APÓS DEMISSÃO. “Não tenho vontade de permanecer no Judiciário”. ENTREVISTA: Marcelo Colombelli Mezzomo, juiz demitido - LUCIANA RODOLPHI | RBS TV, ZERO HORA 09/02/2011
RBS TV – O senhor vai recorrer da decisão?
Marcelo Colombelli Mezzomo – Não. Já havia dito à vice presidência do TJ, há alguns meses, que, pra mim, o que decidissem estava bem decidido. Não contratei advogado, e até deixei de me manifestar no processo. Não tenho nenhuma vontade de permanecer no Judiciário. Em dezembro, já havia pedido exoneração, e não foi pra escapar dos processos. É porque realmente não quero mais estar no Judiciário. É só um cargo público. Vivi antes dele e vou continuar a viver sem ele. Mas se é transparência que se busca com a divulgação da decisão, pergunto: por que não são divulgadas todas as punições e decisões sempre? Ou se divulga todas, ou nenhuma. Acho que todas deveriam ser divulgadas sempre.
RBS TV – Qual a sua versão sobre o que ocorreu na sorveteria?
Mezzomo – A que está no processo. Agora que divulgaram quase todo, apesar de correr em sigilo, o que me causa estranheza, é fácil ir lá e ver.
RBS TV – A dona da sorveteria chegou a mencionar que talvez o senhor estivesse sob a influência de drogas. O que tem a dizer sobre isso?
Mezzomo – Lamentável o comentário dela. Nunca usei drogas. Acho uma maneira covarde de fugir da realidade. Se quiserem, faço qualquer teste a qualquer hora. Aliás, perguntem do meu trabalho contra as drogas em Erechim, onde lancei campanha pioneira contra o crack, em março de 2008, e das 53 palestras que ministrei em 18 municípios de quatro comarcas daquela região nos menos de dois anos em que lá trabalhei, todas gratuitas e algumas delas à noite, em comunidades longínquas. Nestas palestras, que não se encontravam dentro das minhas atribuições funcionais, mas que de bom grado ministrei, sem nada receber em troca que não o reconhecimento dos presentes, e às custas dos meus horários de folga, deixei bem clara minha posição em relação às drogas. Não usei, não uso e não usarei drogas, e falo para quem posso e sempre que posso, para dizer não sempre a qualquer droga, que hoje é a grande causa da criminalidade e da desagregação familiar.
RBS TV – O que aconteceu entre o senhor e a atendente?
Mezzomo – Absolutamente nada. Nem a conheço. O local era público, estava aberto e tinha mais gente lá. Não ofendi ninguém e sequer mencionei quem eu era. Se ficaram sabendo, não foi por minha boca. Nunca fiz questão de dizer minha profissão. Como disse, é só um cargo público.
RBS TV – O senhor está exercendo alguma outra atividade profissional no momento?
Mezzomo – Não, e nem posso. Enquanto servidor público, estou submetido às limitações do cargo, não podendo exercer outras atividades profissionais. Apenas tenho escrito um livro de ficção e estudado Física. Nada mais.
A NOTÍCIA:
Juiz demitido nega conduta imprópria e diz não ter vontade de continuar no Judiciário. Magistrado perdeu o cargo por supostos comentários impróprios dirigidos a funcionária de sorveteria em Três Passos - Zero Hora Online, Justiça | 09/02/2011 | 03h57min
Na terça-feira, ganhou dimensão nacional a notícia do primeiro juiz gaúcho a ser demitido, após ter respondido a processo administrativo no Tribunal de Justiça do Estado (TJ). Marcelo Colombelli Mezzomo, que até 2010 atuava na comarca de Três Passos, perdeu o cargo por supostos comentários impróprios dirigidos a uma funcionária de uma sorveteria. Em entrevista por e-mail à RBS TV, o magistrado negou a conduta imprópria e disse que não vai recorrer. Mezzomo já havia sofrido censura por envolvimento em acidente de trânsito e era alvo de outros processos por conduta inconveniente.
