar os embargos, o ministro estará abrindo margem para a impunidade dos responsáveis por atos de corrupção parlamentar que, de acordo com sua própria manifestação anterior, configuraram “tentativa imoral e penalmente ilícita de manipular criminosamente o processo democrático, comprometendo-lhe a integridade, conspurcando-lhe a pureza e suprimindo-lhe os índices essenciais de legitimidade, que representam atributos necessários para justificar a prática honesta e o exercício regular do poder aos olhos dos cidadãos desta nação”. São palavras de Celso de Mello e demonstram clara preocupação com a opinião pública.

Talvez não haja tanta distinção assim entre a Constituição e a opinião pública, como sugeriu o ministro Luis Roberto Barroso para justificar sua posição. A opinião pública é a voz predominante da sociedade. É o mais representativo dos tribunais populares. Como qualquer tribunal, pode acertar e errar. Só não pode ser desrespeitada.

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