ZERO HORA 29 de dezembro de 2012 | N° 17297
NOVA ESTRATÉGIA | Humberto Trezzi
O desabafo do delegado
Com a entrada em campo da PF e ações integradas das polícias Civis, é chegada a hora de o Judiciário se agilizar na questão de assaltos a banco. Pelo menos é esta a opinião de um conceituado policial gaúcho, o delegado Guilherme Wondracek, diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
– Tenho inveja da polícia catarinense. Eles têm um Judiciário sempre a postos e conseguem resposta em 24 horas, não em duas ou três semanas, como tem ocorrido aqui no Rio Grande do Sul. Essa é a nossa mágoa – desabafa o policial.
A queixa dos policiais civis, às claras, é a mesma que policiais federais fazem a Zero Hora de forma mais discreta. As duas polícias sofrem com falta de agilidade dos juízes, quando se trata de apreciar pedidos de prisão, interceptação telefônica ou busca de provas. Hora de analisar: é compreensível que um magistrado tenha dúvidas sobre mandar prender ou não alguém. Ou antes de deixar que policiais revistem sua casa de alto a baixo. O problema é que, reconhecem os policiais, na maioria dos casos o juiz não tem dúvidas: ele tem é uma mesa repleta de trabalho e pouco tempo para analisar tanta papelada. O resultado é que muito pedido de urgência leva dias ou até semanas para ser apreciado.
Ora, criminoso escolado fica apenas alguns dias com um telefone, antes de trocá-lo. Está sempre mudando de casa. Remove também dinheiro e armas, que são indícios materiais. É por isso que um pedido de busca ou interceptação da polícia é sempre urgente. Precisam agir, antes que as provas sumam. No desespero, alguns policiais recorrem a magistrados amigos. Não deve ser assim. Já diz um ditado: Justiça tarda, mas não falha. Pois urge que tarde menos ou então a bandidagem continuará com motivos para celebrar.
O desabafo do delegado
Com a entrada em campo da PF e ações integradas das polícias Civis, é chegada a hora de o Judiciário se agilizar na questão de assaltos a banco. Pelo menos é esta a opinião de um conceituado policial gaúcho, o delegado Guilherme Wondracek, diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
– Tenho inveja da polícia catarinense. Eles têm um Judiciário sempre a postos e conseguem resposta em 24 horas, não em duas ou três semanas, como tem ocorrido aqui no Rio Grande do Sul. Essa é a nossa mágoa – desabafa o policial.
A queixa dos policiais civis, às claras, é a mesma que policiais federais fazem a Zero Hora de forma mais discreta. As duas polícias sofrem com falta de agilidade dos juízes, quando se trata de apreciar pedidos de prisão, interceptação telefônica ou busca de provas. Hora de analisar: é compreensível que um magistrado tenha dúvidas sobre mandar prender ou não alguém. Ou antes de deixar que policiais revistem sua casa de alto a baixo. O problema é que, reconhecem os policiais, na maioria dos casos o juiz não tem dúvidas: ele tem é uma mesa repleta de trabalho e pouco tempo para analisar tanta papelada. O resultado é que muito pedido de urgência leva dias ou até semanas para ser apreciado.
Ora, criminoso escolado fica apenas alguns dias com um telefone, antes de trocá-lo. Está sempre mudando de casa. Remove também dinheiro e armas, que são indícios materiais. É por isso que um pedido de busca ou interceptação da polícia é sempre urgente. Precisam agir, antes que as provas sumam. No desespero, alguns policiais recorrem a magistrados amigos. Não deve ser assim. Já diz um ditado: Justiça tarda, mas não falha. Pois urge que tarde menos ou então a bandidagem continuará com motivos para celebrar.
Ataques mobilizam polícias do RS e de SC
A visão de bandidos com capuz, armados com o que há de melhor na indústria bélica, dominando reféns e com maior poder de fogo que as polícias, tem apavorado as autoridades em todo o Brasil. Tanto que essa modalidade de crime, conhecida como Novo Cangaço, foi assunto dominante no encontro nacional de chefes de Inteligência policial, que congregou nos dias 13 e 14 em Brasília policiais civis de todos os 27 Estados.