O dia em que a Justiça Brasileira se tornar sistêmica, independente, ágil e coativa, e com Tribunais fortes e juízes próximos do cidadão e dos delitos, o Brasil terá justiça, segurança e paz social.
"A Função Precípua da Justiça é a aplicação coativa da Lei aos litigantes" (Hely Lopes Meirelles)- "A Autoridade da Justiça é moral e sustenta-se pela moralidade de suas decisões" (Rui Barbosa)
MAZELAS DA JUSTIÇA
Neste blog você vai conhecer as mazelas que impedem a JUSTIÇA BRASILEIRA de desembainhar a espada da severidade da justiça para cumprir sua função precípua da aplicação coativa das leis para que as leis, o direito, a justiça, as instituições e a autoridade sejam respeitadas. Sem justiça, as leis não são aplicadas e deixam de existir na prática. Sem justiça, qualquer nação democrática capitula diante de ditadores, corruptos, traficantes, mafiosos, rebeldes, justiceiros, imorais e oportunistas. Está na hora da Justiça exercer seus deveres para com o povo, praticar suas virtudes e fazer respeitar as leis e o direito neste país. Só uma justiça forte, coativa, proba, célere, séria, confiável, envolvida como Poder de Estado constituído, integrada ao Sistema de Justiça Criminal e comprometida com o Estado Democrático de Direito, será capaz de defender e garantir a vida humana, os direitos, os bens públicos, a moralidade, a igualdade, os princípios, os valores, a ordem pública e o direito de todos à segurança pública.
Com certeza, foi uma pena pesada demais, quando se fala em transparência, divulgando essa decisão do Tribunal que tomou proporções nacionais, deveria-se divulgar também, os outros processos em que o ex-magistrado estaria envolvido. Pelo que tenho pesquisado sobre o Sr. Mezzomo, não se trata de uma pessoa leviana e sim de um funcionário competente e defensor de suas próprias idéias e posições. Isso é crime em um país democrático? Se fosse ele, recorreria, sim, mesmo que fosse pra pedir a demissão depois, pois li os comentários em seu art sobre a Lei Maria da Penha e constatei que outros profissionais da área da justiça estão de acordo com a posição dele! Quem faz campanha contra a droga e carrega pedras em uma mochila, treinando fora do expediente, não me parece ser de todo errado!
ResponderExcluirkkkkkkkkkkk. Quer dizer então que ele, JUIZ, que decide vidas... Pode ter uma postura desse tipo? Aff.... Uma conduta dessas nem um peão de obra pode ter... É o que eu penso, na esfera democrática. RUA JUIZ SEM POSTURA!!!
ExcluirTARADÃO!!!
Ah... E torça pra voce não arrumar um COMPANHEIRO que te agrida fisicamente, moralmente, e que te deixe paraplégica = a própria Maria da Penha, porque, aí, voce vai entender a fonte dessa LEI.
Concordo contigo Ana. Foi desproposital a pena. Há juizes que vendem sentenças, desviam recursos públicos e estão vinculados à mafiosos que são simplesmente aposentados com salários próximos ao teto. É só olhar as notícias postadas neste blog. Se for doença, a instituição deve tratar e não simplesmente abandonar. Esta sendo parcial, pois a justiça é pródiga de aplicar penas brandas e conceder benevolências para a bandidagem que são soltos sob argumento de que o tratamento nos presídios é desumano. Ora, se o tratamento é desumano, há crime contra os direitos humanos passível de processo e impeachment do Chefe do Executivo. O judiciário não enxerga ou é conivente com isto? Ah! Não se pode afrontar a classe política, pois dela depende a aprovação dos diferenciados reajustes salariais. Esta é a justiça brasileira, cada vez mais subserviente, desacreditada, parcial, morosa, divergente e que gosta de interpretar a lei segundo convicções pessoais. O juiz Mezzomo deveria recorrer ir à julgamento para que seu nome e sua honra não fiquem manchadas. A não ser que se considere culpado.
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