Diego Abreu - CORREIO BRAZILIENSE, 19/10/2011 07:54
Uma dia depois de os juízes federais anunciarem que vão “represar” os processos de interesse da União como forma de protesto por reajuste salarial de 15%, entidades que reúnem advogados públicos reagiram, ontem, com fortes críticas à Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). Em nota, o Fórum Nacional de Advocacia Pública Federal, que agrega sete associações, alerta que acionará o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) caso os magistrados cumpram a promessa de fazer operação padrão com as ações que têm a União como parte.
Para o presidente do Fórum, Allan Titonelli, “os interesses salariais dos juízes não podem ser confundidos com o papel de prestação jurisdicional”. Segundo ele, se confirmada a postura dos juízes federais de atrasar os processos e o protesto prejudicar a União, ficará configurado crime de prevaricação. O Código Penal define pena de até um ano para quem “retardar ou deixar de praticar o ato de ofício para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”.
“O Conselho Nacional de Justiça deve estar atento a essa intimidação ao governo federal, bem como analisar a conduta individual daqueles que assim procederem”, destaca Titonelli. Ele acrescenta que a decisão dos juízes federais acarretará prejuízo à Advocacia-Geral da União (AGU): “A estratégia é clara para que a União, que tem um quadro deficitário, tenha dificuldade em apresentar suas defesas”.
Em assembleia realizada na última sexta-feira, os juízes federais definiram que vão fazer as citações e intimações à AGU somente em 29 de novembro, um dia antes da paralisação nacional da categoria.
Ontem, o presidente da Ajufe, Gabriel Wedy, recuou em relação à extensão do protesto da entidade e disse que os processos vão tramitar normalmente. Ele avisou que os juízes federais farão um esforço concentrado para analisar as ações, mas que citarão a União somente no dia 29 do próximo mês, “sem qualquer prejuízo à sociedade”. Segundo Wedy, as ações que envolvem direito à saúde e à previdência não serão atingidas, assim como aquelas que tratam de medidas criminais e de urgência.
O presidente do Fórum Nacional de Advocacia Pública Federal discorda da avaliação de que não haverá prejuízo aos brasileiros. “É lamentável tentar dissuadir a população de que esses atos não vão provocar prejuízos à sociedade”, argumenta Allan Titonelli.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Se a justiça se rebela, o que dizer do cidadão que não tem o salário mínimo preconizado pela constituição e que não tem justiça, saúde, educação, segurança, transporte, moradia, alimentação...
O dia em que a Justiça Brasileira se tornar sistêmica, independente, ágil e coativa, e com Tribunais fortes e juízes próximos do cidadão e dos delitos, o Brasil terá justiça, segurança e paz social.
"A Função Precípua da Justiça é a aplicação coativa da Lei aos litigantes" (Hely Lopes Meirelles)- "A Autoridade da Justiça é moral e sustenta-se pela moralidade de suas decisões" (Rui Barbosa)
MAZELAS DA JUSTIÇA
Neste blog você vai conhecer as mazelas que impedem a JUSTIÇA BRASILEIRA de desembainhar a espada da severidade da justiça para cumprir sua função precípua da aplicação coativa das leis para que as leis, o direito, a justiça, as instituições e a autoridade sejam respeitadas. Sem justiça, as leis não são aplicadas e deixam de existir na prática. Sem justiça, qualquer nação democrática capitula diante de ditadores, corruptos, traficantes, mafiosos, rebeldes, justiceiros, imorais e oportunistas. Está na hora da Justiça exercer seus deveres para com o povo, praticar suas virtudes e fazer respeitar as leis e o direito neste país. Só uma justiça forte, coativa, proba, célere, séria, confiável, envolvida como Poder de Estado constituído, integrada ao Sistema de Justiça Criminal e comprometida com o Estado Democrático de Direito, será capaz de defender e garantir a vida humana, os direitos, os bens públicos, a moralidade, a igualdade, os princípios, os valores, a ordem pública e o direito de todos à segurança pública.
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