De todos os tipos de assalto a banco, Novo Cangaço, que nasceu nos estados do Nordeste e de uns anos para cá migrou para o sul do país, é o mais temido. A tática é dominar pequenas comunidades e fazer o maior número possível de reféns. Em alguns casos, os bandidos cortam as comunicações telefônicas de toda a região, numa autêntica operação militar.
– Temos trocado informações, dossiês, fotos – resume o delegado Ranolfo Vieira Junior, chefe de Polícia do Rio Grande do Sul.
A cooperação é mais intensa entre os Estados do Sul, que registraram 504 ataques até outubro – ante 293 no mesmo período do ano passado. Um cálculo extraoficial é de que os bancos percam, em média, R$ 60 milhões anuais.
Como resultado da integração, em 22 de dezembro, o delegado Juliano Ferreira, titular da Delegacia de Roubos, coordenou uma operação-conjunta com colegas catarinenses. Vinte e cinco agentes participaram da ação, que resultou na prisão de três foragidos. Os policiais prenderam Douglas Souza da Silva, 27 anos, Fábio Rode de Oliveira, 22 anos, e Denis Martins Fernandes, 32 anos. Com eles foram encontrados dois fuzis (modelos M-16 e AK-47), pistolas, centenas de projéteis, miguelitos, dois coletes à prova de bala, quatro toucas ninjas, roupas camufladas, 10 celulares, câmera fotográfica, luvas e até uma alavanca usada para quebrar os caixas eletrônicos.
O trio teria vínculo com Elisandro Falcão, foragido suspeito de lidera a maioria dos assaltos com uso de explosivos e com vítimas usadas como escudos humanos na Serra.
Em Santa Catarina, o bando de Falcão é suspeito de um assalto em Praia Grande em 2011, do ataque a um carro-forte em Dona Francisca (próximo a Joinville) em outubro passado e também do assalto em Sombrio.
A visão de bandidos com capuz, armados com o que há de melhor na indústria bélica, dominando reféns e com maior poder de fogo que as polícias, tem apavorado as autoridades em todo o Brasil. Tanto que essa modalidade de crime, conhecida como Novo Cangaço, foi assunto dominante no encontro nacional de chefes de Inteligência policial, que congregou nos dias 13 e 14 em Brasília policiais civis de todos os 27 Estados.
De todos os tipos de assalto a banco, Novo Cangaço, que nasceu nos estados do Nordeste e de uns anos para cá migrou para o sul do país, é o mais temido. A tática é dominar pequenas comunidades e fazer o maior número possível de reféns. Em alguns casos, os bandidos cortam as comunicações telefônicas de toda a região, numa autêntica operação militar.
– Temos trocado informações, dossiês, fotos – resume o delegado Ranolfo Vieira Junior, chefe de Polícia do Rio Grande do Sul.
A cooperação é mais intensa entre os Estados do Sul, que registraram 504 ataques até outubro – ante 293 no mesmo período do ano passado. Um cálculo extraoficial é de que os bancos percam, em média, R$ 60 milhões anuais.
Como resultado da integração, em 22 de dezembro, o delegado Juliano Ferreira, titular da Delegacia de Roubos, coordenou uma operação-conjunta com colegas catarinenses. Vinte e cinco agentes participaram da ação, que resultou na prisão de três foragidos. Os policiais prenderam Douglas Souza da Silva, 27 anos, Fábio Rode de Oliveira, 22 anos, e Denis Martins Fernandes, 32 anos. Com eles foram encontrados dois fuzis (modelos M-16 e AK-47), pistolas, centenas de projéteis, miguelitos, dois coletes à prova de bala, quatro toucas ninjas, roupas camufladas, 10 celulares, câmera fotográfica, luvas e até uma alavanca usada para quebrar os caixas eletrônicos.
O trio teria vínculo com Elisandro Falcão, foragido suspeito de lidera a maioria dos assaltos com uso de explosivos e com vítimas usadas como escudos humanos na Serra.
Em Santa Catarina, o bando de Falcão é suspeito de um assalto em Praia Grande em 2011, do ataque a um carro-forte em Dona Francisca (próximo a Joinville) em outubro passado e também do assalto em Sombrio.
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