RICOS E POBRES. Barbosa diz que Justiça é desigual
Presidente do STF afirmou ainda que status social e cor da pele influenciam em decisões do Judiciário
A morosidade da Justiça, a atuação da imprensa e as fragilidades da democracia brasileira foram temas de um discurso do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, em uma solenidade na Costa Rica, ontem. Em inglês, o magistrado falou para a plateia de um evento em comemoração pelo Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.
Ele criticou o excesso de recursos possíveis na Justiça brasileira, o foro privilegiado, que garante a políticos serem julgados em tribunais especiais, e a falta de transparência no Judiciário.
– Da primeira para a segunda instância, às vezes há 15, 20 diferentes recursos. Qual a conclusão? Uma longa demora, é claro. Um caso envolvendo duas ou três pessoas não é concluído no Brasil em menos de cinco, sete, às vezes 10 anos, dependendo do status social da pessoa – afirmou.
Para ele, a falta de transparência no processo judicial e o poder econômico privilegiam determinados grupos.
– As pessoas são tratadas de forma diferente de acordo com seu status, sua cor de pele e o dinheiro que têm – disse o magistrado.
O presidente do Supremo voltou a citar o encontro privado entre advogados e juízes como falta de transparência, o que já havia feito durante o julgamento do mensalão e, mais recentemente, em uma sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
– A Argentina deu um passo muito importante dois anos atrás baixando uma norma de que nenhum advogado pode ter contato privado com um juiz sem a presença de outras partes – disse Barbosa, enaltecendo a experiência no país vizinho.
Como a liberdade de imprensa era o tema principal do evento, o ministro expôs sua opinião sobre os meios de comunicação no Brasil. Disse que os três maiores jornais brasileiros têm opiniões “mais ou menos” de direita e reclamou da ausência de negros nas redações de jornais e TVs do país.
– Agora o Brasil só tem três jornais nacionais, todos mais ou menos se alinham à direita no campo das ideias.
Em seguida, fez referências à falta de diversidade racial nos veículos de comunicação:
– Como muitos aqui devem saber, no Brasil, negros e mulatos compõem 50% a 51% do total da população, de acordo com o último censo de 2010. Mas não brancos são muito raros nas redações, nas telas da televisão, sem mencionar a ausência nas posições de controle ou liderança nas empresas de mídia.
SÃO JOSÉ, COSTA RICA
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA -JUSTIÇA DESIGUAL E MOROSA: Isto nós já sabemos há décadas, Meritíssimo! O povo gostaria é de saber o que o PODER JUDICIÁRIO está fazendo para mudar esta "status quo" lamentável e injusto?
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