BRASÍLIA | CAROLINA BAHIA
Apesar do voto absolutamente técnico apresentado pelo ministro Celso de Mello, é impossível afastar o desânimo e a sensação de que a impunidade bate à porta. Ao iniciar a análise dos embargos, Mello avisou que não seria submetido à pressão da opinião pública, que não estava em jogo o mérito da ação do mensalão, e sim se os embargos existiam ou não. Foi um recorte, sem lances políticos ou discursos apaixonados. Daqui por diante, porém, penas poderão ser desidratadas. O julgamento que mobilizou o país, que dissecou um escândalo envolvendo dinheiro público, partidos e governo, corre o risco de terminar de maneira melancólica. Mas os rumos deste inacreditável terceiro tempo serão ditados pelo novo relator, Luiz Fux. Escolhido por sorteio imediatamente depois da aceitação dos embargos, ele terá papel fundamental, sobretudo na celeridade da análise. Foi um ministro cujos veredictos surpreenderam a muitos. Inclusive, dizem as más línguas, a José Dirceu, recolocado no banco dos réus. Nem tudo está perdido.
Esperança
Já tem réu com direito a novo julgamento buscando reforço nas suas defesas. Famosas bancas de advocacia já analisam contratos.
Boleiros
Celso de Mello citou dois importantes juristas e parlamentares gaúchos para embasar seu voto: Jarbas Lima e Paulo Brossard. Em um raro momento de descontração do plenário, brincando com a colorada Rosa Weber, Mello lembrou que Lima foi também presidente do Inter.
Coxia
Advogados de réus recebidos para audiências com o ministro Celso de Mello em junho de 2012 não se surpreenderam com as justificativas do voto. Ele já havia adiantado a opinião em conversas informais.
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