RELAÇÃO ABALADA
Levantamento da FGV em seis Estados mapeou o que pensa o brasileiro sobre diferentes instituições - LUÍSA MEDEIROS, ZERO HORA 16/05/2012
Judiciário perde pontos
A confiança no Judiciário também caiu, em relação à pesquisa anterior. No último trimestre de 2011, o Judiciário alcançou uma nota de 5,3 pontos (numa escala de 0 a 10) e, no primeiro trimestre deste ano, marcou 5,2 pontos. A população do Distrito Federal foi a que declarou confiar mais no Judiciário, seguida pelo Rio Grande do Sul.De acordo com a coordenadora da pesquisa e professora da FGV Luciana Gross Cunha, assim como ocorre no Judiciário, o grau de insatisfação com a polícia e consequente desconfiança na instituição afetam a sua legitimidade e funcionamento.
– A pesquisa mede a expectativa da população em relação ao funcionamento dessas instituições. Se eu não confio, não levo em conta essa instituição no meu dia a dia.
Pesquisa diz que maioria desconfia da polícia no RS
A
maioria dos gaúchos pouco confia nas forças policiais. É o que mostra
uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) realizada com moradores do
Interior e da Região Metropolitana. Conforme o levantamento, 53,9% das
pessoas ouvidas no Estado consideram a polícia nada ou pouco confiáveis.
A rejeição está diretamente relacionada à alta insatisfação de quem
precisou de socorro.
O estudo da FGV ouviu 1.550 pessoas de seis Estados e mapeou o grau de confiança nas mais diversas instituições. O destaque ficou justamente com o alto índice de desconfiança nas forças policiais, que chegou a 61,6% em todo o país. No Rio Grande do Sul, 7,1% disseram que a polícia é nada confiável e 46,8% a classificaram como pouco confiável.
O pedido de anonimato de uma professora de 34 anos, moradora do bairro Restinga, na Capital, por medo de represálias, sinaliza a falta de confiança revelada pela estatística. Ela conta que teme pela integridade do filho, de 18 anos. Segundo a mulher, no bairro onde mora o simples fato de andar de boné pela rua já pode ser um motivo para uma abordagem da polícia – muitas vezes, diz, com violência.
Receio é maior entre pessoas de baixa renda
A falta de confiança é mais evidente na população de baixa renda. Em todo o país, 77% das pessoas com renda inferior a dois salários mínimos não confiam na polícia, enquanto o índice alcança 59% na a população com renda acima de 10 salários mínimos. O sociólogo da UFRGS Juan Mariño avalia que o fenômeno atinge as camadas sociais de forma diferente. O efeito, no entanto, é importante tanto para classes baixas quanto para classes altas:
– A classe média está permanentemente ameaçada com experiências de violência e vê pouca penalização desses criminosos. A classe baixa se encontra pressionada pela bandidagem e, frequentemente, pela própria polícia.
Para modificar essa realidade, diz, somente com processos de pacificação nas comunidades, que beneficiaria toda a sociedade.
Procurada por ZH, a Secretaria Estadual da Segurança Pública informou que não comenta dados de pesquisa.
O estudo da FGV ouviu 1.550 pessoas de seis Estados e mapeou o grau de confiança nas mais diversas instituições. O destaque ficou justamente com o alto índice de desconfiança nas forças policiais, que chegou a 61,6% em todo o país. No Rio Grande do Sul, 7,1% disseram que a polícia é nada confiável e 46,8% a classificaram como pouco confiável.
O pedido de anonimato de uma professora de 34 anos, moradora do bairro Restinga, na Capital, por medo de represálias, sinaliza a falta de confiança revelada pela estatística. Ela conta que teme pela integridade do filho, de 18 anos. Segundo a mulher, no bairro onde mora o simples fato de andar de boné pela rua já pode ser um motivo para uma abordagem da polícia – muitas vezes, diz, com violência.
Receio é maior entre pessoas de baixa renda
A falta de confiança é mais evidente na população de baixa renda. Em todo o país, 77% das pessoas com renda inferior a dois salários mínimos não confiam na polícia, enquanto o índice alcança 59% na a população com renda acima de 10 salários mínimos. O sociólogo da UFRGS Juan Mariño avalia que o fenômeno atinge as camadas sociais de forma diferente. O efeito, no entanto, é importante tanto para classes baixas quanto para classes altas:
– A classe média está permanentemente ameaçada com experiências de violência e vê pouca penalização desses criminosos. A classe baixa se encontra pressionada pela bandidagem e, frequentemente, pela própria polícia.
Para modificar essa realidade, diz, somente com processos de pacificação nas comunidades, que beneficiaria toda a sociedade.
Procurada por ZH, a Secretaria Estadual da Segurança Pública informou que não comenta dados de pesquisa.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Não
devemos estranhar estes números, já que esta desconfiança nas polícias e
no judiciário vem aumentando a cada pesquisa realizada para identificar
os níveis de confiança das Instituições brasileiras. Estão se
aproximando aos dos políticos, totalmente desacreditados pelas mesmas
pessoas eleitoras que os colocam no parlamento. O descrédito nas
polícias tem causa na ausência nas ruas, na inoperância investigativa e
inutilidade dos esforços causados pelas benevolências das leis e pela
indiferença e morosidade do judiciário no trato das questões de ordem
pública. E, justamente, estas duas causas (leis benevolentes) e
(mazelas) são as que produzem descrédito no Judiciário, o instrumento
mais importante para na sobrevivência da democracia e na preservação da
paz social e da vida e patrimônio das pessoas.
Nos números apresentados, a pesquisa
mostra que no RS as forças armadas possuem um índice de confiança de
79,2 %, o MP de 63,6 %, o Judiciário de 52,6%, a Polícia de 46,1 %, o Congresso Nacional de 18,2 %, e os Partidos Políticos de 5,1 %. Em relação às polícias, verifica-se um indicador de 65,5 % no grau
de insatisfação quando foi pedida ajuda, o que é muito alta. Acredito
que seja mais pela demora no atendimento do que pelos procedimentos
realizados.
Mesmo saindo de uma imagem de
protagonista principal de uma ditadura de 20 anos imposta ao país, as
Forças Armadas não perderam a confiança do povo brasileiro, ocorrendo o
contrário com as instituições ditas democráticas como o Judiciário
(poder que aplica a lei), o Congresso Nacional (poder que elabora as
leis) e os Partidos políticos (segmentos que apresentam programas e
candidatos para representar diretamente o povo nos parlamentos e no
governo do Executivo). Este indicadores retratam a insatisfação de um
povo para com o Estado que governa em seu nome. É muito perigoso, pois
reforça aqueles que pedem o retorno da ditadura no Brasil.
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