MAZELAS DA JUSTIÇA

Neste blog você vai conhecer as mazelas que impedem a JUSTIÇA BRASILEIRA de desembainhar a espada da severidade da justiça para cumprir sua função precípua da aplicação coativa das leis para que as leis, o direito, a justiça, as instituições e a autoridade sejam respeitadas. Sem justiça, as leis não são aplicadas e deixam de existir na prática. Sem justiça, qualquer nação democrática capitula diante de ditadores, corruptos, traficantes, mafiosos, rebeldes, justiceiros, imorais e oportunistas. Está na hora da Justiça exercer seus deveres para com o povo, praticar suas virtudes e fazer respeitar as leis e o direito neste país. Só uma justiça forte, coativa, proba, célere, séria, confiável, envolvida como Poder de Estado constituído, integrada ao Sistema de Justiça Criminal e comprometida com o Estado Democrático de Direito, será capaz de defender e garantir a vida humana, os direitos, os bens públicos, a moralidade, a igualdade, os princípios, os valores, a ordem pública e o direito de todos à segurança pública.

quinta-feira, 21 de março de 2013

O PULA-CATRACA DRIBLA A JUSTIÇA

ZERO HORA 19/03/2013 | 21h35

Drible na Justiça
O pula-catraca: como o infrator invadiu a Arena em jogo da Libertadores. Proibido de entrar no estádio, Molejo deveria se apresentar à polícia na hora dos jogos


Paulo Roberto Rodrigues Oliveira, o Molejo, pulou a catraca da Arena na partida contra a LDUFoto: Reprodução


Paulo Germano



– Tem gente pulando catraca! – anunciou o major Mário Augusto ao receber a notícia pelo rádio.

Ele comandava um pelotão de 20 PMs dentro da Arena, e ainda faltava uma hora para o Grêmio entrar em campo para encarar a LDU, pela Libertadores, naquela noite de quinta-feira, 31 de janeiro. Não demorou muito para uma pancadaria começar nas arquibancadas, onde integrantes da torcida Geral começavam a se instalar. Foi quando o major recebeu outra mensagem no rádio - o interlocutor também era um PM, sentado em uma sala restrita do estádio, observando as câmeras de vigilância que registravam o tumulto.

– Um dos caras que pularam a catraca está no meio da briga – disse o homem da salinha. – Aliás, ele é um dos proibidos de entrar no estádio, nem poderia estar aqui.

Era Paulo Roberto Rodrigues Oliveira, o Molejo, protagonista da imagem publicada nesta quarta na capa de Zero Hora. Assim como outros 30 torcedores envolvidos em um tumulto na semana anterior, Molejo deveria se apresentar à polícia sempre que o Grêmio jogasse em Porto Alegre. Mas, não contente em desrespeitar a ordem da Justiça, ele ainda invadiu a Arena por cima da roleta. E já se meteu a brigar de novo.

O pelotão do major Mário Augusto, situado à beira do gramado, avançou unido em direção à baderna. Quando os 20 PMs se aproximaram, conforme conta o soldado Júnior Paiva, Molejo agarrou a mão da namorada (por mais estranho que possa parecer a namorada estar por ali) e virou as costas. Saiu caminhando tranquilamente, subindo as arquibancadas. Já com as algemas na mão, perto das lancherias, o soldado Paiva o abordou:

– O senhor está preso e sabe por quê.

– Desculpa, não deveria ter vindo. Me dá uma força – teria dito Molejo, de acordo com o soldado.

Sem chance. A namorada ficou para trás, já o PM e o infrator se encaminharam ao posto do Juizado Especial Criminal (Jecrim) situado dentro da Arena. Havia muita gente no Jecrim, e até encaminhar toda a papelada, só no final do jogo eles sairiam de lá. Enquanto isso, no gramado, Elano marcava o gol do Grêmio contra a LDU - e o alambrado do setor da Geral desabava com a avalanche, ferindo oito torcedores.

Jogo encerrado, Grêmio classificado, o soldado Paiva enfim conseguia uma viatura para encaminhar Molejo à delegacia, onde seria lavrado o flagrante por desobediência. De novo, muita gente na fila. Passava das três da manhã quando o delegado de plantão — que ZH não conseguiu localizar — atendeu à ocorrência. O flagrante, segundo Paiva, não foi registrado por opção do delegado.

Molejo foi liberado e, ainda de acordo com o soldado, tomou um táxi da delegacia e retornou à Arena para buscar seu carro. Nesta terça, ZH tentou ouvi-lo, mas ele evitou falar. Já Paiva, naquele dia, retornou ao quartel para largar seus equipamentos. O soldado teria apenas três horas para dormir: um plantão de 24 horas começaria dali a pouco, às oito da manhã.

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