MAZELAS DA JUSTIÇA

Neste blog você vai conhecer as mazelas que impedem a JUSTIÇA BRASILEIRA de desembainhar a espada da severidade da justiça para cumprir sua função precípua da aplicação coativa das leis para que as leis, o direito, a justiça, as instituições e a autoridade sejam respeitadas. Sem justiça, as leis não são aplicadas e deixam de existir na prática. Sem justiça, qualquer nação democrática capitula diante de ditadores, corruptos, traficantes, mafiosos, rebeldes, justiceiros, imorais e oportunistas. Está na hora da Justiça exercer seus deveres para com o povo, praticar suas virtudes e fazer respeitar as leis e o direito neste país. Só uma justiça forte, coativa, proba, célere, séria, confiável, envolvida como Poder de Estado constituído, integrada ao Sistema de Justiça Criminal e comprometida com o Estado Democrático de Direito, será capaz de defender e garantir a vida humana, os direitos, os bens públicos, a moralidade, a igualdade, os princípios, os valores, a ordem pública e o direito de todos à segurança pública.

sábado, 17 de outubro de 2015

JUÍZES COM MEDO

REVISTA ISTO É N° Edição: 2394 | 16.Out.15 - 20:00 |
 

Aumenta o número de magistrados que, ao combater traficantes, crime organizado e grilagem de terras, são ameaçados pelos bandidos e recorrem aos serviços de escolta

Fabíola Perez (fabiola.perez@istoe.com.br)


Ojuiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, 47 anos, não vai mais a shows, restaurantes, nem à praia desde que foi vítima de um atentado liderado por membros de uma facção criminosa no fórum em que trabalhava em Bangu, no Rio de Janeiro. O combate à grilagem de terra e lavagem de dinheiro do juiz Heliomar Rios, 36 anos, na pequena cidade de Bom Jesus, no Piauí, lhe custou a distância da família, que vive na capital, Teresina, para se proteger. O magistrado pernambucano Odilon de Oliveira, 66 anos, vai à academia com carro blindado e divide a casa com mais dez policiais federais responsáveis por sua segurança. Os três compõem o grupo de 202 juízes brasileiros que abriu mão de boa parte da liberdade em função do trabalho que desempenham. O último levantamento, realizado pelo Conselho Nacional de Justiça, reúne pedidos de escolta de magistrados somente até 2013, mas de lá para cá juízes ouvidos por ISTOÉ afirmam que esse número aumentou. E mais: o esquema de segurança ainda não é suficiente para impedir atentados orquestrados por bandidos. “O crescimento da criminalidade se reflete nas ameaças contra juízes”, diz Gervásio dos Santos, coordenador da Justiça Estadual da Associação dos Magistrados Brasileiros.


MISSÃO
Um dos seguranças do juiz Alexandre Teixeira, do Rio de Janeiro,
foi assassinado por milicianos numa emboscada

Teixeira é um dos juízes mais perseguidos do País. Desde 2005, o primeiro ano em que assumiu como titular da Vara Criminal de Bangu, ele recebe ameaças de facções criminosas. A região em que atuava é conhecida por viver sob domínio de três organizações, o Comando Vermelho, Amigo dos Amigos e Terceiro Comando Puro. “Quando a polícia começou a reprimir criminosos, minha vida se tornou um inferno”, diz o magistrado. O dia mais trágico, segundo ele, ocorreu em outubro de 2013 quando o Fórum de Bangu foi invadido. O ataque tinha como objetivo resgatar dois presos e assassiná-lo. Na ação, porém, morreram um garoto de oito anos e um segurança da equipe, ambos alvejados por tiros de fuzis. “Até hoje sinto uma amargura. Depois desse fato nunca mais fui o mesmo.”

Hoje, o juiz continua amparado por uma escolta de seis homens e um carro blindado. As ameaças chegam por cartas com fotos de familiares, planos para assassina-lo e até tentativas de obter dados pessoais por meio da Receita Federal. “Tentei me isolar, evito ao máximo me expor ou mudar de roteiro”, diz. “As perdas que causei para as organizações criminosas geraram promessas eternas de perseguição.” Recentemente, outro caso de violência contra profissionais da Justiça chocou o estado. A juíza Daniela Barbosa Assumpção, da Vara de Execuções Penais, foi agredida durante uma visita ao Batalhão Especial Prisional em Benfica. Ela teve os sapatos e os óculos arrancados e a blusa rasgada durante visita em uma das alas. “Muitas vezes, um juiz corre perigo mesmo sem sofrer ameaças prévias”, diz Santos, da ABM. “Mas os recursos, que vem do orçamento do Judiciário, são insuficientes para uma demanda tão grande.”


RESTRIÇÃO
O juiz pernambucano Odilon de Oliveira mora com dez policiais federais: passos vigiados

Um dos primeiros juízes federais que teve de recorrer ao serviço de segurança 24 horas foi o magistrado Odilon de Oliveira. O pernambucano, que atua na 3ª Vara Federal de Campo Grande, combate o tráfico de drogas e crimes de lavagem de dinheiro nas fronteiras do País desde 1998. “Minha liberdade ficou muito restrita, não faço nada sem a escolta”, afirma. Além do tráfico, conflitos por terra também fazem vítimas de intimidações juízes do Norte e Nordeste do País. No Piauí, Heliomar Rios, o titular da Vara Agrária de Bom Jesus, foi informado em 2013, pelo Serviço de Inteligência da Polícia do Espírito Santo, que havia um plano para assassiná-lo orquestrado por grileiros. Até hoje a Polícia Federal investiga as ameaças contínuas. Isso porque Rios realiza todos os dias perícias para detectar fraudes em terras sob suspeita. “Começamos a mexer com políticos e pessoas renomadas que se incomodam com o nosso trabalho.” Há dois anos, Rios vive separado da família. Ele conta que a esposa já pediu diversas vezes para ele se afastar da Vara Agrária. “Não pretendo parar, só se me matarem”, diz.



Fotos: Eduardo Zappia; Mazão Ramires/Folhapress


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - JUÍZES COM MEDO?!? - O QUE FAZEM AS ALTAS CORTES E OS DEMAIS MAGISTRADOS QUE NÃO REAGEM PARA EXIGIR INDEPENDÊNCIA PLENA, LEIS SEVERAS E SISTEMA DE JUSTIÇA ÁGIL E COATIVO PARA ENFRENTAR O CRIME? Está na hora dos magistrados pensarem mais na nação, nas leis e na justiça do que em seus interesses pessoais e corporativos.

Um comentário:

  1. 6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.
    Mateus 5:6

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