Reintegração de posse da Câmara é suspensa. Para evitar retirada forçada, juíza marca audiência com vereadores e ativistas
JULIANO RODRIGUES
JULIANO RODRIGUES
O mais recente capítulo da ocupação da Câmara de Porto Alegre, tomada desde a quarta-feira passada por manifestantes, foi a suspensão da reintegração de posse pela Justiça. O dia ainda foi marcado pela queda de braço entre a presidência da Casa, chefiada por Thiago Duarte (PDT), e os vereadores de PT, PSOL e o governo estadual.
Adeterminação de desocupação do prédio havia sido emitida pelo judiciário no sábado, mas foi cancelada ontem pela juíza Cristina Marchesan da Silva. Ela alega que a ocupação é pacífica e organizada, o que dispensa a necessidade de uso de força policial.
“Existe a necessidade de se encontrar um mecanismo, uma forma de dialogar para diminuir o impacto de uma retirada violenta dos manifestantes”, escreve em seu despacho.
A suspensão do pedido teve a participação decisiva dos oficiais de Justiça que foram à Câmara na tarde de ontem.
– É uma situação delicada. Há crianças lá dentro e existe uma disposição do grupo em resistir. Isso precisa ser considerado – afirmou o oficial José Gabriel Irace, que ficou durante mais de uma hora e meia dentro do plenário.
O motivo alegado pelo Bloco de Luta pelo Transporte Público para não deixar o local é a ruptura das negociações pela presidência da Casa. Os ativistas convocaram uma entrevista coletiva para o início da noite passada, mas responderam apenas a questões formuladas pelos veículos de sua simpatia. O que determinou a cisão do grupo com o presidente da Câmara foi o pedido de reintegração feito no sábado.
– Não tem mesa de negociação. Meu pedido é irreversível e espero que eles (os manifestantes) cumpram a decisão – disse Thiago, antes da suspensão da liminar pela Justiça.
O vereador também culpou o governador Tarso Genro pela ausência da Brigada Militar no local, alegando que a corporação estava descumprindo uma determinação judicial. Durante o dia, parlamentares do PT e do PSOL estiveram na Câmara para conversar com os manifestantes. Eles garantem que há disposição de dialogar com o presidente da Casa para viabilizar a desocupação.
– Infelizmente, o Dr. Thiago decidiu romper o diálogo e transformar a situação em um fato político – lamentou Alberto Kopittke (PT).
Amanhã, às 15h, ocorrerá uma audiência de conciliação entre a presidência do Legislativo e os ativistas, mediada pela Justiça, para buscar uma solução pacífica para a desocupação.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - QUE JUSTIÇA É ESTA QUE DESMORALIZA E DEIXA DESMORALIZAR SUAS PRÓPRIAS DECISÕES?
Invasão pacífica?!? Desconheço uma invasão ser pacífica. O significado de "Invadir" (v.t.) é "entrar violentamente em". Portanto o próprio termo "invadir" envolve ato violento. Eles pularam o portão, ocuparam a força as dependências da câmara , agrediram o presidente da casa e não acataram a ordem judicial...e não é violência?!?
A propósito: O diálogo deveria ter sido feito antes da decisão judicial e não depois da desobediência. Deixa a impressão de que a justiça do RS é fraca e incoerente.
AUTOR: RÁDIO GAÚCHA
12/07/2013 às 18:47
AUTOR: RÁDIO GAÚCHA
12/07/2013 às 18:47
Presidente da Câmara é agredido em tentativa de invasão à TV Câmara - 12/07/2013
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